O saber das crianças e a psicanálise da sua sexualidade – 16 – por Raúl Iturra

 

 

 

É sabido que Freud recorria aos mitos gregos para definir conceitos e resolver problemas emotivos dos seus pacientes. Sabemos também, que a mitologia grega está preenchida com a realidade da vida, de forma narrativa e não apenas como disciplina de vida social, como acontece nos textos do Talmude, da Bíblia, do Torah ou nos de Jean Calvin , Martin Luther e nos do Catecismos da Igreja Católica, textos que Freud ignorou por causarem problemas aos que seriam seus pacientes. Especialmente a doutrina de Lutero. Lutero, que de entre todos os Sacramentos definidos pela Igreja Romana, manteve apenas três: o Baptismo, a Confissão e o Sacramento do Altar ou a Comida de Deus, denominado Comunhão pelos cristãos romanos.

 

O Baptismo declara publicamente a existência de mais um membro dentro do grupo local, como tenho definido noutros textos , a Confissão, promove o melhor convívio entre o grupo social e uma relação calma e serena do membro individual com a divindade, e a Ceia do Altar, é a partilha em conjunto de bens, sentimentos e profissão de fé. Tudo o que os outros careciam. Como sabemos, os grupos luteranos enriqueceram com base na ideia de vocação para a salvação da alma, ideia muito aprofundada na profissão de fé da cristandade, dos muçulmanos, dos budistas e de outras confissões.

 

Possuidores de meios e temerosos pela salvação, os sacramentos eram apenas um ritual para manter a congregação unida, em paz e harmonia. Sobre este comportamento, Weber, sociólogo da religião, esteve bastante atento, dedicando-se ao seu estudo, com trabalho de campo em 1899, e publicação, em 1905, na Alemanha, de um livro, a que penso voltar após a análise de Lutero . O conceito de alma para os luteranos era um princípio central da sua fé, o corpo é apenas uma “gaiola” para a conter. Por isso, só a salvação da alma contava . Lutero acreditava na predestinação, influenciando os primeiros conversos .

 

No Século XIX, uma grande curiosidade sobre a prosperidade de luteranos e calvinistas surge na vida social. Todos os denominados protestantes (por terem protestado contra a confissão romana, levando-a a mudar no Concílio de Trento do Século XVI), enriqueciam para surpresa do resto da população que, começou de imediato, a pretender ser luterana, verificando-se, por esse motivo, uma grande passagem de cristãos romanos para luteranos. Curioso do facto, Max Weber deu início ao seu trabalho de campo no Sul do Rio Elba. Trabalho que permitiu uma comparação de comportamentos entre protestantes e católicos.

 

Nas conclusões, publicadas no livro A Ética protestante e o Espírito do Capitalismo (1904-1905), do qual Pierre Bourdieu virá mais tarde a divulgar excertos, Max Weber observa que os operários católicos gastam todo o pouco dinheiro que ganham em festas, bebedeiras, roupas e viagens não poupando nada, vivem na eterna miséria. Por seu lado, os operários luteranos, trabalham de manhã à noite, excepto aos Domingos, poupando todo o seu dinheiro, contrariamente aos católicos, e investindo-o em maquinaria, sementes e melhor terra, com vista a uma maior produção e a uma melhor venda nos mercados .

 

NOTAS:

 

