2014: ANO EUROPEU DO CÉREBRO E DAS DOENÇAS MENTAIS – MELHORAR A SAÚDE E NÃO SÓ OS ERVIÇOS DE SAÚDE por clara castilho

ano europeu saude mental 5Decorre o Ano Europeu do Cérebro e das Doenças Mentais escolhido pelo Parlamento Europeu, considerando que se trata de um problema que poderá ter causas e tentativas de intervenção comuns a alguns países da Europa. Continuamos a reflectir sobre o assunto.

Foi ontem apresentado, na Fundação Gulbenkian, o Relatório Final da Plataforma Gulbenkian Health in Portugal, propondo um Sistema de Saúde Sustentável, como resultado dos estudos de  uma Comissão de peritos nacionais e internacionais, liderada por Lord Nigel Crisp. Ao relatório foi dado o nome de “Um Futuro para a Saúde – todos temos um papel a desempenhar” e são as conclusões de 18 meses de trabalho, a ouvir várias pessoas dos vários setores da Saúde e da sociedade civil.

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Pretendia-se construir uma nova visão para a Saúde que integre os valores fundadores do SNS, que assegure a sustentabilidade futura dos cuidados a quem deles necessite e que reforce a participação dos cidadãos e dos doentes

Para construir uma nova visão do Sistema Nacional de Saúde, fundada em princípios de solidariedade social, em que seja assegurada a sustentabilidade da prestação de cuidados e em que se reforcem os direitos e as responsabilidades de todos os que nele intervêm e beneficiam, a Fundação Calouste Gulbenkian lançou a 5 de fevereiro de 2013 a iniciativa “Health in Portugal: A Challenge for the Future. The Gulbenkian Platform for a Sustainable Health System”.

A comissão desta iniciativa, presidida por Lord Nigel Crisp, desenvolveu um estudo que envolveu 35 especialistas portugueses de diferentes áreas, cuja contribuição, sob a forma de relatórios parcelares, foi amplamente discutida em reuniões intercalares com vista à elaboração de um documento final. Nigel Crisp é o homem responsável pela modernização do sistema público de saúde no Reino Unido.

Uma das primeiras conclusões foi a de que seria necessário reforçar o papel dos enfermeiros, tornar os hospitais mais transparentes e  realizar auditorias externas. Nigel Crisp insistiu na importância de se trabalhar a montante, na formação das pessoas para os bons hábitos. É que é preciso melhorar a Saúde e não apenas os Serviços de Saúde!

Tratar da saúde para gastar menos nos cuidados: o roteiro para mudar o SNS está nas mãos do Presidente

Ressaltemos algumas conclusões do “ diagnóstico”:

  • Portugal tem uma boa base, o Serviço Nacional de Saúde (SNS)

  • Há “muito apoio para o manter” (ao SNS), nas palavras de Crisp

  • Os profissionais têm experiência e boa formação

  • O país tem a dimensão ideal (cerca de 10 milhões de habitantes) para implementar uma mudança de hábitos

Mas:

  • Tem uma população envelhecida, com muitos problemas de saúde, e com uma qualidade de vida muito curta depois dos 65 anos,

  • Tem uma taxa de diabetes muito alta (a mais alta da Europa, 14%)

  • Tem custos muito elevados

  • Os hospitais têm práticas muito distintas

  • Tem um problema com as infeções hospitalares

Posto isto, em linhas muito gerais, o plano, traçado a 25 anos, para a Saúde em Portugal assenta na criação de “um Pacto para a Saúde que envolva toda a gente”, clínicos e governos, público e privado, mas também, e sobretudo, a sociedade.

 

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