A Academia Galega de Língua Portuguesa (AGLP)

Sempre Galiza!

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A Academia Galega de Língua Portuguesa (AGLP)

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A AGLP é uma entidade privada que se define como «instituição científica e cultural ao serviço do Povo galego», pretende «Promover o estudo da Língua da Galiza para que o processo da sua normalização e naturalização seja congruente com os usos que vigoram no conjunto da Lusofonia».

 

 

A proposta de criação da Academia foi defendida pelo Professor Montero Santalha num artigo publicado em 1994 na revista Temas de O Ensino sob o título «Dificuldades do presente e tarefas para o futuro» e, mais recentemente, numa intervenção em Bragança, em outubro de 2006, na realização do V Colóquio da Lusofonia. Posteriormente, em 7 de abril de 2008, foi confirmada pelo presidente da Associação Cultural Pró AGLP durante a sua intervenção na Assembleia da República de Portugal, na Conferência Internacional de Lisboa, em 7 de abril de 2008.

 

A Academia Galega da Língua Portuguesa foi constituída em 20 de setembro de 2008.

 

Comissão Executiva:

  • Presidente: José-Martinho Montero Santalha
  • Vice-Presidente: Isaac Alonso Estraviz
  • Secretário: Ângelo Cristóvão Angueira
  • Vice-Secretária: Concha Rodrigues Peres
  • Tesoureira: Isabel Rei Samartim
  • Arquiveiro-Bibliotecário: Joám Trillo Pêrez

 

A Academia Galega da Língua Portuguesa é uma instituição científica e cultural da Galiza que atende aos critérios históricos e científicos por que se regem as línguas europeias[1].

 

Na atualidade é presidida pelo Professor Doutor José-Martinho Montero Santalha e apresenta-se como uma continuação histórica da ideia de unidade do galego-português que representaram vultos como Guerra da Cal, Carvalho Calero, Rodrigues Lapa ou Lindley Cintra, que em 1984 incluíra os dialetos da língua galega como parte dos do português europeu[2] na Gramática que editou junto de Celso Cunha[3].

 

Criada seguindo a tradição das academias mas como uma iniciativa da sociedade civil, independente dos organismos políticos galegos, a Academia Galega da Língua Portuguesa define-se como uma «instituição científica e cultural ao serviço do povo galego» que pretende «promover o estudo da Língua da Galiza para que o processo da sua normalização e naturalização seja congruente com os usos que vigoram no conjunto da Lusofonia»[4].

 

 

História

 

A ideia de criação de uma Academia de caráter lusófono na Galiza foi do Professor Doutor Ricardo Carvalho Calero, mas a proposta foi defendida pelo Professor Montero Santalha num artigo publicado em 1994 na revista Temas de O Ensino sob o título A Lusofonia e a Língua Portuguesa da Galiza: Dificuldades do presente e tarefas para o futuro[5] e, mais recentemente, numa intervenção em Bragança, em outubro de 2006, na realização do V Colóquio Anual da Lusofonia, intitulada Um novo projecto: a Academia Galega da Língua Portuguesa.[6]

 

Com o intuito de efetivar esta proposta nasce em 1 de Dezembro de 2007 a Associação Pró-Academia Galega da Língua Portuguesa em Compostela[7] integrada por pessoas de diferentes âmbitos da defesa da língua e com o apoio de organizações lusófonas[8] como a Associação de Amizade Galiza-Portugal, a Associação Galega da Língua, a Associação Sócio-Pedagógica Galego-Portuguesa ou o Movimento Defesa da Língua.