Calvin, Jean, (1539 1ª Edição, 1559, edição emendada por ele por ter sido muito duro na Edição original) 1960, dois volumes: Institutes of the Christian Religion, The Westmninster Press, Philadelphia, USA e SCM Press, Ltd, Londres, texto que eu uso. Comentado por mim no meu livro de 2003: «A economia deriva da religião. Ensaio de Antropologia do Económico», Afrontamento, Porto. Jean Calvin tinha sido o melhor teólogo da Igreja Romana, usou o seu conhecimento para tecer criticas aos cristãos católicos romanos. A intenção de Calvino não era fundar novas igrejas, mas sim criticar a teologia a partir do seu saber. No entanto, teve muitos adeptos que fizeram da vida leiga um tormento, o que o levou a mudar o seu primeiro texto de 1539, para um mais sensato e sensível em 1559. O primeiro tinha sido escrito em latim, o segundo, em língua vulgar ou vulgata francesa. Ganhou imensos adeptos e várias confissões cristãs foram fundadas, que continham em si formas de analisar a vida do dia-a-dia e a interacção. O texto que sintetiza a obra de Calvin, ou Calvino em português, diz: O protestantismo, conforme as ideias luteranas de Calvino (1509-1564) – Jean Calvin, reformador protestante, nascido em Noyon, França, no seio de uma família católica, abraçou a fé protestante em 1534, foi em Genebra, República nesse tempo, que passou grande parte da sua vida. A obra fundamental, escrita em latim: Institutio Religionis Christianae [Instituição da Religião Cristã], publicada em 1539, foi finalmente revista por ele em 1559, obra que contêm as ideias fundamentais do hoje denominado calvinismo, nome imposto pelos luteranos a uma ideia de Calvino, que não parecia ter intenção de fundar uma religião. No entanto, as ideias do seu Texto a Instituição da Religião Cristã ganhou adeptos na Europa e uma confissão foi fundada com base na sua obra, denominada «Iglesia presbiteriana». Enquanto o luteranismo limitava-se, em grande medida, a sectores da Alemanha e da Escandinávia, o calvinismo propagou-se em Inglaterra – reino autónomo nesses tempos –, Escócia, França, Países Baixos, entre as colónias de fala inglesa na América do Norte, partes da Alemanha e da Europa Central. Esta expansão iniciou-se ainda em vida de Calvino, facto que o orgulhou e lhe deu forças. Embora não se quisesse afastar da Igreja Romana, o Concílio de Trento, realizado de 1545 a 1563 que promoveu a sua reforma, não o satisfez, vindo a falecer, de profunda tristeza, um ano após o encerramento do Concílio. As reformas não eram do seu agrado por manterem as formas sacramentais, as bulas e a celebração da Missa em latim. No Concílio, causado pelas críticas de Lutero e Calvino, a Igreja Romana não soube materializar a Reforma pretendida pelos reformadores. A frase que penso ter cabimento nesta parte do texto, é essa do romancista italiano Giuseppe Tomasi di Lampedusa, entre os dias finais de 1954 e 1957. O Gatopardo: “Cambiar algo para que nada cambie”. História completa em: http://es.wikipedia.org/wiki/El_gatopardo. Em Genebra procuravam refúgio religiosos perseguidos noutras latitudes, sobretudo de França durante os 1550s, pela intolerância do Governo Francês para com a Reforma Calvinista, como aconteceu, simultaneamente, com a Inglaterra, Escócia, Itália e com outras partes da Europa, países em que o Calvinismo se tinha estendido. Calvino acolhia-os amavelmente, enviando muitos deles, formados como Ministros de Fé, para os seus países de origem para pregarem o Evangelho como ele entendia que devia ser, apoiando-os com cartas de alento e conselhos. Genebra passou a ser, assim, o centro de um movimento internacional e um modelo para igrejas de outros lugares. John Knox, o líder calvinista da Escócia, descreve Genebra como “a mais perfeita escola de Cristo, que nunca existira antes na terra desde os tempos dos Apóstolo É preciso esclarecer que as ideias de Calvino não construíram o calvinismo. A sua forma final matizou-se com ideais de discípulos de Calvino, como Ulrico Zwinglio, Heinrich Bullinger e Martin Bucer. Texto em castelhano, traduzido por mim, pode ser lido na língua original em: http://historyofarthistoriadelarte.blogspot.com/2008/09/calvinismo.html, publicado por Angel Eulises Ortiz en 3:22 AM , proprietário do blogue. Mais