NÃO É PRECISO UM “DIA DA MENINA” PARA PENSARMOS COMO AS PROTEGERMOS por clara castilho

 

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O Dia Internacional das Meninas, celebrado pelas Nações no dia 11 de Outubro, marca os progressos realizados na promoção dos direitos das meninas e mulheres adolescentes e reconhece a necessidade de se ampliar as estratégias para eliminar as desigualdades de género em todo o mundo.

Este ano, um Relatório da UNICEF revela dados sobre a violência de género no mundo:
– quase metade das adolescentes considera que, nalguns casos, é admissível que um parceiro bata na mulher;

– 70 milhões de raparigas adolescentes dizem ser vítimas de violência física desde os 15 anos;
– 120 milhões de raparigas com menos de 20 anos tiveram relações sexuais forçadas;

– muitas vítimas são jovens ou vulneráveis demais para denunciarem um abuso;

 – um número elevadíssimo de crianças não recebe protecção adequada contra a violência;

– a maioria da violência contra crianças é praticada pelas pessoas que têm a responsabilidade de cuidar delas.

As taxas mais elevadas de casamentos na infância e adolescência verificam-se nos países da África subsariana e no Sul da Ásia: uma em cada três raparigas casaram antes dos 15 anos.

 asaf hanuka -casamento infantilAsaf Hanuka -casamento infantil

 É um problema generalizado? Sim. É inevitável? Não!

Há  algumas estratégias para prevenir e eliminar o problema. Elas incluem reforçar os sistemas judiciários, penais e sociais. Especialistas da ONU sublinharam  que “empoderar” as meninas adolescentes e ajudá-las a alcançar o seu potencial é um passo fundamental para acabar com a violência contra as mulheres e meninas. “ Empoderar” as adolescentes representa um benefício para todos. Meninas “empoderadas” tornam-se mulheres que podem ser cidadãs activas de igual direito e agentes de mudança, que irão dar contributos válidos para o crescimento das suas comunidades e nações.

A sociedade como um todo irá beneficiar do reforço do papel das meninas como líderes, agentes de mudança e participantes activas na economia e em oportunidades de desenvolvimento.

Ver relatório em : http://www.unicef.org/publications/index_76212.html

A associação Plan Internacional  veio chamar a atenção para os casamentos de meninas adolescentes, inventando um blog pretensamente feito por uma jovens de 12 anos, norueguesa de nacionalidade, que se vai casar com um homem de 37 anos e onde conta todas as actividades de “noiva” e pensamentos. A história de Thea foi vista por mais de meio milhão de pessoas. Logo surgiu a etiqueta #stoppbryllupet (Parem o casamento) que se tornou o mais famoso no Twitter daquele país, antes de a história ter sido desmentida e explicado o objectivo desta invenção: chamar a atenção para o facto de que, todos os dias 39.000 crianças são obrigadas a casar-se em todo el mundo.

Na página da organização (http://plan-international.org/?set_language=en) então sim, podem ler-se testemunhos verdadeiros de crianças que passaram por esta provação.

 

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