Antes de se dizerem banalidades como “quem paga esta crise é a classe média”, que têm o fim pouco disfarçado de querer virar remediados contra pobres, dever-se-ia pensar que é nas camadas de rendimento mais baixo que os alimentos, um dos motores da inflação, têm maior proporção. Sabemos que também é nas camadas mais pobres que o desemprego incidirá de forma desproporcional, quando o choque recessivo que se prevê, resultado da subida das taxas de juro decidida pelo BCE, atingir a economia.
Questão mais interessante é saber “quem não paga esta crise?”. Esta crise não pagam os oligopolistas da energia e do retalho, que até lucram excepcionalmente com ela. Nem os rentistas do imobiliário, a quem o governo praticamente salvaguardou o rendimento real.