EDITORIAL – AS ELEIÇÕES EUROPEIAS E A EUROPA

As eleições que vão realizar-se em países da União Europeia (UE) nos próximos meses poderão vir a ter uma influência decisiva no futuro da organização, e mesmo nos países que dela não fazem parte. Particularmente importantes, neste aspecto, serão as eleições na Alemanha (legislativas), França (presidenciais) e Holanda (legislativas, já no dia 15 de Março).  Na primeira, o SPD, partido social-democrata, parece ter fortes ambições, mas prevê-se uma luta renhida entre a CDU de Angela Merkel e as forças mais à direita, muito centrada nas questões relacionadas com os imigrantes e os refugiados. Em França, as previsões apontam para uma votação forte em Marine Le Pen, parecendo cada vez mais distantes as hipóteses dos outros candidatos, tanto da direita como da esquerda oficial, como será o caso de François Fillon, alvo de acusações de corrupção, ou de Benoît Hamon, vencedor das primárias do partido socialista, mas que não parece capaz de arrastar consigo o eleitorado, até pelas incongruências que se têm assinalado nas suas ideias. Mais à esquerda, na esquerda real, não se vislumbra nenhuma candidatura forte. Na Holanda, a ameaça do partido da Liberdade de Geert Wilders (leia-se o que Rob Riemen escreveu em O Eterno Retorno do Fascismo) poderá ser equilibrada pela ascensão do partido Verde, liderado por Jesse Klaver, e que tem uma forte componente social no seu programa (clicar no segundo link abaixo).

No conjunto da Europa, como assinala Perry Anderson no artigo Agitação anti-sistema na Europa e nos Estados Unidos, publicado na edição portuguesa de Le Monde Diplomatique do corrente mês de Março, a julgar pelo número de países que dominam e pela força eleitoral que acumularam, os movimentos de direita têm levado a palma sobre os de esquerda. Anderson refere ainda que a razão mais evidente para tal é os primeiros se terem apropriado da questão dos emigrantes e, com a excepção da Alemanha e da Holanda, defenderem o estado-providência. As posições antieuropeias que têm manifestado porão sem dúvida problemas à continuidade da UE.

Entretanto, Portugal e a sua “gerigonça” parecem constituir uma excepção neste estado geral de coisas, como assinala Leonídio Paulo Ferreira no Diário de Notícias de hoje. Para acederem ao seu artigo propomos que cliquem no primeiro link abaixo.

 

http://www.dn.pt/opiniao/opiniao-da-direcao/interior/de-geringonca-a-case-study-5706872.html?utm_term=Reino+Unido+e+Alemanha+querem+portugueses+a+tratar+de+idosos&utm_campaign=Editorial&utm_source=e-goi&utm_medium=email

https://www.theguardian.com/world/2017/mar/06/the-jessiah-dutch-progressive-populist-jesse-klaver

Leave a Reply