JOGO DE MÁSCARAS
Máscara que não convém
Está-me apertada no rosto
E com este vai e vem
Afivela-se em desgosto
Já quase nada a sustém.
Tirar a máscara pr’a quê ?
Assustaria eu alguns
Espantaria quem vê
Somente imagens comuns
Jamais matizes nenhuns.
Tirar não posso, está
visto;
Não tirar não posso eu.
Vivo neste limbo misto
Vedado de ver o céu.
A máscara já não o é bem;
A face, máscara é:
Ambas são o que convém
E já nenhuma faz fé.
A ambas olho em desdém.
(ilustração do Autor)