JOGO DE MÁSCARAS – Por Paulo Ferreira da Cunha

 

JOGO DE MÁSCARAS

 

Máscara que não convém

Está-me apertada no rosto

E com este vai e vem

Afivela-se em desgosto

Já quase nada a sustém.

 

Tirar a máscara pr’a quê ?

Assustaria eu alguns

Espantaria quem vê

Somente imagens comuns

Jamais matizes nenhuns.

 

Tirar não posso, está
visto;

Não tirar não posso eu.

Vivo neste limbo misto

Vedado de ver o céu.

 

A máscara já não o é bem;

A face, máscara é:

Ambas são o que convém

E já nenhuma faz fé.

A ambas olho em desdém.

 

 

(ilustração do Autor) 

 

 

                                                                                      

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