Sobre as razões que estão na base dos focos de tensão entre a China e os Estados Unidos – 20. China, o país que não fracassou (1/2). Por Philip P. Pan

Tensão EUA China 0

Seleção e tradução de Júlio Marques Mota

Este texto constitui a parte 1 de uma série de textos editados pelo New York Times sob o título de “Regras da China, Eles não gostaram do livro de regras do Ocidente. Assim, escreveram o seu próprio livro.” Dada a sua extensão será editado em 2 partes.

JM

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20. China, o país que não fracassou (1/2)

Philip P Pan Por Philip P. Pan, fotografias de Bryan Denton

Publicado por New York Times, em 18 de novembro de 2018 (aqui)

Republicado por Gonzallo Rafo , em 28 de novembro de 2018 (aqui)

 

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O Ocidente tinha a certeza de que a via seguida pelos Chineses nas últimas décadas iria falhar. Bastava esperar. E o Ocidente continua à espera.

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A atracção do passado: Trabalhadores aeroespaciais vestindo uniformes estilo Longa Marcha.

 

Nos anos de incerteza que se seguiram à morte de Mao, muito antes que a China se tornasse um colosso industrial, antes do Partido Comunista se ter empenhado numa via ganhadora que iria reformular o mundo, um grupo de estudantes de economia reuniu-se num retiro nas montanhas, nos arredores de Shanghai. Aí, nas florestas de bambu de Moganshan, os jovens estudantes confrontaram-se com uma pergunta premente: como é que a China poderia alcançar o Ocidente?

Estava-se no Outono de 1984, e do outro lado do mundo, Ronald Reagan estava a prometer “um novo amanhecer para a América.” A China, entretanto, estava apenas a recuperar de décadas de agitação política e económica. Tinha havido progressos na China rural, mas mais de três quartos da população ainda vivia em extrema pobreza. O Estado decidia onde cada um trabalhava, o que cada fábrica fazia e quanto custava cada coisa.

Os estudantes e investigadores que frequentavam o Simpósio académico de economistas jovens ou de meia-idade queriam desencadear as forças do mercado, mas temiam que a economia chinesa se afundasse e alarmassem os burocratas do partido e ideólogos que a controlavam.

Mais tarde, durante uma noite chegaram a um consenso: as fábricas deviam cumprir as quotas estaduais, mas poderiam vender qualquer coisa extra que fabricassem e ao preço que entendessem. Foi uma proposta inteligente, radical e discreta para minar a economia planeada- mas isto intrigou um jovem funcionário do partido na sala que não tinha formação económica. “Como eles estavam a discutir o problema, eu não disse nada”, lembrou Xu Jing’ an, agora com 76 anos e aposentado. “Eu estava a pensar, como é que fazemos isto funcionar?”

A economia chinesa cresceu tão rapidamente e durante tanto tempo que agora é fácil esquecer como seria considerado altamente improvável na época a sua metamorfose numa potência global, quanto a sua ascensão era improvisada e nascida do desespero. A proposta que o Sr. Xu tirou do seu retiro na montanha, logo adotada como política governamental, foi um passo primordial nesta espantosa transformação.

A China é agora o país com maior número de pessoas com casa própria, de utilizadores de Internet, de diplomados com o curso superior, e, por algumas contagens, até do número de bilionários. A pobreza extrema caiu para menos de 1 por cento. Um enorme país rural, de grande pobreza, evoluiu e tornou-se o rival mais significativo dos Estados Unidos desde a queda da União Soviética.

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A China hoje pode hoje ser considerada irreconhecível para os seus fundadores comunistas, mas o passado ainda assume um fascínio poderoso. “O turismo vermelho” é uma grande indústria.

 

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A China está agora menos preocupada em alcançar o Ocidente. Em vez disso, ela questiona-se como é que pode passar-lhe à frente.
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O país lidera o mundo em termos do número de internautas e diplomados universitários. Está agora a trabalhar para aterrar uma pessoa na lua.

 

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Longe estão os dias em que o Estado decidia onde cada um trabalhava e o que cada fábrica produzia.

 

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O mundo pensou que mudaria a China, mas o sucesso da China foi tão espetacular que foi a China a mudar o mundo.

 

Uma disputa histórica em termos de potências está em curso. Com o presidente Xi Jinping a forçar uma agenda mais assertiva no exterior e apertando os controles em casa, a administração Trump lançou uma guerra comercial e está a preparar-se para o que poderia ser uma nova guerra fria. Entretanto, em Pequim a pergunta atualmente é menos como alcançar o Ocidente do que como passar-lhe à frente, e como fazê-lo numa nova era de hostilidade americana.

