D. João IV, 8.º duque de Bragança, veio do seu palácio de Vila Viçosa para ser aclamado rei de Portugal
Desde 1580 que Portugal estava sob o domínio dos Filipes de Espanha, apoiados, até cerca de 1620, por nobres , comerciantes e armadores nacionais ávidos de tirar proveito das imensas riquezas do império espanhol, então no seu apogeu.
Quando o declínio se fez sentir ingleses, holandeses e franceses intensificaram os ataques aos nossos territórios coloniais. Os impostos sofreram sucessivos agravamentos a que o povo reagia com violência, sendo as perturbações mais graves as registadas em Évora, em 1637. Mesmo em Lisboa se temia o eclodir de uma insurreição popular. E, para agravar o descontentamento entre os militares, Filipe IV ordena a mobilização da nobreza portuguesa, no Verão de 1640, para reprimir o movimento independentista catalão. Todos, mesmo o duque de Bragança deviam comparecer perante o rei.
Era o momento adequado para a nossa nobreza desafiar o poderio espanhol, aproveitando a divisão das suas forças, antes que as massas populares tomassem a iniciativa da rebelião.
Desde o início dos preparativos, nobres e letrados deixaram bem claro que não pretendiam desencadear uma revolução popular. Antes, “restaurar a linha legítima” de sucessão ao trono, entregando-o ao rico e poderoso D. João, oitavo duque de Bragança. Homem da confiança de Madrid que o tinha nomeado governador militar, hesitou. Confrontado com a implantação de uma república de nobres, acabou por ceder.