Orson Welles. “Era quase impossível de fotografar. Consegui duas fotografias no Guincho”.
Teria cinco, seis anos quando, no velho cinema Rex, que foi depois o teatro Laura Alves, vi Citizen Kane. Não entendi; mas veria depois o filme muitas vezes ao longo dos anos, sobretudo em sessões clássicas ou de cineclube. Tenho-o gravado em todos os standards que foram aparecendo. Quem viu com atenção O Mundo a Seus Pés, título português, prosaico e redutor, percebe tudo o que se passa no mundo da política, as lutas pelo poder, o vício de ser poderoso, as desonestidades, a corrupção, Está tudo ali. Poupa-se o dinheiro das propinas de um mestrado em Ciências Políticas. E o tempo. Um MBA em duas horas. Rosebud, a nostalgia da pureza que um velho corrompido pelo poder evoca ao morrer. Foi a primeira longa-metragem de Orson Welles. Depois vi todos os seus filmes e distingo as suas soberbas realizações e interpretações em Mac Beth e em Othelo e Falstaff. (CL)
[image: Imagem intercalada 1]Maria