Novas Viagens na Minha Terra, Série II, Capítulo 72. Por Manuela Degerine

Um Café na Internet

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

  

Num Jardim da China: crónica da vida familiar


          O museu Calouste Gulbenkian expõe um biombo chinês de finais do século XVII com doze folhas. A primeira e a última, em madeira lacada, constituem de certo modo as capas deste livro de imagens; as folhas interiores possuem igualmente uma estrutura em laca que serve de base e moldura a dois painéis de papel, um grande e rectangular e, por cima deste, um pequeno círculo. Todas as partes são pintadas, as de laca com fundo preto, as de papel com fundo branco.


       A parte preta narra episódios da gesta de personagens, históricas ou romanescas, sem dúvida identificáveis pelo público chinês em finais do século XVII, mas nós limitar-nos-emos a ver uma família poderosa numa propriedade rodeada por altos muros. Observaremos mais em pormenor:


1. Os homens

2. As crianças

3. As mulheres

4. O jardim


           A ordem dos três primeiros elementos não é arbitrária, revela a maneira como os chineses hierarquizavam a humanidade: o Senhor dominava o microcosmos familiar e considerava as crianças, isto é, os filhos de sexo masculino, mais importantes do que as esposas.


       (Lembremos que os inventores da democracia, isto é, os gregos da Antiguidade, não consideravam as mulheres como cidadãs. E em Portugal só após a revolução de 25 de abril de 1974 elas ganharam estatuto legal equivalente ao dos homens e mesmo hoje, na prática, nas imagens, não é assim sempre… embora para lá nos encaminhemos.) 

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