tarde, conforme lembra a história, as confissões calvinistas passaram a ser confissões nacionais, como na Escócia, passou a ser a confissão Presbiteriana. Luther, Martin, (1529) 1986: Small Catechism with Explanations, Concordia Publishing House. Este texto é importante por impingir entre os mais novos, ideias de auto consciência e pré consciência. No início do período da história da Reforma, catecismos, como o de Martin Luther, assumiram uma importância vital por insistirem na instrução religiosa das crianças. Podemos afirmar, por outras palavras, que o catecismo de Martin Luther, resolve os problemas do inconsciente ao obrigar à análise do consciente e ensinar os crentes, desde a mais tenra idade, a orientarem as suas vidas e a desculparem-se da congregação ao manter o sacramento da confissão como uma proclamação das faltas cometidas perante toda a comunidade. Desde muito novos, os que seguiam a confissão luterana, sabiam estas ideias, escritas por Lutero no seu livro A Liberdade de um Cristão (publicado em 20 de novembro de 1520, exigindo uma completa união com Cristo mediante a palavra através da fé, e a inteira liberdade do cristão como sacerdote e rei sobre todas as coisas exteriores e um perfeito amor ao próximo). As duas teses que Lutero desenvolve nesse tratado são aparentemente contraditórias, mas, na verdade, são complementares:”O cristão é um senhor livre e parece não estar sujeito a ninguém, apesar de acreditar na predestinação ou beruf” “O cristão é um servo oficialíssimo de tudo, a todos sujeito”. A primeira tese é válida “na fé”; a segunda, “no amor”. Toda a história, com biografia, acessível em http://pt.wikipedia.org/wiki/Martinho_Lutero. 3) Que é a confissão? A confissão tem duas partes: Primeiro, confessamos os nossos pecados; segundo, aceitamos a absolvição que a pessoa que ouve a nossa confissão nos anuncia. Podemos aceitá-la como vinda de Deus mesmo, não duvidando de modo algum, mas crendo firmemente que por ela os pecados estão perdoados perante Deus no céu. O problema que se coloca é que a teologia luterana definia a predestinação, ou esse denominado chamado, vocação ou call, dado desconhecer-se, se após a morte, se iria para o inferno ou para o céu (questão com que os cristãos também se debatiam), como está definido não apenas no Catecismo de Lutero para adultos, bem como no texto denominado Martins Luther ‘s Basic Theological Writings, Editado por Timothy Lull, Fortress Press, Minneapolis, EUA., que reúne textos escritos entre 1517-1539, onde a confissão é redefinida em 1528, páginas 50 a 62 do livro (com 755pg.) que tenho comigo. Os textos mencionados podem ser lidos em português em: http://pt.wikipedia.org/wiki/Martinho_Lutero e o seu Catecismo Menor, em: http://www.monergismo.com/textos/catecismos/catecismo_lutero.htm. A questão que eu gostaria de colocar, sabendo que o seu interesse era ler a mente, é: porque é que Freud não se interessou pelos Luteranos? Nem leu os seus textos, como também não leu os de Calvino nem os romanos? A partir do Século IV, com base nos textos de Agostinho de Hipona, as pessoas passaram a acreditar na predestinação. Ou seja, ao morrer, fosse o que fosse feito na vida, não era garantido que a alma passasse para a Eternidade. No seu primeiro texto, Agostinho de Hipona, 398: Confissões livro que tenho comigo (versão inglesa) designado The Confessions of St. Augustine, Thomas Nelson and Sons, Ltd, Londres e Edimburgo, 379 páginas, ano de 1937, confessa ter sido um libertino, devasso, dissoluto, desregrado, lascivo e ímpio. Vida que abandona, com a ajuda de sua mãe Mónica, ou Santa Mónica como é denominada, convertendo-se ao cristianismo. Nessa altura, confessa-se publicamente e, por ser sábio, fá-lo por escrito. Mais tarde, já Bispo da cidade Africana de Hipona, escreve, em 409, um texto sobre a liberdade, intitulado O Livre Arbítrio, onde aborda a predestinação. A Igreja Romana tem avanços e recuos sobre a possibilidade da eternidade, até ser definido no Século XVI, no mencionado Concílio de Trento e no Catecismo de Pio V, denominado São Pio, que o homem ganha a salvação se morrer na graça de Deus. O Catecismo (de Pio V) foi promulgado em 1563, ano da sua morte. Lutero e Calvino acreditavam fortemente na predestinação explicando