SINAIS DE FOGO – CONSTÂNCIO SEM CORTES – por Soares Novais

 

Constâncio deixa a vice-presidência do Banco Central Europeu (BCE) em Maio. E com ele traz 16 000 euros de reforma. Tal verba irá juntar-se à pensão de 9 000 euros que aufere por ter sido governador do Banco de Portugal (BdP). Ao todo, o reformado Constâncio vai sacar todos os meses 25 000 euros.

Embora se tenha notabilizado por ser mestre em apresentar previsões macroeconómicas erradas e de não ter topado o assalto ao Banco Português de Negócios (BPN), a verdade é que Constâncio sempre soube meter a viola no saco e garantir uma boa vida.

Um exemplo: como “vice” do BCE, já ganha o dobro do salário do presidente da Reserva Federal dos Estados Unidos (Fed). Constâncio aufere 320,688 euros anuais brutos, cerca de 26.724 euros mensais, ou seja, mais 115% do que o líder da Fed.

Também como governador do BdP, cargo que exerceu entre 2000 e meados de 2010, o seu salário cresceu até aos 243.211 euros anuais, incluindo os subsídios de férias e de Natal.

Era isso que ganhava no BdP quando Draghi o convidou para ocupar um dos luxuosos gabinetes de uma das torres, com quase 200 metros de altura, que constituem o edifício sede do BCE em Frankfurt.

Lembro que Constâncio foi um dos grandes defensores do congelamento dos salários dos funcionários públicos; e, ainda recentemente, concordou com a aplicação de eventuais sanções a Portugal – apesar do país ter conseguido, pela primeira vez, um défice abaixo dos 3%. “É inacreditável e inaceitável”, foi o grito que ecoou, então, pelo Palácio de Belém perante tal possibilidade e o silêncio cúmplice do português apadrinhado pela nomenclatura do BCE.

Uma coisa é certa: para este Constâncio e todos outros que por aí andam as reformas são douradas. E livres do factor de sustentabilidade. Tal  só se aplica a quem recebe uma pensão milionária de escassas centenas de euros a cada 30 dias…

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