Selecção e tradução de Júlio Marques Mota
Argentina, Brasil: ameaças contra os povos!
Marinus Van Reymerswaele, Os avarentos ( The misers)
Auran Derien, universitário
Mauricio Macri, presidente da Argentina, confirma todos os dias a sua função de estar a escravizar o seu povo, tal como os oligarcas que pululam na Europa.
Sobre quatro grandes temas, o servilismo é total: o Vaticano, o mundo voraz das finanças, insegurança pública, os atentados sob falsa bandeira.
No Vaticano está um argentino, o Papa Francisco.
Ele recebeu Mauricio Macri no final de Fevereiro de 2016 de maneira muito fria, ao contrário da bonomia que geralmente se apresenta nestas ocasiões. O presidente da Argentina, foi colocado em frente ao Papa, instalado atrás de uma secretária exactamente como um zé ninguém deve estar perante um Mestre. Isto é representativo da forma como as autoridades religiosas monoteístas tratam agora os presidentes da República. Na terminologia dos dadores de ordens totalitários só devem existir estados vassalos. A Argentina não é nada, o Vaticano tem muito mais importância. Mauricio Macri foi ajudado pela seita do Vaticano para ganhar as eleições. E veio curvar-se ou fazer-se repreender por aquele a quem deve algo. Este é apenas um ponto de servilismo.
Os vorazes do mundo da finança.
Os fundos abutres financeiros, retomaram a pilhagem da Argentina, levando Macri a a ajoelhar-se diante deles; o slogan apresentado é típico da globalização financeira “para ser considerado solvável, não há nada melhor do que empenhar o património.” Por outras palavras, os financeiros emprestam ao Estado que dá como garantia tudo o que é público, os bens comuns da Argentina. Alguns escroques podem, pois, a partir de falsos dólares, apropriarem-se dos bens da Argentina, mas também, naturalmente, das riquezas de não importa de que país, a Europa sendo actualmente um excelente observatório deste parasitismo financeiro.
Porquê endividarem-se ainda e ainda mais quando se sabe que se trata de uma maneira de pilhar um país? Para agradecer à alta finança mundialista o dinheiro distribuído no momento certo para promover a eleição do Presidente? Os vorazes sentem-se de tal forma apoiados pelo resto da oligarquia globalitária que estes decidem mesmo as datas em que vão recolher os fundos. O governo executa.
Esta é organizada pela ministra do Interior, muito naturalmente colaborador infame da CIA. Esta dama que trabalha para essas gentes retomou o tema tão popular na América Latina: a luta contra o tráfico de drogas. Ao pegar nesta parafernália obsoleta, todos compreendem que o ministro contactou a CIA, a DEA, o FBI para que estes venham instalar-se , uma vez que já estão nos outros países latino-americanos que ficaram sob o seu domínio. Toda a gente o sabe, tanto na Argentina como no México, na Colômbia ou no Panamá, que a DEA é um exército que ajuda alguns cartéis contra os outros, dependendo dos seus interesses e dos da oligarquia globalitária. O Estado argentino vai acabar vítima das ignomínias dos gangues americanos.
A morte do promotor Alberto Nisman é também uma oportunidade para se ajoelharem. Nisman, como já se explicou anteriormente, passou a sua vida, muito agradável, à procura de provas contra o Estado argentino de que este teria apoiado o Irão num ataque em que foi atingida uma associação judaica. No entanto, como muitas vezes acontece, houve apenas um ataque de bandeira falsa muito comum e banal em que o Irão e a Argentina são as vítimas, porque a falsa bandeira é um método de vigarice utilizado sistematicamente pelas oligarquias com muito sucesso noutros lugares, desde o final do século XIX.
De acordo com os jornais argentinos, a actual ministro do Interior, muito próxima da CIA, terá muitas vezes telefonado para o promotor Alberto Nisman, especialmente nos dias que precederam a sua morte.
Entre a CIA e a Mossad, não há diferença, os dois trabalham em cooperação. As disposições absurdas do costume foram tomadas. Tudo era falso. Em 10 anos de vida agradável a não fazer nada, a não ser viver bem à custa do Estado, Nisman nunca apresentou nem um só fragmento de prova. Mas o Irão, a verdade revelada, deve ter cometido o atentado da AMIA. O governo argentino da época, a verdade revelada, deve ter trabalhado com este país. Nisman deve ter sido assassinado pelos malfeitores, verdade revelada, sejam eles iranianos ou argentinos. A verdade revelada, não há senão isto como verdade. O resultado, pelo menos, é o de andar a arrotar por tudo o que é sitio que a Argentina é um país onde reina a ineficiência…
A escravidão dos países em tempo de invasão global leva à pobreza dos povos e dos estados, organizada de forma contínua e sistemática por gangues que reinam nas multinacionais da finança, do comércio e dos meios de comunicação. Os próprios criminosos de colarinho branco colocam à frente na direcção dos estados verdadeiros comparsas treinados para conduzirem verdadeiras guerras à carteira para arruinar as classes médias e os Estados que as representam.
Em todos os lugares na América Latina, Venezuela, Equador, Brasil, etc. assistimos à mesma queda no abismo. Tudo para o “Al Capone Corporation World” que só redistribuiu a riqueza para os grupos ditos marginais, mas que contribuem poderosamente para o projecto da tirania do mundo dos ricos, através da destruição da cultura, do conhecimento, da qualidade dos homens
O próximo passo, seguindo o modelo brasileiro. Os escroques do governo Macri querem levar a julgamento a ex-presidente Kirchner, tal como os bandidos de Brasília visam eliminar a Presidente Rousseff. Mais uma vez, caímos na velha crapulice explicada por Nietzsche: a inversão de valores mais a acusação dirigida contra as vítimas da crapulice!
Auran Derien, Revista Metamag, Argentine, Brésil: menaces contre les peuples ! Texto disponível em : http://metamag.fr/2016/05/17/argentine-bresil-menaces-contre-les-peuples/
ILLUSTRATION : MARINUS VAN REYME