Há uma imagem já antiga, a de que o pai bate na mulher, a mulher descarrega no filho e este dá um pontapé no cão. Às vezes, há indicadores de que isto está mudando. Nas leis, o marido será punido, ambos o serão pelos maus tratos aos filhos. Só o pobre do cão ainda pode ser batido e abandonado sem ninguém por isso ser responsabilizado.
Mas, noutros momentos, fica-se de boca aberta perante o desplante de quem detém o poder sobre a vida dos outros. Não é o caso dos patrões que empregam os trabalhadores? Sim, há sindicatos e os tribunais. Mas, por parte de quem precisa urgentemente de um ordenado ao fim do mês, por mais reduzido que seja, também há uma necessidade que faz com que a sujeição seja aceite.
Analisam-se os dados económicos e conclui-se que os nascimentos baixam, sobretudo por razões económicas e que há necessidade de aumentar a natalidade. Constituiu-se uma comissão – mais uma! – para analisar como fazer isto? Ainda há duvide? Pois logo seu presidente veio denunciar de que há empresas que estão a obrigar as mulheres a assinar declarações em que se comprometem a não vão engravidar nos próximos cinco anos. Não foi o primeiro. Só falta saber se, ele que o constatou, também as denunciou juridicamente. Já sabíamos, também, que odesemprego é mais elevado entre as mulheres, que estas são as principais prestadoras de cuidados aos filhos, que são estas quem, em caso de desajuste familiar, mais ficam com os filhos a cargo. Cá vamos descendo na cadeia do ditado popular…
Juntemos isto à violência doméstica cujos casos mais mediáticos (Barbara Guimarães e Marta Leite de Castro) vêm ajudar as outras mulheres vêm ajudar as outras a ganharem coragem para denunciarem os seus casos.
Juntemos ainda o caso de algumas mulheres que têm sido assassinadas por seus maridos ( a “posse” vai até esse ponto!) tendo ficado o último em prisão preventiva (Granja do Ulmeiro).
E mais, o caso das famílias que tentam vender seus filhos (o famoso Daniel da Madeira, falsamente “desaparecido”, e que tanto foi noticiado nos meios de comunicação social, conforme sua mãe veio agora confessar, por o marido o querer “vender”).
E já agora, porque é que, no ano de 2014, de entre as 30 personalidades condecoradas no dia 10 de junho o Presidente da República, só 5 foram mulheres?