Como sabe excessivamente bem, a democracia obriga à aceitação de um certo número de regras formais, das quais uma, não menos importante, exige o respeito pelas minorias! Tanto faz que se trate de estados, de partidos, associações profissionais, sindicatos ou de movimentos cívicos!
Esta breve e consensual referência, serve-me para demonstrar que o meu amigo não tem nada de democrata e está a encaminhar o PDR para práticas mais características de um partido de extrema-direita.
Cônscio deste risco, várias vezes referi a amigos, surpreendidos com a minha aproximação à sua pessoa, que ainda nos haviam de agradecer o termos evitado o aparecimento de um partido de extrema-direita em Portugal. Mantendo, numa área social-democrata, sobretudo os descontentes do PSD e do PS.
Nada mais fantasista: a minha análise actual é diferente. O partido em transição para a extrema – direita já está criado, chama-se PDR, sendo o António o seu lídimo Presidente.
Depois de eleito sem votos contra, em vez de se ter assumido como Presidente do partido, acima de qualquer tendência, precisou de afirmar a sua intolerância assumindo-se, apesar da votação, como líder de fracção.
A sua mesquinhez é notória.
Surpreendido com a minha candidatura, convencido de que está a lidar com meninos de coro, tomou um conjunto de medidas surpreendentes, revelando a sua verdadeira natureza.
Lembramos que AMP, na Assembleia Geral de dia 24 de Maio, magnânimo, não deixou de lembrar que o aparecimento de várias listas, ( “4, 5…”) era um sinal de maturidade do PDR.
Em face ao aparecimento da listo por mim encabeçada, mudou de ideias.
Pelos vistos, tal direito estava-me vedado.
Já contestamos a sua avaliação de que eu seria a sua imagem especular!
Vamos referir outros aspectos.
AMP sentiu-se obrigado a atacar-me e atacar a lista por mim liderada.
De que maneira?
A primeira manifestação deu-se através de telefonemas visando desmotivar os membros da lista por mim encabeçada.
O caso mais flagrante, e vou-me referir só a esse, visou o “ Capitão de Abril”, Henrique Sousa e Castro. (Dele recebi um email lamentando o ter-se retirado da lista por mim encabeçada, e assumindo toda a sua responsabilidade no eventual equívoco).
Alguns dias depois surgiu na comunicação social, por sua iniciatia, a notícia de que Sousa e Castro seria o cabeça de lista do PDR por Lisboa.
O que não foi desmentido.
Habituado a tratar o PDR por “tu”, a permitir que antes das eleições um falso doutor se intitulasse “Secretário-Geral”, não me admiraria que AMP tenha tomado a iniciativa desta notícia.
Deprimente.
Já imaginou o que diria, se esta situação se passasse noutro partido: “ a paga pela desistência de Sousa e Castro da lista encabeçada por Eurico Figueiredo foi a de ser proposto como cabeça de lista por Lisboa”.
Não compreende que está a pôr em causa a dignidade de um militar, ainda por cima de “Abril”. Para mais, segundo os estatutos do PDR (artigo 15, alínea 3), “a escolha dos candidatos do PDR a cargos electivos nacionais” faz-se “por deliberação do Conselho Nacional, sob proposta da Comissão Política”.
Acontece que ainda nem Comissão Política existe! Não interessa: “quero, posso e mando…”
O desaforo vai, todavia, mais longe.
No seu “Comunicado…” de 14 de Junho, em que zurze a lista B e C, afirma, entre outros mimos, onde até ameaça demitir-se e ficar, com um exorbitante salário ( AMP dixit) no bem merecido sossego do Parlamento Europeu: “ O PDR não foi criado para arranjar empregos para os seu filiados, sobretudo para quem não gosta de trabalhar”, lembrando o famosíssimo “deixem-nos trabalhar!”.
Todavia, dos primeiros quinze membros da lista por mim encabeçada, dez participaram no Gabinete de Estudos do PDR, (cujo programa nunca mais sai, apesar de estar há muito acabado: gente incompetente que vai MUDAR PORTUGAL, é assim…).
O cabeça da nossa lista, eu próprio, sou Professor Catedrático Jubilado da Universidade do Porto.
A segunda é licenciada em Filosofia e Consultora Imobiliária.
O terceiro é Engenheiro Agrícola e Professor Universitário.
A quarta é licenciada em Engenharia no IST e MDA nos EUA.
O quinto é Major General aposentado, graduado em Medicina Aeronáutica, Doutorado e Professor Universitário na UTAD.
O sexto é licenciado em Gestão, Bancário e Consultor de Gestão.
A sétima é Doutorada em Geografia Humana e Docente Universitária.
O oitavo é licenciado em Direito, aposentado do Tribunal de Justiça Europeia.
E assim por diante…
Já conhecíamos a sua COMPULSÃO AVACALHANTE: era bom que não exagerasse.
Quando aceitei liderar uma lista candidata ao Conselho Nacional do PDR, fi-lo porque ainda acreditava que o meu amigo era um democrata.
Havia muitos aspectos em que a sua liderança me desagradava. Mas ainda tinha votado no AMP para presidente do PDR.
Imaginava que com uma boa votação para o Conselho Nacional, limitaria os seus defeitos constituindo um contra-poder institucional. Que poderia, mesmo, alterar uns estatutos “caudilhista”.
Durante todo este processo eleitoral foi para mim claro que a procura do unanimismo, em detrimento da democracia, é a sua grande aposta no PDR. Apesar de, até hoje, o PDR ser sobretudo o Partido de AMP.
Ainda quer mais: quer o poder absoluto
Ficou evidente que é um grande farsante quando afirma, nos debates no PDR, que o voto secreto foi a maior descoberta da Humanidade.