EDITORIAL – VALE A PENA INVESTIR NA EDUCAÇÃO DE ADULTOS ?

O Conselho de Ministros do passado dia 24 tomou várias medidas logo editorialrelacionadas com educação em todos os níveis de Ensino, mas realçamos só a que se refere à educação de adultos, num “Programa Integrado de Educação e Formação de Adultos (PIEFA)”.

Há uns anos aparecera o Programa Novas Oportunidades que pretendia estruturar e incrementar os processos de qualificação de sujeitos que abandonaram o sistema de ensino, reconhecendo, também o reconhecimento certificado a pessoas com anterior trajecto profissional mas sem certificação escolar. Dar números foi o objectivo: a Ministra da Educação, Maria de Lurdes Rodrigues, afirmou no 4º Encontro Nacional dos Centros Novas Oportunidades que se tinham inscrito no Programa 1 milhão e 489 000 portugueses, se tinham certificado 456 000 o que, o correspondia a uma média de 10 000 certificações por mês, o que era considerado um excelente resultado….

O que se verificou foi que se viu que é fácil passar milhares de certificados de 9º e 12º anos em pouco tempo mas que isso não correspondeu à qualificação respectiva desejada, sentindo os Centros Novas Oportunidades a pressão para que se “produzissem” certificados.

Com o governo anterior e novas directrizes, verificou-se a extinção dos Centros Novas Oportunidades e sua substituição pelos Centros para a Qualificação e o Ensino Profissional. Todos lembramos o desinvestimento em educação e a o esquecimento da educação de adultos.

Diz o comunicado do Governo:

“Formação de adultos

3) São desafios fundamentais para este Governo a melhoria das formações e qualificações dos Adultos, o ajustamento com as necessidades do mercado de trabalho e a aposta em qualificar percursos de formação, das competências básicas e transversais às competências digitais.

Neste quadro, é necessário desenvolver, em parceria com o Ministério do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, um programa integrado de educação e formação de adultos que relance esta prioridade do País.

Este programa deverá assentar numa maior integração das respostas na perspetiva de quem se dirige ao sistema, tornando, na ótica do formando, coerente e unificada a rede e o portefólio dos percursos formativos, que no percurso individual devem ser passíveis de combinação personalizada.”

Será que agora os que não tiveram oportunidade de estudar no tempo mais natural o vão ter (população adulta já em idade avançada, mas também aqueles que ainda não conseguiram completar a escolaridade obrigatória e que ainda são jovens, muitos deles entre os 20 e os 30 anos)vão ter essa oportunidade? Esperamos para ver.

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