Há um elemento da Aeronáutica Militar Italiana muito amado por todos os italianos, miúdos e graúdos, ou seja, a formação das chamadas Frecce Tricolori (Flechas Tricolores), das poucas coisas capazes de despertar um genuíno orgulho nacional muitas vezes abafado por sentimentos regionalistas.
A Patrulha Acrobática Nacional (PAN) italiana surgiu em 1961 pela decisão de criar um grupo permanente de treinamento de pilotos na acrobacia aérea. A patrulha italiana é a mais numerosa do mundo no seu género, composta por dez aviões (um deles “solista”), e conta com um programa de voo que inclui cerca de vinte acrobacias com vinte minutos de duração cada.
Na passada sexta-feira as Flechas pintaram com as três cores da bandeira italiana o céu sobre Veneza, num momento que deverá ser considerado extraordinário tendo em conta que o espaço aéreo veneziano costuma estar fechado, por razões de segurança e tutela do património.
Quiçá para contornar esta limitação, oficialmente a patrulha sobrevoou Veneza enquanto se deslocava da sua base de Rivolto em direção de Cervia para uma manifestação aeronáutica, sendo que não foi autorizada uma verdadeira exibição sobre a laguna. Porém é especialmente significativa a efeméride assinalada pela passagem das Flechas, que de facto coincidiu com o aniversário da chamada Batalha do Solstício, há 100 anos exatos, em que o exército italiano resistiu à última investida austro-húngara e em que perdeu a vida o heroico aviador Francesco Baracca.