FRATERNIZAR – O novo Livro do Pe. Mário, Director do JF, “PRATICO, LOGO SOU – Pensamentos” – por Mário de Oliveira

fraternizar - 1

www.jornalfraternizar.pt

Desde o dia 31 de Outubro 2015, o novo Livro do Pe. Mário de Oliveira, Director do Jornal Fraternizar online, adquiriu a sua própria autonomia relativamente ao pai-autor. Cabe-lhe, agora, abrir e percorrer o seu próprio caminho. Por enquanto, ainda com o acompanhamento do pai-autor, como, de resto, sucede com todas as filhas, todos os filhos dos seres humanos. Até com os dos próprios animais mais próximos de nós, nesta casa comum – o planeta Terra e o Cosmos. Não é apenas mais um livro, a juntar a milhares, milhões de livros editados cada ano, no mundo. É o Livro. Único, no seu género. O título de capa e a própria capa, fruto do engenho e da arte do Editor Jorge Castelo Branco, Seda Publicações, não enganam. Pelo contrário, revelam que estamos perante uma obra singular, que exige silêncio interior, intimidade, tempo de degustação-digestão das suas palavras, frases, até ser fecundamente vivido-praticado pelas pessoas e pelos povos das nações. Um Livro que, por isso, urge traduzir-divulgar em todas as línguas.

Trata-se de um Pão outro, de um ser-viver-praticar outro, que não se encontra disponível nos programas das escolas-universidades do Saber, das quais a Sabedoria, porque politicamente subversiva-conspirativa, é sistemática e cientificamente afastada. O Saber, como o Poder, é macho, estéril, mentiroso, pai de mentira, ladrão da voz, da vez, dos bens das pessoas e dos povos. O assassino institucional, a começar logo pelos próprios que o servem. Já a Sabedoria, como a Ruah/Sopro maiêutico que a faz acontecer na História, precisamente, em quem menos se espera – graças Te dou ó Pai, porque escondeste estas coisas aos sabedores e doutores, e as revelaste aos pequeninos (Jesus, o de Lucas 10, 21) – é feminina, fecunda, como sempre são os seres humanos, mulheres, homens, que o queiram ser de verdade, nunca Poder, nunca Coisa, nunca Mercadoria. Realidade rara, muito rara, na História da Humanidade, toda ela edificada, desde o princípio, sobre a areia, entenda-se, sobre o Saber-Poder, por isso, uma história carregada de sofrimento, muito sofrimento, nomeadamente, por parte de quantas, quantos de nós, depois de nascermos da mãe e do pai, nos predispomos interiormente a nascer de novo. Concretamente, a mudar de ser, de Deus. E efectivamente mudamos de ser, de Deus.

E porque é que em quantas, quantos de nós, mudamos de ser, de Deus e, consequentemente, crescemos de dentro para fora em humano, não em poder nem em riqueza acumulada-concentrada, o sofrimento é ainda muito mais intenso, muito mais sentido, a par de uma paz, uma alegria, uma ternura, uma transparência, uma simplidade de vida, que o resto da Humanidade não conhece, não experimenta, nem quer conhecer, experimentar? Porque o tipo de mundo que herdamos dos antepassados e, de modo mais ou menos inconsciente, prosseguimos, no interior desta nave comum que é a Terra, não só não nos permite pilotá-la por igual, como, até, nos tem levado a pensar, de geração em geração, que essa missão-função é exclusiva das elites privilegiadas, por força de um decreto ad aeternum de Deus, o dos Livros sagrados, Bíblia e Alcorão, incluídos. E a verdade é que a imensa maioria dos nascidos de mulher morre, sem chegar a dar-se conta de que o rei vai nu, este tipo de mundo vai nu, está condenado a ruir-implodir. Porque tudo, afinal, não passa de uma planetária encenação que temos tomado por realidade-verdade, e contra a qual não há nada a fazer, no mentiroso dizer dos sabedores, doutores das elites privilegiadas. Quando, na verdade, está tudo ainda por fazer. Só que a via para edificarmos um mundo alternativo a este do poder, é, no dizer da Sabedoria feita carne, Jesus Nazaré, via de “porta estreita” e poucas, poucos são os que entramos por ela.

