PODE-SE INVERTER A DOMINAÇÃO PATRIARCAL? O EXEMPLO DE SISSAUCUNDA por clara castilho

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Sissaucunda, uma aldeia da Guiné-Bissau, bem para o interior. Como é a vida destas mulheres? Ir buscar água ao poço? Recolher lenha para pôr a panela a fazer o almoço? A quem pertence habitualmente a terra? A seus pais, a seus maridos. Obedecer aos homens, num sistema patriarcal? Sim, seria isto o habitual.

Mas algo mudou. Trezentas mulheres conseguiram quatro hectares de terra e tornaram-se agricultoras. Com documentos legais e tudo! E deitaram mãos à obra. Muitas com seus filhos às costas, presos nas capulanas.

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E dali retiram cebola, cenoura, tomate, beringela. Para consumo próprio e para venderem no mercado. a comida é mais variada e não apenas com base no arroz.

O processo não foi fácil. As mulheres tiveram que convencer muitas autoridades, tocando portas, enfrentar a burocracia; mas eles têm sido persistente em suas intenções.

Uma Organização Não Governamental – Aliança para a Solidariedade (APRODEL)  tem-nas ajudado, e  impulsionado este projeto.

O entusiasmo é grande, canta-se. E comentava uma das mulheres: “Agora eu vou ser o proprietária da terra por 30 anos. Poderei eu e minhas filhas e minhas netas trabalhar. Isso é um motivo de orgulho “.

E na aldeia vai-se mais longe, há curso de alfabetização de adultos.

O projeto da APRODEL inclui outras iniciativas, tais como painéis solares para lançar um sistema de irrigação e evitar ter de transportar de um lugar para outro baldes de água e a compostagem.

 

 

 

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