Trata-se de uma recolha de lendas, os mitos, as lenga-lengas ou os contos de vários países e continentes (Portugal, Angola, Brasil, Cabo Verde, Chinaa, Guiné Bissau, Moçambique, Roménia, Rússia, S. Tomé e Príncipe), numa publicação da Câmara Municipal de Moura e do ano de 2010.
José Maria Prazeres Pós-de-Mina, Presidente da referida Câmara, realça: “A publicação deste livro representa o testemunho de diversas formas de expressão de raiz popular que, na sua diversidade, compõem um mosaico de carácter universal, tendo como traço comum a afirmação da sua identidade e das suas origens e referências. Ancorados nas suas próprias raízes estabelecem laços com outras gentes e outras culturas. A publicação deste livro, em que as palavras vertidas no papel espelham a imaginação dos nossos antepassados, é um contributo inestimável para que as novas gerações aprendam o significado dos contos e para que estes não se percam na nossa memória. Ficam aqui registados para memória futura. E faz sentido conhecer contos de todo o Mundo porque, o Mundo, é a nossa casa comum”.
“Pretende-se preservar a memória do conto contado como património dos povos, neste caso até com preocupações multiculturais, antes de ser triturado pelas redes planetárias, acautelando testemunhos culturais a que, com bonomia, todos gostamos de voltar quando a pressão tecnológica nos cansa com o rigor das imagens e dos números. Bem-haja por isso a equipa que fez e organizou esta recolha” ( João Mário Caldeira).
Adianta-se ainda:
“Parecem-nos urgentes estes mitos da criação humana para sentirmos o quanto tudo é possível, ou seja, o quanto a nossa visão das coisas é relativa e transitória e pode ser alterada. Trazer de volta esses elementos é eternizar personagens e vivências indispensáveis para a compreensão da nossa história e das nossas vidas, é imortalizar sentido de liberdade e transgressão que nos oferece qualquer fronteira. Estes enredos carregados de sentido mítico insuflem em nós a nostalgia de um tempo que não conhecemos mas de que, paradoxalmente, sentimos saudade. Fornecem uma explicação plausível, ensaiam um movimento perpétuo e circular de expansão dos limites do possível, bebendo da imaginação, da inspiração e da intuição as bases para deitar abaixo as falsas fronteiras que a nossa falta de imaginação produz e inventar novos laços em que a dominação sucumbe ante a cooperação. Esta recolha tem por objectivo recordar-nos o dever de nos aproximarmos uns dos outros, até como forma de nos aproximarmos de nós mesmos e redescobrir a nossa identidade essencial”.
Excelente trabalho . Obrigada Maria