Ainda assim, e apesar de todos os mecanismos de dominação-manipulação das mentes-consciências, umas quantas, uns quantos de nós, aqui e ali, sem que se saiba bem como, conseguimos saltar fora deste tipo de mundo, viver toda a vida em fecundo deserto, escutar a Ruah/Sopro maiêutico, a mesma que anima Jesus Nazaré e nos anima, desde a sua e da nossa fecundação no útero de nossas mães, nascermos de novo, mudarmos de ser, de Deus, crescermos de dentro para fora em Humano, vivermos opcionalmente por toda a vida histórica à margem do planeta poder, erguermos a nossa tenda entre e com as suas inúmeras vítimas. Só que tal atrevimento paga-se demasiado caro – os do poder não nos perdoam – e poucas são as pessoas que dão esse passo. As que o damos, somos pessoas em tudo iguais às demais, excepto na prática da idolatria, a do Dinheiro que mata o que há de humano em nós, porque opcionalmente, pobres, o que nos leva a conhecer, na própria carne todo o tipo de perseguições, calúnias, maus tratos, desprezos, ostracismos, inclusive – e é o que dói mais – por parte da imensa maioria da humanidade, condenada a viver sem protestar na vil condição de servos da gleba, de carne-para-canhão de coisas, de mercadorias, de desgraçados pagadores de promessas a míicas deusas, míticos deuses, uma criação-projecção das elites privilegiadas. Entre as quais, figuram também, e em lugar de destaque, quantos se dizem sacerdotes, clérigos, pastores de igreja, vossas excelências, vossas eminências, vossa santidade.

Desde o início da humanidade até ao presente, sempre prevaleceu, como normalidade histórica que ninguém pode pôr em questão, sem sofrer de imediato as consequências, o correcto pensar racional e a correcta doutrina institucional, como o fundamento de tudo o que é obra das nossas mãos. Ao ponto de se ter chegado a criar um provérbio altamente difundido entre a imensa maioria da humanidade escravizada, oprimida, excluída, empobrecida, Olhai para o que eu digo-ensino-legislo-escrevo, não olheis para o que eu faço. A afirmação pressupõe que o que eu digo-ensino-legislo-escrevo nos templos, nas cátedras, nos parlamentos, nos governos das nações, nos grandes media, está em total conformidade com a realidade, identificada sempre com o correcto pensar, a correcta doutrina-ideologia-teologia do sistema de poder, de resto, o único critério de verdade, neste tipo de mundo. Onde não há qualquer lugar para práticas políticas, económicas, culturais maiêuticas, rotuladas sempre por ele como subversivas-conspirativas.

Nesta concepção, o que as pessoas e os povos hão-de ter como referência última e fundamento último do mundo feito pelo poder à sua imagem e semelhança, é o correcto pensar, a correcta doutrina institucional. É daqui que resulta o tipo de mundo que conhecemos, à medida que crescemos nele e nele nos inserimos com a maior das naturalidades, como se este fosse o mesmo tipo de mundo que está em expansão, desde o big-bang, há 13 mil e 700 milhões de anos. E não é. Pelo contrário, é um tipo de mundo em que a imensa maioria da humanidade é serva da gleba, do Mercado, dirigido-governado com maior ou menor crueldade pelas elites privilegiadas que, em cada momento da história, estão a pilotar a nave comum, que, afinal, não é assim tão comum como se diz e faz crer que é. Uns quantos, muito poucos, são muito mais comuns que outros, a imensa maioria da Humanidade.

Ao contrário de tudo isto e do tipo de mundo que tudo isto inspirou-criou e mantém em vigor, nem que seja a ferro e fogo, o Livro, PRATICO, LOGO SOU, apresenta-se-nos animado por um Vento-Sopro outro que este tipo de mundo do poder, reiteradamente, justificado pelo correcto pensar e pela correcta doutrina-ideologia-teologia ensinada em todas as escolas-universidades, em todas as catequeses paroquiais e episcopais de todas as igrejas cristãs, em todas as religiões, no seio das famílias e, até, no ar que respiramos, ainda não conhece-reconhece e, para seu mal, tão pouco quer conhecer-reconhecer. Pois sabe que seria a sua própria implosão. Basta vermos, por exemplo, como ele fica logo aos papéis, sempre que esbarra com seres humanos concretos nascidos, não do correcto pensar, da correcta doutrina-ideologia-teologia – ortodoxia – mas de práticas económicas, políticas, culturais maiêuticas – ortopraxia – animadas de um Sopro outro, inteiramente feminino, fecundo, sororal, numa palavra, plena e integralmente humano, em total conformidade com a realidade-verdade.. Primeiro, faz tudo para ganhá-los para ele, em troca de elogios, prémios, carreira de sucesso e rrespectivas promoções. Se nem assim consegue o seu objectivo, passa ao ataque por interpostas pessoas. Depois, ao ataque frontal. Por fim, dá os casos como peridos e, em desespero de causa, conclui que só pode voltar a ter sossego, quando conseguir matá-los, nem que seja simbolicamente e, desse modo, fazer deles uns malditos, institucionalmente, não-existentes. Para que ninguém mais pronuncie os seus nomes, muito menos prossiga os seus seres-viveres Liberdade, Autonomia, Paz desarmada, Proximidade, Sororidade, Ternura, Colo. Onde todas e cada uma das outras, todos e cada dos outros, têm lugar, a começar pelas, pelos, sem-lugar.