O padrão é familiar para os historiadores, um poder crescente está a desafiar um poder estabelecido, com uma complicação conhecida: durante décadas, os Estados Unidos encorajaram e ajudaram a ascensão da China, colaborando com os seus líderes e o seu povo para construir a mais importante parceria económica no mundo, uma parceria que beneficiava ambos os países.

Durante este tempo, oito presidentes americanos admitiam, ou esperavam, que a China eventualmente se inclinaria para o que o establishment eram consideradas as regras estabelecidas da modernização: a prosperidade dinamizaria a procura popular pela liberdade política e arrastaria a China para o campo das Nações democráticas. Ou a economia chinesa vacilaria sob o peso do poder autoritário e da podridão burocrática.

Mas nada disto aconteceu. Em lugar disso, os líderes comunistas de China desafiaram as expectativas repetidas vezes. Eles abraçaram o capitalismo mesmo quando continuaram a considerar-se marxistas. Eles utilizaram a repressão para manter o poder, mas sem sufocar o mundo empresarial ou a inovação. Rodeados por inimigos e rivais, eles evitaram a guerra, com uma breve exceção, mesmo quando eles incentivaram o sentimento nacionalista no seu país. E eles presidiram a mais de 40 anos de crescimento ininterrupto, muitas vezes com políticas pouco ortodoxas que, segundo os manuais, estariam condenadas a falhar.

No final de setembro passado, a República Popular da China assinalou um marco alcançado. Tinha ultrapassado a União Soviética em longevidade. Dias mais tarde, comemorou um recorde de 69 anos de governo comunista. E quanto à China poderá estar em vias de dar um grande passo – uma nova superpotência com uma economia em vias de se tornar não apenas a maior economia do mundo mas que será, muito em breve, a maior por uma larga margem.

O mundo pensou que poderia mudar China e, de vários pontos de vista, fê-lo. Mas o sucesso da China foi tão espetacular que é ela que tem, sobretudo ela, mudado frequentemente o mundo – e a compreensão americana de como o mundo funciona.

Não há nenhuma explicação simples quanto à forma como os líderes chineses alcançaram um tal sucesso. Haverá aqui previsão e sorte, competência e determinação violenta, mas talvez o mais importante era o medo – um sentimento de crise que os sucessores de Mao nunca ultrapassaram, e que se intensificou após o massacre da Praça de Tiananmen e o colapso da União Soviética.

Mesmo quando colocaram os desastres do poder de Mao para trás das costas, os comunistas de China estudaram e estavam obcecados sobre o destino dos seus velhos aliados em Moscovo, determinados a aprender com os seus erros. Eles tiraram duas lições: o partido precisava abraçar a “reforma” para sobreviver — mas a “reforma” nunca deve incluir a democratização.

Desde então, a China tem oscilado entre impulsos concorrentes, entre a abertura e a repressão, entre experimentar as mudanças e a resistência, ganhando sempre uma certa distanciação antes de decidir ir mais longe num ou noutro sentido mas sempre com o medo de falhar.

Muitas pessoas disseram que o partido falharia, que esta tensão entre a abertura e a repressão seria demasiada para uma nação tão grande como a China sustentar. Mas pode ser precisamente por isso que a China arrancou e seguiu em frente.

Se pode continuar a fazê-lo com os Estados Unidos a tentarem bloqueá-la, essa é toda uma outra questão.

Funcionários que se convertem em capitalistas

Nenhuns dos participantes na conferência de Moganshan poderia ter previsto como é que a China descolaria, muito menos os papéis que iria ter no boom que se seguiu à sua descolagem económica. Eles tinham atingido a maioridade numa era de tumultos, quase inteiramente isolados do resto do mundo, com muito pouca preparação para os desafios que iriam enfrentar. Para ter sucesso, o partido teve de reinventar simultaneamente a sua ideologia e reprogramar os seus melhores e mais brilhantes membros para o levarem a cabo.

O Sr. Xu, por exemplo, licenciou-se em jornalismo na véspera da violenta revolução cultural de Mao, durante a qual milhões de pessoas foram expurgadas, perseguidas e mortas. Ele passou esses anos numa “escola de quadros”, fazendo trabalhos manuais e ensinando marxismo numa unidade do exército. Após a morte de Mao, foi designado para um Instituto Estatal de Investigação em Economia encarregado do estudo de políticas económicas. O seu primeiro trabalho foi descobrir como dar às fábricas mais poder para tomarem decisões, um assunto sobre o qual não sabia quase nada. No entanto, fez uma carreira distinta como especialista em política económica, ajudando a lançar o primeiro mercado de ações da China em Shenzhen.