através dos Evangelhos que o ser humano seria salvo pelas suas obras. Para isso, é necessário trabalhar, produzir e não gastar; pelo contrário, é preciso ser muito poupado nos gastos de casa, nas vestimentas, nos passeios e nas festas. Nunca esquecerei esses meus anos em Edimburgo, onde o Natal era comemorado ritualmente agradecendo-se o nascimento de Jesus, mas em silêncio, sem festas nem presentes, era um dia de oração. Como aos domingos, os crentes presbiterianos (confissão predominante, após séculos de domínio católico), iam para casa, onde ritualmente comiam pouco e faziam jejum. Como no tempo das Cinzas ou Lent, ou Quaresma em português. Contrariamente, as comemorações do ano novo eram uma verdadeira loucura: as pessoas ressarciavam-se dos dias de jejum e do respeito simbólico ritual. O barulho, as visitas, em grupo, de casa em casas e as bebedeiras eram tão frenéticas que, nós não habituados a tais comemorações, saíamos para Inglaterra. Em Londres, não havia festividades de Ano Novo, era um dia como os outros. Um curso que tive de frequentar, para a minha tese, sobre comunicações, na BBC, iniciou-se exactamente a 1 de Janeiro, pelas 9 da manhã… Sacramento, no dicionário que me assiste na escrita, é definido a partir da teologia romano – católica, que diz: do Lat. Sacramentu s. m., juramento; acto religioso, instituído por Deus, para purificação e santificação da alma; rito sensível e simbólico da religião cristã, destinado a consagrar diversas fases da vida dos fiéis; eucaristia; a hóstia consagrada em exposição na custódia; (no pl. ) os últimos sacramentos (confissão, comunhão e extrema-unção). Em : http://www.priberam.pt/dlpo/definir_resultados.aspx Iturra, Raúl, 1987 : « Stratégies de reproduction. Le droit canon et le mariage dans un village portugais, (1862- 1983)» em : Droit et Société. Revue International de théorie de Droit et de Sociologie Juridique, Nº 5, 1987, CNRS, páginas 7 a 23, texto completo em : http://www.reds.msh-paris.fr/publications/revue/pdf/ds05/005-02.pdf ou (com toda a Revista) em: http://www.reds.msh-paris.fr/publications/revue/pdf/ds05/005-00.pdf. Ideias definidas na página web da Internet : http://www.google.com.br/search?hl=pt-PT&q=Luteranos+e+a+Salva%C3%A7%C3%A3o&aq=f&oq=. Os luteranos rejeitaram a predestinação em Augsburg, no ano de 1530, com a redacção da “confissão” efectuada pelo humanista Melanchthon. Porém, essa é a doutrina fundamental de Lutero, e como mostramos no artigo sobre o filme, é a doutrina que ele defenderá até ao fim da sua vida. Não podia ser de outra forma, pois ao negar que o homem possa cooperar com a graça de Deus, nega-se que o homem possa ter méritos e portanto que possa ter liberdade de escolha entre o bem e o mal. O Sola Fidei leva necessariamente à predestinação. Com a negação da predestinação, os luteranos criaram uma aberração teológica (e lógica). O anteriormente dito, não significa que não haja ainda hoje luteranos fiéis ao mestre que insistem na predestinação e nas demais doutrinas diabólicas do Lutero primitivo. Actualmente, há um debate entre luteranos que acreditam ou não na predestinação. O texto de 05-04-2005, denominado: Lutero e a predestinação diz: “Conversando com alguns protestantes vi que eles rejeitam a possibilidade de algo acontecer por acaso. (este grupo protestante com quem conversava, pois, os protestantes são desunidos em suas doutrinas) Segundo eles as coisas que acontecem em nossas vidas já foram providenciadas por Deus antes mesmo que nascêssemos, sendo assim se Deus, providenciou que eu me casasse com a Joaninha filha do Seu Rui que trabalha na venda da esquina (isto é somente exemplo), mais cedo ou mais tarde este casamento acontecerá (ainda que eu não queira), e eu terei quantos filhos Deus já tiver determinado que eu tivesse. Sendo assim eu não teria liberdade de escolher, com quem quero casar, nem quantos filhos quero ter! Como argumento me citaram a seguinte passagem bíblica: “Cada uma de minhas acções vossos olhos viram, e todas elas foram escritas em vosso livro; cada dia de minha vida foi prefixado, desde antes um só deles existisse.” (Sl 138,16) Argumentei-lhes que Deus sabe o nosso futuro, mas isto não quer dizer que ele escolha o que devemos fazer ou não! Citei-lhes