Cícera Maria Araújo, mais conhecida como dona Ciça do Barro Cru. Já passa dos 80 anos, sempre a trabalhar.
Costumava vender na feira do Crato, onde já era conhecida e procurada pelos turistas. Para estes, cujas preferências a artista conhece, eram confeccionados colares e pulseiras de barro, além das peças figurativa tradicionais, apreciadas também pela população local que, no entanto, nem sempre pode adquirí-las. Já não se apresenta nas feiras, pois queixa-se das maleitas do corpo…
As peças que produz são miniaturas de cachorros, cavalos, máscaras, estatuetas figurativas, colares, pulseiras, aneis e brincos. Tudo com uma dosagem exata de tinta, cola, talco, algodão e até cachaça, em uma mistura que justifica seu domínio e reconhecimento.
Nasceu em São José , uma localidade entre Crato e Juazeiro, 580 quilômetros de Fortaleza. QUando adolescente iniciou seu trabalho com barro. Considera-se influenciada pelo seu ”Senhor, o Pai do Céu”.
O documentário “DONA CIÇA DO BARRO CRU”,de 1979, de autoria de Jefferson Albuquerque Jr, apresenta-a assim:
“No Vale do Cariri, região mística e fértil do Sul do Ceará, mora Dona Ciça, uma artista popular, ceramista, com uma grande peculiaridade: não leva ao forno a sua cerâmica. Na sua arte representa todos os folguedos populares da região, os tipos característicos e as principais atividades da população. Suas cores são vivas e únicas, as tintas são fabricadas por ela, usando corantes, cola e cachaça (que diz tirar o mau cheiro das tintas). Dona Ciça não só pinta suas peças como faz aplicações com penas, palitos, mola de arame (para o pescoço dos capotes), contas a fio de algodão. O mais interessante em Dona Ciça é o relacionamento dela com os bonecos de barro. Todo ano faz um grande casal de noivos apaixonados acompanhado do padre, testemunhas, garota da salva e realiza uma festa de casamento, regada a galinha e vinho de jurubeba. Faz a representação convidando algumas pessoas para falarem pelos bonecos, que carinhosamente chama de “meus filhos”. Tanto estes, como outros de maior porte ela não vende, pode chegar a dar de presente a alguma pessoa que lhe agrade. Todos os sábados e segundas-feiras, Dona Ciça coloca suas peças dentro de um balaio e se encaminha às feiras de Barganha e Crato. Atualmente as vendas nas feiras são mínimas, as crianças já não usam tanto seus bonecos para brincar, seus maiores compradores são os turistas e as pessoas que vão ao Cariri pesquisar sobre arte popular ou misticismo religioso, tudo que gira em torno da figura de Padre Cícero. O filme retrata o cotidiano de Dona Ciça, o seu relacionamento com o meio em que vive, os personagens da região. A sua alegria e sua tristeza.” (SESC/G68)
O livro “O povo de barro”, de Ricardo Guilherme, fá-a personagem principal, dizendo: “Pela arte dessa artesã-malasartes, apreendeu calungas e estandartes, o bumba e o baticum da zabumba, profecias e crendices, as cirandas, os caretas e tantas gestas ancestrais de índios, missas e missões. A ela credita esse parto de imagens que traduz em palavras.”
Dona Ciça vai ser homenageada no 14º Congresso de História da Educação do Ceará no dia 3 de Junho, em Crato, Brasil.
Veja só, Clara Castilho!
Você é quem nos dá esta notícia tão bonita sobre a D. Ciça do Barro Cru, do Ceará! Do outro lado do Atlântico, está você em contato com nossas coisas, mais do que muitos brasileiros.
Obrigada! Abraço solidário.
Veja só, Clara Castilho!
Você é quem nos dá esta notícia tão bonita sobre a D. Ciça do Barro Cru, do Ceará! Do outro lado do Atlântico, está você em contato com nossas coisas, mais do que muitos brasileiros.
Obrigada! Abraço solidário.
Reblogged this on Eu Vivo a Melhor Idade and commented:
JÁ FIZERAM LIVRO E FILME SOBRE ELA. AGORA , D. CIÇA SERÁ HOMENAGEADA AMANHÃ