FRATERNIZAR – Dioceses Lamego e Bragança-Miranda : Um abismo separa os respectivos bispos – por Mário de Oliveira

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FRATERNIZAR, Edição 107, Abril 2015

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 Um abismo, na maneira de ser-viver, separa os bispos das dioceses de Lamego e de Bragança-Miranda, no Nordeste Transmontano. O de Lamego é padre missionário de formação e tem na Bíblia judeo-cristã as suas bases teológicas, que ele continua a considerar muito boas, quando elas são muito más. Sempre lho esconderam. E, pelos visto, o próprio continua sem se dar conta. O que é lamentável. Mau para as populações que o têm por “guia espiritual”; também para ele, que assim vive na treva, convencido que é um dos mais iluminados dos seres humanos. O de Bragança é padre diocesano super-carregado do sopro da Cúria Romana, onde viveu anos a fio, e tem na Liturgia cristã concentrada toda a sua atenção. Sem nunca cuidar que quem diz Liturgia, diz encenação religiosa, teatro de mau gosto, mesmo quando bem ensaiado, fuga da realidade, um viver focado no templo, no altar, no culto, nos objectos de culto, alfaias, imagens de pedra, madeira, prata, ouro. Sobretudo, ouro, muito ouro, que é do que ele mais gosta. Até o expõe, e chama-lhe “o brilho da fé”! Mais. Também sem nunca cuidar que quem diz Cúria romana, diz cardeais em redor do papa, o chefe infalível, mesmo quando, como acontece nos dias que correm, se esconde sob o nome de Francisco. Francisco, papa de Roma. Não Francisco de Assis, leigo obrigado a fazer-se clérigo menor, sem dúvida, o seu erro histórico mais suicida.

Ambos são bispos diocesanos, desta igreja católica em Portugal, os mais distantes de Lisboa, a capital do país, onde reside o cardeal patriarca que, por coincidência, nesta altura, é simultaneamente, o presidente da CEP-Conferência Episcopal Portuguesa. O de Lamego, muito pouco falado nos media, nas redes sociais. Raramente é notícia, fora do universo eclesiástico. Discreto no falar-agir pastorais. O de Bragança-Miranda, presente em tudo quanto é sítio, sempre em grande estilo, fotos aos montes, a registar a sua passagem-presença, site diocesano, a juntar ao site pessoal, uma espécie de “dono disto tudo”, pelo menos, no que respeita ao território diocesano. Com o manifesto sonho de vir a descer o monte, para aterrar no patriarcado de Lisboa, com o cardinalato no horizonte. Ou, se tal não for possível, pelo menos, na diocese do Porto. Como há-de ele poder morrer, um dia, sem a garantia de que o funeral do seu cadáver será de cardeal? Mesmo assim, está já garantido, caso a presente situação se arraste indefinidamente no tempo, um mausuléu no “panteão” dos Bispos de Bragança-Miranda. Coisa pouca, para quem, como ele, embora pequeno de estatura, a fazer lembrar o Zaqueu do Evangelho de Lucas, volume I, respira vaidade, ambição do tamanho do universo!

  1. António Couto deu, há dias, uma entrevista à agência Ecclesia, propriedade dos bispos portugueses. Os media não eclesiásticos ignoraram-na, o que dificilmente aconteceria, se o entrevistado fosse o bispo de Bragança-Miranda. Ele e os seus correligionários no poder e no dinheiro, conseguiriam que ela, no todo ou em parte, fosse reproduzida, pelo menos nos do Porto. Nela, o Bispo de Lamego apresenta-se sorridente, ainda que não dispense o colarinho romano a apertar-lhe o pescoço, coisa de clérigo, não de ser humano. Uma contradição, incongruência, de todo escusada. Nisso, não se pode dizer que esteja tão distante assim de D. José Cordeiro, de Bragança-Miranda, também espartilhado no pescoço, no dedo anelar, no peito, onde sobressai, como sinal do poder episcopal, a juntar à mitra e ao báculo, a cruz peitoral, de alto custo em dinheiro.