o exemplo do Rei Ezequias que estando doente foi avisado pelo profeta Isaías que em breve iria morrer. (Is 38,1)”. Weber, Max, (1892) 1986 : «Enquête sur la situation des Ouvriers Agricoles a L’Est de L’Elbe. Conclusions Prospectives», editado em Actes de la Recherche en Sciences Sociales, nº 65, Novembro de 1986, manuscrito de Weber publicado pelo director, fundador e director da Revista citada, Pierre Bourdieu. Original, publicado, pela primeira vez, no ano de 1892, em : Schreiftent des Vereins für Socialpolitiken, tomo 55, Leipzig, Duncker und Humblot e reeditado em 1964 no texto de compilação de escritos de Max Weber por Eduard Baumgarten: Max Weber, Werk und Person em: BAUMGARTEN, EDUARD. Max Weber Werk und Person. Tubingen: Mohr, 1964, 720 p. Mit Zeittafel und 20 Bildtafeln , informação em: http://www.antiqbook.nl/boox/bkw/9997.shtml. Um livro aproximado à compilação dos trabalhos de Weber, da autoria de vários sociólogos, é: Max Weber, Textos Seleccionados, Editora Nova Cultura, 1997, São Paulo, 192 páginas, que pode ser lido em: http://www.scribd.com/doc/6618252/Max-Weber-Textos-Selecionados. “A fonte da sociologia weberiana está, em geral, localizada entre os debates metodológicos e teóricos do fim do Século XIX e começo do Século XX, e não nos problemas concretos da sociedade alemã. A análise dos motivos do comprometimento de Weber na criação da Sociedade Alemã de Sociologia, demonstram que não era prioritário nem a autonomia nem a instituição da sociologia como disciplina académica, mas sim a criação de um instrumento e de uma infra-estrutura necessários para a pesquisa dessa imensidão de problemas, mas à época foi considerado como sem objectivo prático. Este projecto sociológico está directamente ligado aos inquéritos sobre aspectos do universo rural que Weber realizou no contexto das suas pesquisas em sociologia política (Verein für Sozialpolitik). A sociologia rural, actualmente, parece ter-se esquecido da sociologia de Weber. No lado oposto, na sociologia urbana do Século XX, encontra-se filiação weberiana dentro do seu contexto. A análise da temática urbana baseada na obra de Weber demonstra quais são os motivos e as razões da (quase) ausência da sociedade urbana contemporânea em estudos, enquanto temáticas sobre as povoações da Antiguidade, da Idade Meia e do Oriente têm passado a jogar um rol primordial (Antiquité, Moyen Age, Orient) nos inquéritos de Weber sobre as condições da emergência do capitalismo na empresa moderna”. O texto, em francês, traduzido livremente por mim para entender o inquérito mencionado, aplicado a sul do rio Elba, e por Pierre Bourdieu o ter escolhido, é: « La source de la sociologie webernienne est généralement localisée dans les débat méthodologiques et théoriques de la fin du XIXe et du début du XXe siècle et non dans les problèmes concrets de la société allemande. L’examen des motifs de l’engagement de Weber dans la création de la Société Allemande de Sociologie montre que ses objectifs prioritaires n’étaient ni l’autonomie ni l’institutionnalisation de la sociologie comme discipline académique, mais la création d’un instrument et d’une infrastructure pour mener de grandes enquêtes « sans but pratique ». Ce projet sociologique est directement lié aux enquêtes, d’abord rurales, que Weber a réalisées dans le cadre du Verein für Sozialpolitik, à l’exploitation politique qu’il en a faite lui-même et à son échec pour imposer au Verein un programme et une méthodologie D’enquêtes sans but pratique immédiat. La sociologie rurale a oublié la source rurale de la sociologie de Weber. Par contre, dans la sociologie urbaine du XXe siècle, on peut rencontrer L’affirmation d’une filiation webernienne. L’examen du thème urbain à travers l’œuvre de Weber montre que, et pour quelles raisons, la société urbaine contemporaine en est absente tandis que le thème de la ville (Antiquité, Moyen Age, Orient) joue un rôle primordial dans l’enquête de Weber sur les conditions d’émergence du capitalisme d’entreprise moderne », em: http://www.google.com.br/search?hl=pt-PT&sa=X&oi=spell&resnum=0&ct=result&cd=1&q=Max+Weber+Enqu%C3%AAte+sur+la+situation+des+ouvriers+agricoles+a+l%27Est+de+l%27Elbe&spell=1

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