
VAMOS AO CINEMA
Manuel de Oliveira é um fenómeno! À beira dos 104 anos, continua a trabalhar e a manter uma lista de projectos. Independentemente do valor intrínseco da sua obra (que é elevado), há que apreciar a sua pertinácia. Um grande realizador, mas, sobretudo, um ser humano de
excepção.
Em entrevista dada há tempos ao jornalista Gregorio Belinchón do El País, a propósito da estreia em Espanha de «Singularidades de uma Rapariga Loira», com o entusiasmo de um jovem explicou o porquê da escolha – «O filósofo Spinoza dizia que nos julgamos livres porque ignoramos que os nossos actos são comandados pelas mais obscuras forças. Ortega y Gasset, que de dia para dia mais me agrada, fala do homem e da sua circunstância. Isto define o que penso da paixão».
Em 1931, Manoel de Oliveira realizou «Douro, Faina Fluvial» e, desde então, nunca mais parou. Os cineclubistas (há alguns entre nós) conheciam esse filme, fotograma a fotograma. O mesmo acontecia com «Aniki-Bobó», realizado em 1942, de que mostramos as primeiras cenas.
Manoel de Oliveira – uma força da natureza!