Há linhas e comboios antigos recuperados em vários países (Espanha, Inglaterra, Canadá, etc.) que servem turistas e habitantes locais, numa interessante mistura de História, de estética e de utilidade pública. Há estações recuperadas nesses países e roteiros belíssimos por onde passam esses comboios da saudade.
Em Portugal não há nada, nunca há nada que não seja de interesse imediato e consumista. Há, sim, antigas e belas estações, tristes e abandonadas por entre paisagens lindíssimas e linhas férreas sacanamente encerradas, a partir de um modo de estar e pensar politicamente economicista e arrivista.
E agora há (ou vai haver) isto. Porque será que esta gente de dinheiro e de poder é sempre mais inculta e medíocre? Serão self made broncos misteriosamente enriquecidos? Serão estes os tais empreendedores de que tanto se fala, sem que se perceba a sua utilidade?
Já repararam na pimbalhice, na aculturação, no imenso provincianismo desta empreendação?
E porque é que eles singram?
Porque o povãozão, igualmente inculto e pimba, consome todas as merdas que lhe proponham e só uns idiotas mínimos (que ninguém, evidentemente, ouve) se pronunciam contra. É sempre assim, nestes como noutros abstrusos casos de atentados ao Património e à História. Que uns e outros ignoram.
carlos