
Foi com a “Ode à Alegria” que médicos suiços colocaram ponto final à vida do cientista David Goodall. Foi Goodall que escolheu o poema de Friedrich Schiller, cantado no quarto movimento da 9.ª sinfonia de Beethoven, para se despedir de uma vida que já não lhe interessava viver.
Goodall era um cientista inglês, radicado há muito na Austrália, tinha 104 anos, não tinha nenhuma doença grave, mas a infelicidade que o assolava levou-o a tomar a decisão de pôr termo à sua longa e singular vida.
A infelicidade de Goodal começou após uma queda no seu apartamento, que diminuiu a sua independência. Os médicos fizeram-lhe um ultimato: ou David contratava ajuda 24 horas por dia ou teria de ir para um lar. Goodal recusou ambas as hipóteses. E explicou a sua decisão em optar pela morte, durante uma entrevista a um canal de televisão australiano:
“Não estou feliz. Quero morrer e isso não é particularmente triste. Uma pessoa da minha idade deve beneficiar em pleno dos seus direitos de cidadão, incluindo o direito ao suicídio assistido.”