Entre os outros jovens participantes em Moganshan estavam Zhou Xiaochuan, que mais tarde assumiria a direção do Banco Central da China durante quinze anos; Lou Jiwei que viria a dirigir o fundo soberano da China e que recentemente pediu a sua demissão como ministro das finanças; e um especialista em política agrícola chamado Wang Qishan, que subiu mais alto do que qualquer um dos outros.

O Sr. Wang dirigiu o primeiro banco de investimento da China e ajudou a orientar a nação na crise financeira asiática. Como prefeito de Pequim, ele organizou as Olimpíadas de 2008. Depois, supervisionou a recente repressão do partido contra a corrupção. Agora ele é vice-presidente da China, o segundo em autoridade apenas atrás de Xi Jinping, o líder do partido.

As carreiras destes homens a partir de Moganshan põem em relevo um aspeto importante do sucesso de China: a transformação dos seus apparatchiks em capitalistas.

Burocratas que outrora eram obstáculos ao crescimento tornaram-se motores de crescimento. Funcionários dedicados à luta de classes e aos controlos de preços começaram a procurar investimentos e a promover a iniciativa privada. Todos os dias agora, o dirigente de um distrito chinês, cidade ou província faz um discurso como o de Yan Chaojun feito aquando de um fórum de negócios em setembro.

“Sanya”, disse o Sr. Yan, referindo-se à cidade turística do Sul que ele dirige, “deve ser um bom mordomo, uma boa governanta, um bom motorista e uma boa mulher de limpeza para as empresas, e acolher investimento de empresas estrangeiras.”

Foi um ato notável de reinvenção, um ato que iludiu os soviéticos. Na China e na União Soviética, vastas burocracias estalinistas tinham sufocado o crescimento económico, com funcionários que manejavam um poder incontrolado e resistiam à mudança que ameaçava os seus privilégios.

Mikhail Gorbachev, o último dirigente da União Soviética, tentou quebrar a pressão destes burocratas na economia abrindo o sistema político. Décadas mais tarde, os oficiais chineses ainda têm aulas sobre o porquê de isso ter sido um erro. O partido produziu mesmo uma série de documentários sobre o tema em 2006, distribuindo-o em DVDs classificados para as autoridades a todos os escalões os puderem ver.

Com medo de uma abertura política, mas não disposto a ficar parado, o partido encontrou uma outra via. Avançou gradualmente e seguiu o padrão do compromisso de Moganshan, que deixou a economia planificada intacta ao mesmo tempo que permitia uma economia de mercado florescente e com forte crescimento.

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Outrora um remanso empobrecido, a China é agora o rival mais significativo dos Estados Unidos. Wuhan, uma antiga cidade fluvial, transformou-se numa metrópole de mais de 10 milhões de habitantes.

 

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Um homem de negócios estira-se antes de uma rodada de um video de golfe num hotel que ele construiu em Kunming.

 

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O aumento dos rendimentos transformou a China numa nação de consumidores.

 

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Em cidades como Xangai, os estudantes chineses superam os seus pares em todo o mundo.

 

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Os economistas ocidentais duvidaram que a inovação pudesse ocorrer sob a burocracia rígida de China. Provou-se que estavam errados.

 

Os dirigentes do partido chamaram a isto vá-devagar, abordagem experimental de “travessia do rio sentindo as pedras do seu leito”, permitindo que os agricultores cultivassem e vendessem as suas próprias colheitas, por exemplo, ao mesmo tempo mantendo as terras como propriedade do Estado; levantando as restrições ao investimento nas “zonas económicas especiais”, deixando-as em vigor no resto do país; ou introduzindo a privatização vendendo apenas participações minoritárias em empresas estatais.

“Houve resistência”, disse o Sr. Xu. “Satisfazer os reformadores e a oposição foi uma arte.”

Os economistas americanos estavam céticos. As forças de mercado precisavam de ser introduzidas rapidamente, argumentaram; caso contrário, a burocracia mobilizar-se-ia para bloquear as mudanças necessárias. Após uma visita à China em 1988, o laureado com o Nobel Milton Friedman chamou à estratégia do Partido “um convite aberto à corrupção e à ineficiência.”

Mas a China teve uma vantagem estranha em lutar contra a resistência burocrática. O longo boom económico da nação verificou-se após um dos capítulos mais escuros da sua história, a revolução cultural, que dizimou a estrutura do partido e o deixou em ruínas. Com efeito, o excesso autocrático preparou o terreno para o sucessor eventual de Mao, Deng Xiaoping, conduzir o partido num sentido radicalmente mais aberto.

Isso incluiu o envio de gerações de jovens funcionários do partido para os Estados Unidos e para outros lugares para estudar como é que as economias modernas funcionavam. Às vezes, estes matriculavam-se nas Universidades, outras vezes arranjavam empregos, e outras vezes iam em breves viagens de estudo. Quando regressavam, o partido promoveu as suas carreiras e fez com que outros aprendessem com eles.

