EDITORIAL – A QUARTA INTERNACIONAL

logo editorialFoi em 3 de Janeiro de 1938 que se formou a IV Internacional Comunista,  cuja figura tutelar foi Léon Trotsky, pelo que os militantes desta organização são designados por trotskistas.

É um lugar-comum, mas como quase sempre acontece com os conceitos e aforismos classificados com esta figura de estilo, espelha a realidade: a  esquerda rege-se por «princípios», enquanto a direita   obedece a objectivos muito concretos – a esquerda está dividida em seitas ideológicas que convertem as directivas dos seus líderes em dogmas e o que muitas vezes não passam de banalidades e tautologias, em princípios fundamentais pelos quais dão a vida .

Marx era um homem de uma enorme sensatez e com uma consciência serena da realidade política, da injustiça social e da necessidade absoluta de transformar as relações entre os homens – o comunismo é um conceito pacífico da reformulação social necessária à reorganização da vida em sociedade. Naqueles tempos em que o capitalismo florescia e a burguesia se fortalecia com o aperfeiçoamento da técnica vampiresca de se alimentar do sangue alheio, era muito evidente a diferença entre exploradores e explorados. Só esta tendência da esquerda para a valorização desmedida da pormenorização ideológica é que resulta num sectarismo que dá prioridade  à luta contra tendências diferentes sobre a guerra contra o verdadeiro inimigo. Com a Guerra Civil a ensanguentar Espanha, a esquerda dividiu-se mais uma vez. Não queremos fazer juízos de valor nem optar por uma ou outra posição, mas apenas lamentar que ao longo da história da luta proletária os trabalhadores, por uma ou outra razão, sempre tenham estado divididos.

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