 O colarinho romano faz lembrar os cães com coleira, por isso, com dono, quando, segundo a Ruah/Sopro maiêutico de Jesus, cabe-nos, como seres humanos, ser cães perdidos sem coleira que se alimentam de Vento, o da Liberdade. Coisa impensável neste tipo de igreja/sistema eclesiástico, constituída exclusivamente pela hierarquia, com as multidões como objecto dos seus cuidados ditos “pastorais”, sem qualquer pastoral que se veja, apenas poder sagrado, gerador de súbditos, tanto mais paraclérigos, quanto mais próximos dos bispos. Uma dor de alma, para os bispos que tiveram de deixar de ser filhos de mulher, para se tornarem filhos do poder, nomeadamente, filhos de David, enquanto bispos totalmente identificados com o Cristo, nunca com Jesus, o filho de Maria, que nunca foi cristão nem eclesiástico.

A entrevista tem, pelo menos, um bem. Mostra o abismo que separa os dois bispos nordestinos, apesar de geograficamente próximos. De António Couto, simpatiza-se, facilmente. Percebe-se que vive bem consigo próprio, lá no fim do mundo, que é Lamego, uma diocese cada vez mais um enorme lar de idosos em múltiplas casas. Um enorme deserto de crianças, de jovens. Segundo o que diz na entrevista, continua, nestes meses do primeiro semestre 2015, a pisar o chão da diocese. Até Julho, conta ter pisado todo o chão, num declarado esforço de conhecer a realidade, em vez de a ver lá do alto da sua catedral. As pessoas de carne e osso interessam-lhe. Sente necessidade de as tocar, ser tocado por elas, de as cheirar de perto, ser cheirado por elas, escutá-las ao vivo, ser escutado por elas, numa relação de proximidade. Neste particular, o que mais se lamenta é que ele continue a ser poder sagrado, hierarquia. Inclusive, vista em conformidade. O desejo com que sinceramente se diz animado de ser próximo, irmão, companheiro, jamais poderá ser concretizado. O poder, pior, se sagrado, jamais pode pisar o chão, tocá-lo a sério, porque teria, primeiro, de se descalçar, desistir de vez de ser poder. O Bispo bem pode entrar, pisar, cheirar o chão, o sítio em que as pessoas o acolhem. Nunca é o chão que elas frequentam, pisam, cheiram, todos os dias, quando o bispo está distante. A realidade de todos os dias só aparentemente é tocada, vista, cheirada por ele. Este tipo de visitas pastorais é preparado ao milímetro. As visitas não acontecem. São programadas. Vale a boa vontade do bispo. Uma boa vontade marcada, entretanto, pela ingenuidade, sem dúvida, uma das mais graves doenças dos bispos residenciais. Sem ela, nunca seriam bispos residenciais.

Com D. José Cordeiro, as coisas apresentam-se sob outra roupagem. A da solenidade. Um aspirante a cardeal, viçoso de saúde, pelo menos à vista desarmada, especializado em encenações litúrgicas, não em Verdade, em Realidade. Com ele, as coisas têm de ser diferentes, para pior. Na diocese de Bragança-Miranda, não se dá ponto sem nó. Pelo menos, enquanto o bispo for o actual. O terreno onde está canonicamente erecta, é dominado pelas Maçonarias, de forma descarada. Ainda que o mais determinante delas não saia nunca do segredo, do subterrâneo. O bispo movimenta-se a jeito neste terreno, como o verdadeiro “dono disto tudo”. Nem que seja apenas como encenação, e o poder real esteja noutro lado, forçosamente secreto. A verdade é que o Bispo vê as populações do alto do pináculo da sua catedral e, quando fala, é para lhes mostrar, sobretudo, aos representantes visíveis das Maçonarias, todos os reinos do mundo com a sua glória, os do Cristo vencedor que, na pessoa do Bispo D. José Cordeiro, lhes diz, Tudo isto vos darei, se prostrados, me adorardes. Nem mais. Poucos ou nenhuns dos diocesanos resistem a semelhante proposta, para-mais, mostrada/dita pelo próprio bispo. Jesus Nazaré, o filho de Maria, felizmente, sempre resistiu/resiste a esta proposta que bate à consciência de cada ser humano, nascido de mulher. Também à dele, portanto. Só que o Evangelho de Jesus não engana. Diz, expressamente, que semelhante proposta vem da parte do Diabo. Já o Evangelho de S. Paulo, que os clérigos, para o serem, têm de fazer seu por toda a vida, sob pena de serem depressa ostracizados, declarados não existentes, põe esta mesma proposta na boca de Cristo, o filho de David, o mesmo do império de Roma, hoje, da cúria romana. E as populações, cristianizadas/ desumanizadas à força, não têm como resistir-lhe, porque, embora seja uma tentação do Diabo, este é-lhes apresentado mascarado de Jesuscristo-Deus que, mentirosamente, sempre se faz passar por Jesus Nazaré, o filho de Maria, quando é o filho de David, o Poder invencível.