As elites privilegiadas agem assim, porque, como revela o ser-viver histórico de Jesus Nazaré, o filho de Maria, o ser humano por antonomásia, por isso, nos antípodas do Cristo davídico, o filho primogénito do Deus todo-poderoso do Credo de Niceia-Constantinopla, adorado por todas as igrejas-religiões do planeta, com destaque para as judeocristãs-islâmicas, e negado por todos os ateísmos, todo aquele que faz-pratica o mal, mascarado de bem, porque em conformidade com o correcto pensar e a correcta doutrina-ideologia-teologia deste tipo de mundo, odeia a luz e não se aproxima da luz, para que as suas más práticas não sejam desmascaradas (João 3, 20). Ora, quem odeia, mata. E sem quaisquer remorsos, pelo contrário, até com os louvores, os aplausos da imensa maioria da Humanidade. A qual, como as elites privilegiadas, também tem alojada nas suas mentes-consciências, como um demónio, a grande regra planetária que não admite excepções, de que sempre se deve ser-viver de acordo com o correcto pensar institucional e a correcta doutrina-ideologia-teologia institucional. Onde, por isso, não há qualquer espaço para a Dissidência, a Rebeldia, a Revolução antropológica-teológica desarmada. Quando muito, apenas para umas quantas reformas que não mexam com o sistema instituído. E, no limite, até para a revolução armada que, como revela a história dos povos, mais não visa do que matar o ditador-opressor de turno e colocar outro no seu lugar ainda mais poderoso do que o anterior e cada vez mais cientificamente armado. O qual começa por ser benfeitor de alguns, para depressa se tornar no novo ditador de todos, sobretudo da imensa maioria da humanidade.

É, provavelmente, este, o destino que espera o Livro-luz, PRATICO, LOGO SOU: será rejeitado, silenciado, crucificado, assassinado por todos os institucionais deste tipo de mundo, ainda que só, simbolicamente, como, no distante Março de 1973, fizeram já ao seu Autor, desde então, progressivamente desacreditado-ostracizado por cristãos, religiosos, ateus, todos idólatras do deus Poder financeiro, todos ao incondicional serviço deste seu tipo de mundo, edificado em conformidade com o correcto pensar e a correcta doutrina-ideologia-teologia. Mas em total desconformidade com a realidade-verdade histórica, que só práticas económicas, políticas, culturais maiêuticas respeitam e potenciam, de dentro para fora. A menos que, sem nunca sabermos bem como, este tipo de mundo do poder, finalmente, reconheça que os seus incondicionais servidores são, afinal, os grandes pecadores/criminosos da humanidade e que ele mesmo é o Pecado Estrutural, o anti-humano por antonomásia, o anti-Jesus Nazaré, o anti-Deus omnifragilidade que nunca ninguém viu. E decida – maravilha das maravilhas – nascer de novo, mudar de ser, de Deus.

Só porque eu próprio procuro ser-viver animado por esta Esperança teológica que vê para lá do que se vê, é que, como autor-parteira deste Livro, pude escutá-lo, à medida que o escrevi, ao longo de quase dois anos, com vários interregnos pelo meio, e ajudei a vir à luz. Ei-lo aqui. Acolhamo-lo. Escutemo-lo. Difundamo-lo. Sobretudo, pratiquemo-lo, para podermos fazer nosso com verdade o seu título, PRATICO, LOGO SOU. Dou-vos o meu colo de presbítero-jornalista. E o meu ombro de irmão.

Casa da Beira Alta, Porto, 31 Outubro 2015

1 Comment

  1. Quem se pronuncia? E quem se atreve a acolher este meu novo Livro? Se o quiser autografado por mim, é só fazer-me chegar por msg privada Fb o seu endereço postal. Na volta, recebe o Livro em sua casa. Envio-lhe depois o Nib para a transferência bancária. Custo, já com portes incluídos, €14,50. Os meus direitos de Autor revertem a favor do Barracão de Cultura, aqui, em Macieira da Lixa. Desde já a minha gratidão.

Leave a Reply