Hoje é dia de eleições presidenciais em Portugal, onde se pretende eleger o 5º Presidente da República em democracia, aquele que é, segundo a Constituição, o “garante a independência nacional, a unidade do Estado e o regular funcionamento das instituições democráticas” e é o Comandante Supremo das Forças Armadas. Será hoje a afluência às urnas maior, depois da abstenção em presidenciais em 2011 de 53,48%?
Cá dentro, em Lisboa e Porto, os eleitores podem recorrer à ajuda gratuita de transportes oferecida pela Uber, com preço até 10 euros, nas freguesias que aderiram, numa atitude que deixa alguma interrogação.
Cá dentro, a crise não acabou, a mudança é só na vontade de tentar atenuar alguns dos efeitos mais nefastos na vida da maioria dos cidadãos.
Cá dentro, foi uma semana em que foi apresentado pelo governo o esboço do orçamento/2016, em que ficou garantida a reposição salarial de 25% na função pública, e o acordo para salário mínimo assinado com todas as confederações patronais e em que nos entrou pelos olhos dentro a questão das subvenções vitalícias dos políticos.
Lá fora, mas com consequências futuras, prevê-se o desemprego crescente constante e desigualdades, como resultado da quarta revolução industrial.
Lá fora, confiscam-se objetos de valor de migrantes nalguns países para diminuir as despesas com eles efectuadas.
Lá fora, pretende-se excluir a Grécia temporariamente do Espaço Schengen se não melhorar o controlo das fronteiras externas da Europa.
Lá fora, o dinheiro escondido nos paraísos fiscais continua a aumentar e quem sofre são os mais pobres.
Alguma coisa vai mudar com um novo Presidente da República em Portugal?