Pelo que diz na entrevista, o bispo António Couto vive convencido de que é um dos discípulos de Jesus. Não é. Só do mítico Cristo vencedor. Pode frequentar muito o seu Evangelho, nas 4 versões em 5 volumes, em que ele se nos apresenta, mas fá-lo a partir de S. Paulo, o perseguidor de Jesus, e do grupo dos Doze, não a partir de Jesus, o ser humano crucificado, a quem Deus Abba-Mãe, que nunca ninguém viu, reconhece como o seu filho muito amado, apesar da Bíblia judeo-cristã dizer que ele, por ser crucificado, é o maldito de Deus. Esse é, sem dúvida, o seu pior equívoco, como bispo. O equívoco de todos os cristãos católicos e protestantes. Desconhece, apesar de toda a sua formação académica bíblica, ou por causa dela, que entre Jesus e o Cristo há um abispo intransponível. Onde estiver um, não está o outro. Embora fale muito em Jesus, é sempre de Jesuscristo que está a falar. É o seu grande, grande equívoco, como é o grande, grande equívoco da generalidade dos biblistas, dos teólogos, dos grandes académicos.

 Por isso, os dois – nisso não há qualquer abismo a separá-los, mas uma ponte a uni-los – confessam-se “sucessores” do grupo dos Doze, os traidores de Jesus, quando, finalmente, em Abril do ano 30, perceberam que ele não só não era o Cristo/Messias de Deus, o de David, como ainda garantia/garante que todo o Cristo/Messias é mentiroso, a mentira, assassino, o assassínio. Entregaram-no aos sumos-sacerdotes do templo, em troca da sua sobrevivência em liberdade, na cidade de Jerusalém, onde, não muito depois da morte de Jesus, fundaram o judeo-cristianismo, cujo sopro/espírito é antípoda da Ruah/Sopro maiêutico de Jesus, presente nos seres humanos, tanto mais quanto mais eles forem seres humanos plenos e integrais. Estamos, todas, todos chamados à conversão, concretamente, a mudar de ser e de Deus. Mudemos. Para sermos outros Jesus, agora, século XXI.

4 Comments

  1. Pois o bispo de Bragança é bem provável que se sinta o senhor do Universo, qual G.A.D.U., “dono disto tudo” como donos são os dos 3 templos maçónicos erigidos numa minúscula cidade reduzida à metade dos habitantes quantificados nos censos de 2011 e de cujos veneráveis mestres o bispo se faz acompanhar nas procissões e atos públicos afins. Aliás todo o distrito/diocese se reduziu a metade porque as populações massacradas/abafadas pelas maçonarias reinantes e por todo o distrito implementadas com profundas raízes (3 obediências diferentes), seguiram os “sábios conselhos” do 1º ministro e partiram em busca de uma vida melhor noutras paragens, entre outros povos…quiçá mais humanos…
    Por cá as maçonarias continuam a proliferar como cogumelos venenosos, estão bem de saúde e recomendam-se. Os profanos que se cuidem!
    Não está fácil a vida em Bragança. As populações vivem amedrontadas por esta gente que subversiva e cobardemente precisa de se esconder em sociedades secretas e desse modo agir e confundir as verdadeiras pessoas de BEM E DO BEM que não precisam de “obediências” para ser e estar com honestidade e dignidade humanas.
    Em Bragança os profanos (leigos para o bispo e seus correligionários), não têm direito a viver com dignidade, com justiça, com igualdade, com fraternidade, com liberdade. Não têm direito a respirar porque as obediências secretas não deixam. E elas já são tantas que as benesses já não chegam para os “irmãos”, as “cunhadas”, os familiares e amigos próximos.
    Acontece que até já andam à molhada uns aos outros.
    Na igreja do bispo (outra “obediência”, com objetos decorativos diferentes) passa-se exatamente o mesmo. São tantos a querer notoriedade e cinco minutos de fama nos sites do bispo que também já andam à molhada.
    A questão é que aqueles que não estão em “obediência” alguma, os profanos para uns e leigos para outros (vendo bem é tudo a mesma coisa), são quem fica espremido entre estas lutas que não são, nem nunca foram suas.
    Uma vergonha o que se passa em Bragança!!!
    Com bênção “Urbi et Orbi”.

