POESIA AO AMANHECER – 360 – por Manuel Simões carlosloures9 de Janeiro de 20149 de Janeiro de 2014Literatura Navegação de artigos PreviousNext GABRIEL MARIANO ( 1928 – 2002 ) VELA DO EXÍLIO Acendi hoje uma vela de estearina na fina mesinha onde escrevo. Enquanto ela me ardia da chama para os meus olhos velhas lembranças seguiam. E súbito sobre a parede da velha casa onde moro o mapa árido e breve das ilhas do Caboverde. Que vento não vem ou se agita no barco em forma de vela por dentro da casa fechada! Que voz materna no écran da ilha difusa difunde meu nome em projecto? Acendi hoje uma vela. E enquanto me ela queimava por sobre a mesa pessoas vivas e mortas passavam. Vela do exílio acendida na noite de Moçambique: pesado, inútil veleiro. Vela do exílio, meu filho com apenas um sopro apagas a vela, o exílio não. (de “No Reino de Caliban”-1) Poeta, contista e ensaísta cabo-verdiano. Colaborou em “Claridade”, “Mensagem” (CEI). Figura em “Antologia da poesia negra de expressão portuguesa” (1958), “Mákua 2, antologia poética” (1963), “La poésie africaine d’expression portugaise” (1969), “Poesia africana di rivolta” (1969), “Afrikanski Lyrik” (1970). Obra poética: “12 poemas de circunstância” (1965), “Ladeira Grande” (antologia, 1993). Share this:Click to share on Facebook (Opens in new window)Click to share on Twitter (Opens in new window)Click to share on LinkedIn (Opens in new window)Click to share on WhatsApp (Opens in new window)MoreClick to email this to a friend (Opens in new window)Click to print (Opens in new window)Like this:Like Loading... Related