EM COMBATE – 41 – por José Brandão

 

 

RIO MABRIDJ

 

Foi no Triângulo do Rio Mabridje, entre as duas margens do rio com o feitio de um “V”, desaguando num só, que permanentemente fazíamos espera ao inimigo… em termos militares: “emboscadas”, durante três, quatro dias seguidos.

 

Numa ocasião, o inimigo foi interceptado no percurso e flagelado pelo fogo das armas dos nossos militares. Não estive directamente metido nesta operação, mas muitas vezes dormi lá nesse lugar aonde havia milhares de melgas, e alguns crocodilos.

Durante noite e dia, tínhamos que espalhar uma pomada no corpo para que as melgas não nos perseguissem continuadamente e dormíamos praticamente com os pés quase metidos na boca dos “amigos” répteis.

 

Determinado dia, estava eu lá directamente, quando somos surpreendidos pelo voar de dois Aviões Fiat, sobrevoando o local com duas voltas mesmo em cima das nossas cabeças, com um som estridente. E como não vimos más nem boas, tivemos que nos expor a fim de identificar que éramos tropa Portuguesa porque não tínhamos rádio para comunicarmos com eles.

 

Depois de verificarem bem lá seguiram viagem, porque aquele local era frequentemente bombardeado com bombas Napalm que até as próprias árvores ficavam completamente depenadas.

 

Fui um dos maiores sustos da minha vida porque se disparassem ali ficaria um grupo de combate completamente destroçado. AVIÃO CARREGADO DE BOMBAS METE UM SENHOR RESPEITO.

 

 

METRALHADORA BREDA

 

Esta metralhadora ligeira, geralmente era utilizada em colunas militarizadas em deslocações, e em bases tácticas, e em cada coluna de carros, geralmente ia montada na segunda viatura, e também na viatura que circulava à retaguarda. Podíamos utilizar esta arma duas ou três em cada saída, conforme a quantidade de carros que se deslocavam.

 

Montada em viaturas ligeiras, em cima de um tripé, fixo, e sempre e que estava estacionada, em bases estacionadas, mantinha-se montada em cima de um tripé fixo no chão. É uma arma com grande porte de fazer fogo, e para isso tinha que ser manuseada pelo apontador, e um auxiliar para carregar a mesma, carregamento de lâminas. Não me recordo quantos disparos faz por minuto, mas que era uma arma excelente é verdade!

 

No lado esquerdo, da arma pode verificar a lâmina carregada de munições. De momento não me lembro as munições que leva cada lâmina, depois de tantos anos a memória esqueceu.

 

 

GUERRILHA

 

O inimigo nestas guerras de África muitas vezes é invisível, devido ao acentuado privilégio de zonas geográficas de existência de capim extremamente alto, e às matas serradas. E isto nas guerras de guerrilha há momentos tanto se pode estar a conviver connosco, como de um momento para o outro, estar do lado oposto a fazer fogo contra nós, as circunstâncias assim o permitiam.

A guerra de guerrilha é isto mesmo, e bastam umas centenas de guerrilheiros para pôr todo um País em alvoroço. Era o caso das colónias.

 

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