  2. Em Bragança as maçonarias e a religião católica esmagam tudo e quase todos. Principalmente as maçonarias. Essas estão metidas em tudo: saúde, justiça, educação, segurança, segurança social, finanças, bancos, comércio, sindicatos, Igreja católica (…). É um ver se te havias de meter o nariz dos templos secretos em tudo para dominar/MINAR tudo. Imaginem, por exemplo, um agrupamento de escolas que tem alunos desde o infantário até ao secundário ser todo dominado pelas maçonarias; do diretor do agrupamento ao presidente do conselho geral, passando pelo chefe dos contínuos ou diretoras de escolas e de departamentos. Todos ligados às maçonarias reinantes, os homens como “irmãos” e elas as “cunhadas” da “irmandade” e todos, por sua vez, muito ligados ao bispo que até faz uso das instalações desse agrupamento para eventos da sua Igreja. Conseguem perceber a manipulação maquiavélica das consciências dos alunos? E se for, por exemplo, o Centro Hospitalar? Já perceberam as benesses que recebem os que são da “irmandade”? E se for… cada um que imagine dentro dos diversos sectores sociais a pouca vergonha que será… Numa cidade minúscula onde praticamente todos se conhecem. Os oprimidos encolhem-se com medo de ser ainda mais oprimidos por gente frequentadora de templos secretos e que nada sabe o que significam as palavras SABEDORIA, FORÇA e BELEZA. E menos ainda sabem o significado de IGUALDADE, FRATERNIDADE, LIBERDADE!

  3. ORA BEM, VEJAMOS. PRIMEIRO BRAGANÇA TINHA DOIS ORGÃOS DE COMUNICAÇÃO SOCIAL ESCRITA, UM DA DIOCESE E UM, MAIS OU MENOS LIVRE, PORQUE LEIGO (PELO MENOS QUE SE SAIBA).
    ERAM ELES, PASSE A PUBLICIDADE, RESPETIVAMENTE “MENSAGEIRO DE BRAGANÇA”, JORNAL DA DIOCESE, BISPO, PADRES E SANTANÁRIOS AFINS MAIS OPUS E MAÇONARIA À MISTURA; E “NORDESTE”, JORNAL QUE SE DIZIA INDEPENDENTE E, QUE SE SAIBA, SEM MANIPULAÇÕES VISÍVEIS. MAS ISSO AGORA ACABOU. E A MAÇONARIA OMOU CONTA DESTE ÓRGÃO DE INFORMAÇÃO, UMA VEZ QUE O DIRETOR INTERINO É HÁ LARGOS ANOS MANIFESTAMENTE “OBEDIENTE” DO TEMPLO MAÇÓNICO.

  4. Caravaggio por acaso esse tal Agrupamento não é o AEEG? É tudo maçonaria lá dentro por bem pequeno que seja o cargo que professores e funcionários tenham lá está a manipuladora maçonaria direta ou indiretamente. Há alunos e professores a sair desse agrupamento por causa disso. E já aconteceu com funcionários. As pessoas que eles chamam profanos estão fartas de ser perseguidas e humilhadas por essa gente. Nem as crianças escapam às humilhações. A maçonaria desse agrupamento é assustadora. E o bispo é todo amiguinho e promove eventos nas instalações deles por isso estão abençoados.

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