DIÁRIO DE BORDO, 24 de Outubro de 2011

 

Esta semana parece que vamos ter notícias importantes da Europa. Ou talvez não. A Ângela e o Nicolas andam de candeias às avessas. Parece que o assunto dominante é o da recapitalização dos bancos. Um banco foi fundado com um determinado capital. O dinheiro que tem depositado, o que empresta, o que pede emprestado, tudo isso tem que obedecer a umas determinadas regras. Parece que a solução que estão a tentar pôr em prática é aumentar o primeiro o capital com foi fundado, o capital próprio do banco. Isto é resultado da crise financeira. E esta acontece porque nestes anos que passaram as regras não foram respeitadas. Os bancos são privados, na maioria. Donde virá o dinheirinho para a… (tosse) recapitalização? De fundos próprios? Ou do bolso do contribuinte? Se não, para além de nos cortarem no ordenado (ou na reforma) ainda nos tiram o pouco que lá temos. E obrigam-nos a viver com estes dramas. Porque não nacionalizam os bancos? Por causa da liberdade? Nossa ou dos banqueiros? É que não são a mesma coisa, como se vê claramente…

 

Parece que nos EUA há uma campanha entre os dirigentes das empresas para que deixem de dar dinheiro aos políticos até que estes se entendam no Congresso quanto ao reequilíbrio das contas federais. Os políticos servem-se do dinheiro que angariam para as campanhas eleitorais. Obviamente são influenciados por isso. Nos EUA sempre se vai falando do assunto. Em Portugal as ligações entre os autarcas e a construção civil…

 

Lê-se no jornal que Alberto João Jardim tem feito viagens a Bruxelas e a Estrasburgo. Terá ido de férias? Ou será para arranjar meios para reduzir o défice?

 

Parece que entretanto voltamos ao tempo dos milagres. Há grandes parangonas sobre um investimento que a multinacional anglo-australiana Rio Tinto pretende fazer para explorar minério de ferro em Torre de Moncorvo, distrito de Bragança. Fala-se em 3,5 mil milhões de euros.

 

Vão ser retomados os encerramentos de linhas de caminho de ferro. Alguém pensa que daí resulta um isolamento cada vez maior de várias regiões do país? A caça ao dinheirinho tem este problema. Para poupares algum agora, perdes uma data dele no futuro. Isto sim, é hipotecar o futuro dos nossos filhos e netos.

 

A Sociedade da Língua Portuguesa, no seu último boletim, referente ao último trimestre de 2011, informa que recebeu uma acção de despejo intentada pelo Instituto de Gestão Financeira da Segurança Social, entidade proprietária do edifício onde se encontra a sua sede. Também é exigido o pagamento de uma vultuosa indemnização. Entretanto os actuais Corpos Sociais encontram-se em fim de mandato, e não pretendem continuar. Parece que esta importante associação se encontra gravemente ameaçada. Tal como o nosso país.

Leave a Reply