De um escândalo a outro – do escândalo Baupin ao da lei El Khomri | 3. Denis Baupin ou a arte consumada da linchagem – por Régis de Castelnau

Falareconomia1

Selecção e tradução de Júlio Marques Mota

De um escândalo a outro – do escândalo Baupin ao da lei El Khomri

3. Denis Baupin ou a arte consumada da linchagem
Esqueça as salas de audiência, os media irão fazer o trabalho!

Régis de Castelnau, advogado. Revista Causeur

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Denis Baupin lors du congrés d’Europe écologie – Les Verts à Nantes en septembre 2012 (Photo : SIPA.00643879_000021)

Chic, um linchamento! Começa a ser monótono, aborrecido, e como nos Estados Unidos na grande época é a imprensa que nos informa e nos indica aqueles que vão ter direito ao linchamento.

Que cai sobre Denis Baupin, digo eu, aquele que encarna perfeitamente o modelo do impostor político ecologista. Além disso, casou-se recentemente com Emmanuelle Cosse, outra criatura que mais parece um cata-vento e que acaba de nos gratificar com uma sequência de cinismo político ganancioso com negações e contorções para conseguir uma cadeira no Palácio da República. Além disso, ela é provavelmente o alvo principal, os seus amigos parecem ter decidido apresentar a factura da sua traição.

Porque, como é habitual, quando uma operação como esta ocorre, sabe-se bem que há sempre um comanditário. Nunca é por acaso. E quando vemos que este é Mediapart que se lança nesta função fica tudo bem claro. Acompanhado também por France Inter, mais uma prova de que o serviço público desde a ordenação de Elise Lucet na France 2, parece querer lançar-se também na “investigação”. Tanto pior para a exigência jornalística, isto é tão chique, não é?

Eu não sei em que regime matrimonial os dois pombinhos se casaram, mas a comunhão, mesmo que se limite aos bens adquiridos, vai tornar-se curiosamente muito cara.

Então, qual é a história? Denis Baupin seria um “agressor sexual”. Os factos remontam a três anos atrás, e estão, portanto, prescritos, o que será mais prático para dizer seja o que for, sabendo que não poderá haver nenhum processos judicial de contraditório. Então, se as “queixosas” não se precipitaram a queixarem-se, é talvez porque naquela época a possível crítica que poderia ser feita a Baupin não merecia nenhuma qualificação penal. Ah, não, não é isso, responder-nos-ão, é simplesmente porque elas acabam de se libertar da sua amnésia traumática. Mas então qual foi o gatilho que desencadeou esta libertação? A nomeação de Emmanuelle Cosse como ministra de Habitação e o seu apoio a François Hollande para as presidenciais?

Porquê sobrecarregarem-se com normas processuais?

Por conseguinte tudo isto vai ser palavra contra palavra? Bem, quando digo palavra, obviamente entender-se-á apenas a “das vítimas”, não se vai ouvir a daquele que está completamente destroçado. A confrontação dos testemunhos, é no tribunal que deve ter lugar, e é aí, recordemo-lo que se fazem os linchamentos, não se vão atafulhar em regras processuais, apesar de tudo !

Mas há os SMS, dizem-nos! Sim, mas trata-se de correspondências privadas, enviadas num contexto de que se ignora tudo, e que está ligado por conseguinte ao segredo que protege a vida privada, e que somente um juiz pode obrigar a vir a público. Mas isto é novo, isto? Plenel, tem o direito de violar todos os segredos no entanto protegidos pela lei e é mesmo nisto que o seu pato tem feito sucesso. De resto, os que violam o segredo da correspondência, que publicam escutas piratas, fazem circular cenas de sexo, deveriam ter o estatuto “de lançadores de alerta”. E fixarem eles próprios a sua taxa do IVA.

O que será interessante olhar, para além do que “a grande imprensa” vai publicar com gulodice, será a reacção das redes, e sobretudo as da esfera do feminismo. Teremos o espectáculo “da violência feita aos homens… e às mulheres”, violência moral, violência social mas violência que aterroriza mesmo assim. Na base de insultos, ofensas, escarros, manifestações, de conversas à parte, ou mesmo de mulheres de seios à mostra a atirarem-se para cima das viaturas.

Não sei se Denis Baupin e Emmanuelle Cosse têm filhos em idade escolar, mas se é o caso, cuidado com o ambiente nos recreios da escola.

Então ao mesmo tempo que lhes desejo muita coragem, vou permitir-me dar dois conselhos. Em primeiro lugar cortam com tudo durante 15 dias, nem imagens nem som, os vossos advogados estarão para sustentar o ataque. Seguidamente ide pedir uma pequena consulta a DSK [Dominique Strauss Kahn], em matéria de linchagem, ele sabe da matéria.

Mas, digam-me, isto é novo, tu agora a defenderes os Verdes? Não, pessoalmente aplica uma regra simples: em matéria de linchamento, defendemos primeiro e discutimos depois.

Régis de Castelnau, Revista Causeur, Denis Baupin ou l’art consommé du lynchage -Oubliez les prétoires, les médias feront le job! Texto disponível em :

http://www.causeur.fr/baupin-cosse-eelv-lynchage-harcelement-sexuel-38123.html

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