Ao mesmo tempo, o Partido investiu na educação, expandindo o acesso a escolas e universidades, e sobretudo, eliminando o analfabetismo. Muitos críticos centram-se nas fraquezas do sistema chinês – a ênfase em testes e memorização, as restrições políticas, a discriminação contra os estudantes rurais. Mas a China continental produz agora mais licenciados em ciências e engenharia anualmente do que os Estados Unidos, Japão, Coreia do Sul e Formosa todos juntos.

Em cidades como Xangai, os estudantes chineses obtêm melhores resultados que os seus pares em todo o mundo. Para muitos pais, no entanto, isso não é suficiente. Por causa do novo-riquismo, a ênfase tradicional na educação como um caminho para a mobilidade social e o exame de admissão às Universidades do Estado hipercompetitivo, a maioria dos alunos também se inscreve em programas de tutoria depois da escola – um mercado no valor de $125 mil milhões de dólares, de acordo com um estudo, ou seja metade do orçamento militar anual do governo.

Outra explicação para a transformação do partido reside na mecânica burocrática. Os analistas dizem às vezes que a China abraçou a reforma económica enquanto resistiu à reforma política. Mas, na realidade, o partido fez mudanças após a morte de Mao, que ficam aquém de eleições livres ou de tribunais independentes, mas ainda assim foram reformas significativas.

O partido introduziu limites de mandato e idades obrigatórias de passagem à reforma, por exemplo, tornando mais fácil a saída dos funcionários incompetentes. E além disso, reformulou as fichas de rendimento interno que utilizava para avaliar os dirigentes locais para promoções e bónus, concentrando-os quase exclusivamente em metas económicas concretas.

Estes ajustes aparentemente menores tiveram um impacto externo importante, injetando uma dose de responsabilidade e de concorrência no sistema político, disse Yuen Yuen Ang, uma cientista política na Universidade de Michigan. “A China criou um sistema híbrido único”, disse ela, “uma autocracia com características democráticas.”

Enquanto a economia floresceu, as autoridades com um foco concentrado no crescimento, muitas vezes ignoraram a poluição generalizada, as violações nos padrões do trabalho, a contaminação dos alimentos e da produção de medicamentos. Eles foram recompensados com a subida das receitas fiscais e com oportunidades para enriquecer os seus amigos, os seus familiares e eles mesmos. Uma vaga de autoridades abandonou a função pública e entrou no setor privado, nos negócios. Ao longo do tempo, a elite do partido acumulou grande riqueza, que cimentou o seu apoio para a privatização de grande parte da economia que antigamente controlava.

O setor privado agora produz mais de 60 por cento da produção económica da nação, emprega mais de 80 por cento dos trabalhadores em cidades e vilas, e gera 90 por cento de novos empregos, disse um alto funcionário num discurso no ano passado. Muito frequentemente os burocratas ficam fora do caminho.

“Basicamente não os vejo nem mesmo uma vez por ano “, disse James Ni, presidente e fundador da Mlily, um fabricante de colchões no leste da China. “Estou a criar empregos, gero receita fiscal. Porque é que eles me deveriam incomodar?”

Nos últimos anos, o presidente Xi procurou afirmar a autoridade do partido dentro das empresas privadas. Ele também reforçou as empresas estatais com subsídios, preservando as barreiras à concorrência estrangeira. E apoiou as exigências de que as empresas americanas entreguem tecnologia em troca de acesso ao mercado.

Ao fazê-lo, está a apostar que o Estado chinês mudou tanto que deve desempenhar um papel de liderança na economia – que pode construir e manter “campeões nacionais” capazes de competir com os Estados Unidos para o controle das indústrias de alta tecnologia do futuro. Mas ele também provocou uma reação em Washington.

(continua)

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O autor: Philip P. Pan, licenciado pela Universidade de Harvard, vive em Hong-Kong, é editor do Ásia New York Times e autor de “Out of Mao’s Shadow: The Struggle for the Soul of a New China.” Viveu e fez reportagem sobre as China durante quase duas décadas. Anteriormente, foi correspondente do Washington Post para a China e a Rússia durante mais de uma década.

Jonathan Ansfield e Keith Bradsher contribuiram para este texto com relatos desde Pequim. Claire Fu, Zoe Mou e Iris Zhao deram contributos de investigação desde Pequim, e Carolyn Zhang desde Xangai.

Desenho: Matt Ruby, Rumsey Taylor, Quoctrung Bui. Edição: Tess Felder, Eric Nagourney, David Schmidt. Edição de fotografia: Craig Allen, Meghan Petersen, Mikko Takkunen. Ilustrações: Sergio Peçanha

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