Selecção de Júlio Marques Mota. Tradução de João Machado.

Este artigo é a tradução do que escrevi para a revista alemã Compact. Fui estimulado pelo alto nível do inteligente discurso que Compact proporciona aos seus leitores. Se ao menos os Estados Unidos tivessem mais pessoas capazes de ir mais longe do que meramente entreter os outros e conseguir entender as forças que os afectam, talvez ainda a América pudesse ter alguma esperança.
Compact traz esperança á Alemanha. Os alemães começam a perceber que o seu país não é soberano, mas apenas um vassalo de Washington, e que a sua chanceler está ao serviço da hegemonia e dos interesses financeiros norte-americanos, não do povo alemão.
Hillary Clinton tem provado ser uma “candidata teflon”**. Na sua campanha para a nomeação pelo partido democrático, conseguiu evitar ser prejudicada por escândalos graves, qualquer um deles suficientemente grande para prejudicar outro político. Ela aceitou subornos importantes sob a forma de pagamentos por conferências feitas, de organizações e corporações financeiras. Está sob investigação por utilização indevida de dados confidenciais, uma infracção que já levou à prisão vários denunciantes independentes. Sobreviveu ao bombardeamento da Líbia, ao facto de a sua invenção de um estado líbio falhado ter dado lugar a uma importante central de terroristas jihadistas, e à controvérsia sobre o que aconteceu em Benghazi. Sobreviveu a acusações de que como secretária de estado favoreceu interesses estrangeiros em troca de doações à fundação Clinton. E claro, há uma lista de escândalos anteriores: Whitewater, Travelgate, Filegate. No seu livro Queen of Chaos, Diane Johnstone descreve Hillary Clinton como a “vendedora máxima da oligarquia reinante”.
Hillary é uma representante paga dos grandes bancos, do complexo militar-industrial e do lobby israelita. Ela vai representar esses interesses, não os do povo americano ou dos aliados europeus da América.
A compra dos Clinton por grupos de interesse é do conhecimento público. Por exemplo, a CNN referiu que entre Fevereiro de 2001 e Maio de 2015 Bill e Hillary Clinton receberam 153 milhões de dólares por 729 conferências, ao preço médio de 210 mil dólares.
Quando se tornou evidente que Hillary Clinton iria ser a provável candidata pelo partido democrático, passou a receber mais. O Deutsche Bank pagou-lhe 485 mil dólares por uma conferência, e a Goldman Sachs 675 mil por três conferências. O banco americano Morgan Stanley, UBS e Fidelity Investments pagaram 225 mil cada um.
https://theintercept.com/2016/01/08/hillary-clinton-earned-more-from-12-speeches-to-big-banks-than-most-americans-earn-in-their-lifetime/
Apesar de ser público o evidente desejo de Hillary de ser subornada, o seu oponente, Bernie Sanders, não conseguiu tirar partido do descaramento dela. Os dois principais jornais do sistema, o Washington Post e o New York Times, apareceram a defendê-la.
Hilary é uma fomentadora de guerras. Ela empurrou o regime de Obama para a destruição de um governo estável e muito cooperante na Líbia, em que a “Primavera Árabe” consistia num grupo de jihadistas apoiados pela CIA, utilizados para desalojar a China e os seus investimentos petrolíferos da Líbia oriental. Pressionou o marido para bombardear a Jugoslávia. Supervisionou o golpe que derrubou o presidente democraticamente eleito nas Honduras. Promoveu ao departamento de estado a neoconservadora Victoria Nuland, que preparou o golpe que derrubou o presidente democraticamente eleito da Ucrânia. Chamou ao presidente Vladimir Putin o “novo Hitler”. Hillary como presidente é a garantia de guerra e mais guerra.
http://www.washingtonsblog.com/2016/02/hillary-clintons-six-foreign-policy-catastrophes.html
Nos Estados Unidos o governo foi privatizado. Os detentores de lugares oficiais usam as suas posições para enriquecerem, não para servirem o interesse público. Bill e Hillary Clinton são o símbolo acabado do uso do serviço público em prol do seu detentor. Para os Clinton governar significa usar o serviço público para recompensar favores prestados a interesses privados. O Wall Street Journal noticiou “pelo menos 60 companhias que fizeram lóbi no departamento de estado durante o seu mandato [de Hillary Clinton] como secretária de estado doaram no total mais de 26 milhões de dólares à Fundação Clinton.
http://www.washingtonsblog.com/2015/02/hillary-clinton-exposed-part-1-aggressively-lobbied-mega-corporations-secretary-state.html
Segundo o washingtonblog.com, “Tudo incluído, a fundação Clinton e as suas filiais acumularam doações e brindes de todas as origens num total de mais de 1,6 biliões de de dólares, segundo as suas declarações de rendimentos”.