 

Em 7 de abril de 2008, a Pró-Academia participou[9] na Assembleia da República portuguesa na Conferência Internacional/Audição Parlamentar sobre o Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa por meio do seu Presidente, Ângelo Cristóvão com um comunicado a respeito da posição galega e o papel da futura Academia Galega.[10][11] Neste ato também o resto de associações lusófonas galegas acima citadas estiveram representadas por meio do Presidente da AGAL, Alexandre Banhos.[12] Estas intervenções tiveram larga repercussão nos meios de comunicação.[13]

 

Foi, finalmente, constituída em 20 de setembro de 2008[14] realizando a sua sessão inaugural em 6 de outubro de 2008[15][16] contando com a participação e respaldo de instituições como a Academia das Ciências de Lisboa, a Academia Brasileira de Letras, a Universidade Aberta, a Universidade de Santiago de Compostela, a Associação Internacional de Lusitanistas e a Junta da Galiza, que enviaram representantes oficiais.

 

A Academia é um órgão estatutário da Fundação Academia Galega da Língua Portuguesa, fundação de competência estatal inscrita no Ministério da Cultura da Espanha (Orden CUL/1075/2011, de 1 de março).

 

Em 17 de maio de 2010 foi galardonada com o Prémio Meendinho, atribuído pela fundação com o mesmo nome, “[p]or existir um antes e um depois, desde a sua constituição, a respeito da projeção e da realidade da língua galega na Lusofonia toda, e como um elemento mais dela”.[17]

 

Lista de membros

 

Atividade

A Academia Galega colabora ativamente com o resto de academias de língua portuguesa, especialmente através da sua Comissão de Lexicografia que elaborou um vocabulário de léxico galego para ser incorporado no próximo Vocabulário Ortográfico Comum que irão editar as academias Brasileira e Portuguesa com motivo da implementação do Acordo Ortográfico.

 

A Sessão Interacadémica realizada em 14 de abril de 2009 em Lisboa sob a presidência das três academias foi a primeira cerimónia conjunta, apresentando-se publicamente o Léxico da Galiza a ser integrado no Vocabulário Comum.[18] As mais de 800 entradas do Léxico da Galiza foram incorporadas no Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa [3] editado em Outubro de 2009 pela Porto Editora.

 

Em março de 2010 a AGLP participou da Conferência Internacional sobre o Futuro da Língua portuguesa no Sistema Mundial celebrada em Brasília, por convite do Ministério de Relações Exteriores do Brasil.[19]

 

A AGLP também articula uma Coleção de Clássicos Galegos com obras de autores como Rosália de Castro, Eduardo Pondal, João Vicente Biqueira ou Armando Cotarelo Valledor,[20] editando também de forma periódica um Boletim da Academia Galega da Língua Portuguesa (ISSN 1888-9763) [21] e outras publicações científicas (Galiza: Língua e Sociedade, 2009, ISBN 84-88849-20-6).

 

 

