Ex-directora do Museu Marítimo de Ílhavo Defende Moliceiros Tradicionais em Livro
Ana Maria Lopes, ex-directora do Museu Marítimo de Ílhavo, apresenta esta quinta-feira, 12 de Abril, uma nova edição, revista e actualizada, do livro Moliceiros – A Memória da Ria, em que se revolta contra a adulteração das embarcações típicas da ria de Aveiro.
A sessão decorre pelas 18:00 horas, no Pavilhão das Galeotas do Museu de Marinha, em Lisboa. A obra, prefaciada pelo engenheiro Senos da Fonseca, será apresentada pelo almirante Rui Abreu.
«A adulteração da embarcação, a utilização sistemática do motor, a ausência de mastro e vela, bicas, golfiões e até o leme cortados, os enfeites de mau gosto e garridice desajustada são evidentes… Com a falta dos meios de propulsão originais e apetrechos autênticos, vai-se perdendo o “saber fazer”. E os turistas levam para o exterior, através das muitas fotografias e filmes que produzem, uma ideia erradíssima do que foi o verdadeiro barco moliceiro […] Acabada a faina a que estavam destinados, não sou nada do parecer de que o turismo lhes tenha vindo salvar a vida», refere a autora na obra, que inclui um capítulo adicional dedicado ao turismo, ainda incipiente na época da primeira edição, em 1997.
Os textos de Ana Maria Lopes acompanham as fotografias de Paulo Godinho, testemunhando todo o historial de construção, decoração e actividade dos moliceiros. Hoje, muitas das imagens seriam impossíveis de captar.
A autora é licenciada em Filologia Românica pela Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra. Exerceu o cargo de directora do Museu Marítimo e Regional de Ílhavo durante a década de 90 do séc. xx. É vice-presidente da Associação dos Amigos do Museu Marítimo de Ílhavo há 10 anos. De Julho de 2008 a 2011, fez parte da Comissão Técnica e Consultiva do Museu de Marinha, de Lisboa.
Entre os diversos livros publicados, destacam-se Faina Maior – A Pesca do Bacalhau nos Mares da Terra Nova e Regresso ao Litoral – Embarcações Tradicionais Portuguesas.