Segundo rootsactionteam.com, os doadores multimilionários incluem a Arábia Saudita, o oligarca ucraniano Victor Pinchuk, Kuwait, Exxon Mobil, Amigos da Arábia Saudita, James Murdoch, Qatar, Boeing, Dow, Goldman Sachs, Wlamart e os Emiratos Árabes Unidos.
Segundo o International Business Times, “Sob Hillary Clinton, o departamento de estado aprovou vendas comerciais de armamento no valor de 165 biliões de dólares a 20 nações cujos governos deram milhões à Fundação Clinton”
http://www.ibtimes.com/clinton-foundation-donors-got-weapons-deals-hillary-clintons-state-department-1934187
Hillary Clinton tem escapado incólume a tantos crimes e escândalos que ela poderá vir a ser considerada como a pessoa mais afoita que alguma vez ocupou a presidência. Com a corrida ao armamento relançada, com a Rússia a ser considerada “uma ameaça existencial aos Estados Unidos”, e a declaração de Hillary considerando o presidente Putin como o “novo Hitler”, a sua postura arrogante e autoconfiante poderá levar longe demais até desencadear um conflito entre a NATO e a Rússia. Tendo em conta o extraordinário poder destrutivo das armas nucleares, Hillary na presidência poderá significar o fim da vida na terra.
________
BOA TARDE SR JULIO MARQUES , A SELECÇÃO QUE FAZ HOJE S/ ARTIGO DO DR PAUL CRAIG ROBERTS EX-REPUBLICANO E ACTUALMENTE “INDEPENDENTE” ´E OPORTUNA , CONTUDO NUMA ÉPOCA DE TUDO BONS RAPAZES E DADA A SUA PREOCUPAÇÃO EM TRANSMITIR OPINIÕES OBVIAMENTE VÁLIDAS SERIA BOM QUE SE DEBRUCE SOBRE OUTROS “TEFLON” ASSIM, FAÇO-LHE UM PEDIDO ESTE APROVEITANDO-ME DUM TITULO DE ARTIGO DO DR. P.C.ROBERTS “THERE IS NO FREEDON WITHOUT TRUTH ” E ESTE ESTENDIDO APROVEITANDO-ME DA SUA ISENÇÃO A POR EXEMPLO : ALEKSANDR LUKAHENKO —5º MANDATO CONSECUTIVO–BIELORRUSSIA, NURSULTAN KAZARBAYEF, ESTE DESDE 16-12-1991, DO CAZAQUISTÃO,–ISLAM KANIMOV DESDE 1989 NO URBEQUISTÃO ,—-ALMAZBEK ATAMBAIEV -DO QUIRQUISTÃO ENTRE 27-10-1990 E 25-03-2005 (ESTE DO PARTIDO SOCIAL DEMOCRATICODO QUIRQUISTÃO ,COMO DEVE SABER –FANTOCHE DO P.C.),,,ESTOU A TIRAR-LHE TANTO DO SEU TEMPO -DESCULPE-ME PELO ABUSO-, MAS NÃO RESISTO A PEDIR-LHE QUE ME EXPLIQUE
Agradeço-lhe a consideração por mim manifestada. Como sabe o texto não é meu, é de Paul Craig Roberts. Parecia-me também de bom-tom dirigir-se directamente ao autor citado e creio que ele também se sentirá reconhecido pela sua consideração.
Quanto ao resto, como sabe, e possivelmente melhor que eu, são enormes as forças políticas e bélicas envolvidas em toda a região na tentativa de reescrever o mapa de toda aquela grande zona riquíssima em recursos naturais e paupérrima em rendimento por habitante . Evidentemente há as ditaduras do lado de lá e há as ditaduras do lado de cá e toda a luta hoje é a de se tentar passar as ditaduras do lado de lá para o lado de cá, para que continuem ditaduras, claro está. Exemplo: a Ucrânia mudou muito depois de Maidan?
Uma pequena ajuda: siga o blog até porque iremos editar uma série de textos sob o tema O drama dos migrantes numa Europa em declínio e capturada por Erdogan e Obama. Aí se falará das linhas de tensão sobre toda esta zona e muito se mostrará sobre a captura da Europa por um grande aliado dos Estados Unidos, Erdogan, o quase-sultão da Turquia. Consequentemente, a partir desses textos poderá ficar esclarecido quanto à política sobre as DITADURAS do lado de cá e pode igualmente considerar que esta POLÍTICA não é muito diferente da aplicada às ditaduras do lado de lá.
Mas mantenho a sugestão de base: escreva a Paul Craig Roberts. Ele esclarecê-lo-á bem melhor do que eu.
Júlio Marques Mota