Referências


  1. Apresentação pública da Academia Galega da Língua Portuguesa
  2. Nova Proposta de Classificação dos Dialectos Galego-Portugueses, in Boletim de Filologia, Lisboa, Centro de Estudos Filológicos, 22, 1971, pp. 81-116 (no PDF, p. 7)
  3. CUNHA, Celso e CINTRA, Luís Filipe Lindley (1984). Nova Gramática do Português Contemporâneo. Lisboa: Edições João Sá da Costa, p. 10
  4. Memorando da Comunidade de Países de Língua Portuguesas com motivo da inauguração da AGLP, 03/10/2008
  5. Atas do Congresso Internacional de Língua, Cultura e Literaturas Lusófonas (Homenagem ao Professor Ernesto Guerra da Cal): Santiago, 15-17 de Setembro de 1994, Pontevedra – Braga: Irmandades da Fala da Galiza e Portugal, 1994, 452 pp. In Temas de O Ensino de Linguística, Sociolinguística e Literatura, volume VII-IX, núms. 27-38 (1991-1994), pp. 137-149)
  6. Um novo projecto: a Academia Galega da Língua Portuguesa in Galiza: Berço da Lusofonia. Actas do V Coloquio Anual da Lusofonia. Helena e Chrys Chrystello (org). Arcos online (Ed). Bragança, 2-4 de Outubro de 2006, p. 199
  7. Constitui-se em Compostela uma associação com o objeto de impulsar a criação da Academia Galega da Língua Portuguesa no jornal Galicia-Hoxe, 06.12.2007
  8. Nasce a Associação Pro-AGLP no jornal Vieiros
  9. Alexandre Banhos e Ângelo Cristóvão tornaram-se nos dous primeiros galegos em falar oficialmente na Assembleia da República portuguesa
  10. Intervenção de Ângelo Cristóvão, Representante da Associação Cultural Pró Academia Galega da Língua Portuguesa. Também disponível em Vídeo
  11. Entrevista a Ângelo Cristóvão no jornal La Voz de Galicia com motivo da participação galega na Assembleia da Republica, 13/04/2008
  12. Organizações galegas convidadas à Conferência Internacional sobre o Acordo Ortográfico. Também disponível em Vídeo
  13. Reportagens Presença galega no Parlamento português na comunicaçom social
  14. Unha nova academia galega tenta a confluencia co idioma portugués no jornal La Voz de Galicia, 07/10/2008
  15. A Academia Galega da Língua Portuguesa recalca o caráter lusófono do galego e qualifica-o de forma de português no jornal La Región, 06/10/2008
  16. Academia Galega da Língua Portuguesa no Jornal de Notícias, 06/10/2008. Também disponível em Vídeo
  17. Prémio Meendinho 2010
  18. [http://aglp.net/index.php?option=com_content&task=view&id=53&Itemid=31                  Pró Academia Galega da Língua Portuguesa ::.. – AGLP participa em cerimónia interacadémica na ACL]. Página visitada em 29 de Dezembro de 2010.
  19. “A AGLP “abre as portas” da cultura galega no Brasil”, Vieiros 27/03/2010
  20. Academia Galega da Língua Portuguesa cria Coleção de Clássicos Galegos no Portal Galego da Língua, 02/01/2009
  21. N.º1 [1]; N.º 2 [2]

5 Comments

  1. Muito obrigado, caros colegas, pelo espaço dedicado à nossa valente AGLP ; ela continua a navegar por águas procelosas (ninguém disse que seria fácil…), mas vai colheitando amigos por todos os recantos da Lusofonia; grande aperta galega!Carlos

  2. Obrigadíssimo! Os dados todos são certos: Obrigadíssimo!Vou acrescentar mais algum: A AGLP existe e é reconhecida academicamente não só pelas ACL e ABL, mas por outras instituições, com que ativou protocolos de colaboração.Mas, se hoje existe, é porque Observadores da Galiza participaram (sic) nas duas sessões últimas do Acordo Ortográfico, do Rio (1986) e de Lisboa (1990). Esse foi um perfeito precedente para hoje continuar como AGLP aquele labor começado e assumido pelos representantes dos estados lusófonos que assinaram o Acordo de Lisboa.Em grande medida foi o Prof. Guerra da Cal, galego de Ferrol e amigo do saudoso poeta andaluz García Lorca, quem conseguiu introduzir a Galiza nos Acordos de 1986 e de 1990. Expressamente o Professor ferrolano continuava o labor do professor portugalego (sic) Rodrigues Lapa.Há muita história trás a AGLP… Muita história e muito sangue, suor e lágrimas de galeguistas “bons e generosos”, como Marinhas del Valle ou Valentim Paz-Andrade, na sequeência dos Castelãos e dos Biqueiras.Neste “memorandum” devo citar também o nome do José Luís Fontenla que coadjuvou bem o labor do Prof. Guerra da Cal. Pode dizer-se que foi o “executor” (no melhor dos sentidos da palavra) dos projetos de Lapa e de Guerra para a Galiza.

  3. Mais uma coisinha: Não se entende que não houvesse oposição nenhuma para galegos “observarem” os AOs de 1986 e 1990 e sim haja hoje oposição a que galegos “observem” e sejam “consultados” no seio da CPLP.Por outro lado, não se entende que exisitndo labor filológico e linguístico, léxico, efetivado por membros da AGLP, esta não possa participar sem reparos no IILP.Alguém entende? Pode explicá-lo quem entender. Obrigado!

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