Selecção e tradução de Júlio Marques Mota
Não, o desemprego de longa duração não está perante uma situação de inversão de tendência
No, the Long-Term Jobless Aren’t ‘Catching a Break’
BEN CASSELMAN, FiveThirtyEight, 27 de Junho de 2014
Em Abril, o Secretário de Estado para o Trabalho disse-me que “o desemprego de longo prazo é o que mais me mantém realmente acordado ao longo da anoite. ” Baseado sobre os dados de Maio, não veremos como e quando é que ele poderá estar a passar uma boa noite, com um sono profundo, mesmo até nos tempos mais próximos. .
No início deste mês, o Departamento das estatísticas do trabalho (LBS) informava que o número de americanos sem trabalho há mais de seis meses tinha caído para 3,4 milhões em Maio, o mais baixo nível desde o inicio da recessão. Há ainda duas vezes e meia mais desempregados de longa duração do que antes do inicio da recessão, mas o número na verdade está abaixo 50 por cento do valor de pico atingido em 2010 e reduziu-se em cerca de 20 por cento relativamente ao valor atingido no ano passado sozinho. Os desempregados de longa duração são agora apenas um terço do total dos desempregados, abaixo dos 45 por cento de há três anos atrás. Um artigo de Bloomberg desta semana declarava que os desempregados de longa duração estavam “a travar finalmente uma ruptura.”, ou seja, estariam a melhorar de situação.
A realidade, no entanto, parece ser muito mais sombria. O governo utiliza uma definição relativamente restrita do desemprego que inclui somente as pessoas que estão activamente à procura de trabalho. Isto significa que o desemprego pode cair por boas razões (porque as pessoas estão a encontrar emprego) ou por más razões, porque as pessoas estão a desistir de o procurarem). A recente queda do desemprego de longa duração está a ser obtida pelas más razões.
O gráfico acima, apresenta versões do que fizemos antes, mostra a percentagem de desempregados que encontram empregos mensalmente . (Os números são mostrados como uma movimentação de 12 meses em média, para tornar mais clara a tendência.) Para aqueles que estão sem trabalho há seis meses ou menos, a chamada taxa de procura de emprego tem mostrado uma constante melhoria na retoma e pode mesmo ter ainda acelerado nos últimos meses, embora permaneça abaixo dos níveis normais. Os desempregados de longa duração, no entanto, não tem visto praticamente nenhuma melhoria. Apenas cerca de 11 por cento de desempregados de longa duração encontraram mensalmente emprego, bem pouco melhor do que na parte mais grave da recessão. Além disso, mesmo destes que encontraram empregos terão possivelmente encontrado ou emprego em regime de tempo parcial ou de emprego temporário.
Se eles não estão a encontrar emprego, o que está a acontecer aos desempregados de longa duração? No total, estão a deixar de fazer parte da força de trabalho. Como o gráfico abaixo o mostra, a percentagem de desempregados de longa duração que deixam de andar à procura de emprego tem vindo a aumentar progressivamente, enquanto a taxa daqueles que encontram trabalho permaneceu em grande parte plana, a dizer que a taxa de variação destes é nula. . (Não é mostrado no gráfico os mais de 50 por cento que ficam desempregados.)
So, long-term unemployment is falling fast — but for all the wrong reasons.
http://fivethirtyeight.com/datalab/no-the-long-term-jobless-arent-catching-a-break/