A CRIANÇA SOLDADO por Luísa Lobão Moniz

olhem para  mimMuitas crianças são obrigadas pela força e pela violência a serem soldados, ficando assim comprometido o seu bem estar e o seu desenvolvimento físico, cognitivo e emocional.

Vivem na pobreza, na falta total de afecto, não vão è Escola.

Ficam sem família e sem comunidade.

Muitas destas crianças são raparigas que são utilizadas como escravas sexuais. Ficam grávidas não sabem de quem. Dão à luz em situações desumanas.

Testemunho:

” É muito mais difícil para uma menina. Para começar perdes a tua identidade como mulher; tens que vestir um uniforme militar, botas e o cabelo tem de ser curto…não te deixam levar baton, nem nada que te faça lembrar que és uma rapariga.

Não te é permitido ser mulher; mudas a tua forma de falar, a tua forma de te mexeres…até a tua forma de estares simplesmente de pé…tudo. Além disso és menosprezada e humilhada: imagina-te teres 16 anos e não conseguires recordar quantos homens  tocaram no teu corpo e abusaram de ti. muitas meninas de 13 anos foram mães sem terem o carinho de uma família, nem de ninguém que as trate, sem pai e sem mãe, sem ninguém que lhes diga: estou aqui para te apoiar e proteger,  na linha da frente são obrigadas a cometer atrocidades só para mostrar que não são cobardes, e isto nunca se esquece. Sentes-te suja e sem valor, perdes completamente a tua auto estima e acreditas que ninguém te quer. Para os rapazes também é terrível, não posso falar por eles, porque o vivi como mulher”- Testemunho de China Keitetsi, ex criança sodado no Uganda.

Este testemunho teve lugar numa sessão de denúncia de crianças soldado da Secção  Portuguesa da Amnistia Internacional: http://www.unicef.es/actualidad-documentacion/publicaciones/ninos-y-ninas-soldado – http://www.alertnet.org/thenews/newsdesk/L31815027.htm.

 A imagem de uma criança sofredora com lágrimas de tristeza, com um olhar vazio, sem esperança , choca-nos. É uma violação hedionda aos Direitos da Criança.

bia 18.1 -2

E porque não OS DIREITOS DA CRIANÇA ?

bia 18.1

A pele enruga-se, a lágrima deslisa, os olhos não querem ver mais.

Quem me dera poder abraçar, dar miminhos, fazer feliz (será possível?) as crianças soldado.

Porque não se levanta o mundo contra este acto de terrorismo –recrutar crianças para serem soldados, para matarem, para morrerem?

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