

Jorge Amado concluiu Jubiabá em 1935. Lendo-o, acompanhamos António Balduíno na sua caminhada desde o Morro do Capa Negro, do pai de santo Jubiabá, passando pela Rua Chile e pela Lanterna dos Afogados. Desde menino que Baldo sonha com o mar e que luta pela sua liberdade. O amor que tem por Lindinalva domina a sua existência, apesar de ter sido expulso injustamente da casa dela. Após ter sido boxeur, sambista e de viver muitos amores, reencontra-a na Ladeira do Tabuão, e acompanha-a na hora da morte. Pelo filho dela vai trabalhar para a estiva. Nas lutas dos trabalhadores percebe o significado da solidariedade. Faz fugir Exu da macumba de Jubiabá. Zumbi dos Palmares pisca para ele do céu. E Jubiabá se inclina diante dele. Deixa de querer entrar pelo mar para a morte, como quando pensava em Lindinalva. Um dia partirá num navio e fará greve em todos os portos. Responde ao adeus do marinheiro loiro que vai no navio holandês todo iluminado, e Hans, pela voz de Manuel da Fonseca, responde ao adeus de António Balduíno em
No Diabo n.º 222, publicado em 24 de Dezembro de 1938, apareceu a Canção de Hans, de Manuel da Fonseca, com a dedicatória do autor a Jorge Amado. O escritor português deu-nos assim a conhecer a resposta de Hans, o Marinheiro, a António Balduíno. Permitam que manifestemos estranheza por a dedicatória não aparecer em algumas (não conhecemos todas) das edições da poesia de Manuel da Fonseca. Até porque é uma demonstração do interesse do autor português pela obra do autor brasileiro, na década de 1930.
Este post é a reedição, com algumas alterações, de outro, já publicado em A Viagem dos Argonautas em 10 de Agosto de 2012. Cliquem em:
HANS, O MARINHEIRO, CANTA PARA ANTÓNIO BALDUÍNO – por João Machado