EDITORIAL – A RESPOSTA CATALÃ

A União Europeia não parece ter futuro.

logo editorialO futuro tem de respeitar o passado  e a UE  é feita de um presente tão sólido como uma superfície de areias movediças – toma como sólidas e irreversíveis «realidades» inconsistentes, feitas de fait divers que hoje parecem eternas, mas que são tão perecíveis como a validade dos iogurtes ou a glória efémera dos jogadores de futebol. Um exemplo – as monarquias. São modelos de cera, recordações de um passado que os burgueses da Revolução americana e os guilhotinadores de 1789 transformaram em peças de museu. Uma galeria de patetas, de librtinos que reivindicam a sua condição de seres humanos, conservando as ridículas coroas – lógica que transformou Buckingham num bordel.

Uma UE que quisesse alguma consistência, teria de ter usado com a Grã-Bretanha metade da severidade que usou para a Grécia – ou os comboios e os automóveis circulam como nos estados civilizados ou façam uma UE com o Canadá; ou aceitam a moeda única ou imponham a libra à Libéria; ou devolvem Gibraltar à Andaluzia ou o Comonwealth é extinto0. Da Alemanha nem se fala – a primeira medida a tomar seria a de desmantelar um estado artificial que desde que se fornou só tem criado o caos – guerras, milhões de vítimas. Claro, isto é tão possível como converter a Máfia ou o Vaticano na Santa Casa da Misericórdia e o Al Capone no Gandhi, A UE foi criada para consolidar a injustiça e não para a erradicar.

A  Catalunha deu um primeiro passo para poder existir; mas tem de contar com a má vontade de uma Alemanha onde a Baviera se sente asfixiada, de uma Grã-Bretanha onde a Escócia não se sente bem, de uma Bélgica que… Para não falar de um Portugal que, roubado pela Espanha, apoia o ladrão. Sem esquecer catalães que se sentem confortáveis na sua codição de traidores. A Catalunha deu o primeiro passo numa corrida de obstáculos numa pista minada,

A UE não tem futuro. Mas é o presente envenenado que somos obrigados a aceitar.

Somos?

2 Comments

  1. Magnifico. Assim vale a pena estar presente na “Viagem dos Argonautas”. Demolir a chamada união europeia – na verdade, o IV Reich – é uma tarefa prioritária para que a Democracia possa florescer. O editorialista tem toda a razão em escrever que a “ue” não tem futuro e, de facto, é um – mais um – presente envenenado que temos sido obrigados a aceitar. Um obra do Sr.dr. Mário Soares e dos associados que obrigaram nove séculos de História nacional a voltar ao principio. Volta a ser necessário recomeçar a libertar o País, desta vez, das ordens dos vadios de Bruxelas.
    A Catalunha quer ser como Portugal, isto é, não quer ter no seu território uma outra Nacionalidade Oprimida e, também, com toda a razão, deseja libertar-se da ditadura de Madrid..
    Só desejo que a “Viagem” não abandone o tema que, agora, abordou com tanto mérito e que tudo faça para que o seu conteúdo chegue a todos os azimutes onde a Libertação Nacional é um desejo sentido mas silenciado pela brutalidade das capitais imperialistas. Só Portugal é que não podia ter colónias? Para ser-se reconhecido como colono, faz falta ter-se uma pele de cor diferente?
    Viva “A Europa das Cem Bandeiras”CLV

    1. Leça da Veiga, querido Amigo,
      As nossas divergências nunca se situaram no campo das ideias. Sou catalanista há mais de 50 anos. Aprendi a amar a Catalunha com o meu saudoso Amigo Fèlix Cucurull e sinto a Nação catalã como uma segunda pátria. A nossa divergência situa.se no campo editorial – a meu ver, quem pensa de modo diferente, oposto que seja, tem direito a exprimir a sua maneira de pensar (desde que o faça com o respeito que aqui a todos se exige). Nem todos os espanholistas cabem na definição redutora de amantes do folclore – tourada, castanholas e pasodobles – e esse amor à Espanha salmantina de CErvantes, Lope de Vega, Goya ou Albéniz deve ser respeitado. O odioso é o sentimento imperial de uma monarquia de pacotilha que se julga no direito de impor a sua cultura e de subalternizar as restantes. Na minha opinião, Espanha deve ser reduzida à sua legítima dimensão.
      a

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