COMPOSITORES FAMOSOS – Rossini – por Luís Rocha

Gioacchino Antonio Rossini nasceu em Pesaro, cidade italiana perto do mar Adriático, no dia 29 de Fevereiro de 1792.

O pai foi trompetista municipal de Pesaro. A mãe era cantora de segunda categoria que tinha de aprender os papéis de ouvido, dado que não sabia ler música; actuou em vários teatros como “seconda donna” no norte da Itália, pelo que a sua família se foi deslocando de cidade em cidade, até se fixar em Lugo. Assim viveu muito de perto o mundo da ópera, que acabou por influenciar a sua carreira.

 

Tendo dado provas de possuir grandes aptidões musicais os pais confiaram a sua formação aos irmãos Guiseppe e Luigi Malerbi, sacerdotes em cujas composições se descobrem traços do humor satírico que, anos mais tarde, irá caracterizar muitas das obras de Rossini.

Em 1806, Ingressou no Liceu Musical de Bolonha onde teve aulas de canto, solfejo, violoncelo, piano e contraponto. Como reconhecimento do seu valor foi admitido como membro da Academia Filarmónica de Bolonha com apenas 14 anos, distinção recebida por Mozart 36 anos antes.

Herdeiro da tradição bufa italiana, Rossini a quem puseram a alcunha de “Il tedeschino” (O Alemãozinho) soube conjugar estilos diferentes, para criar um próprio e assentar as bases do “bel canto” que dominaria o panorama da ópera italiana nos princípios do sec XIX.

O êxito alcançado em 1810 com “La Cambiale di matrimonio” levou definitivamente Rossini para a carreira de compositor de “óperas”.

 

 

 

Em 1811 estreou “L´equivoco stravagante” obra cujo tema era o de uma amante que convence o seu rival de que a dama que ele amava era um homem disfarçado. Esta obra foi proibida após as três primeiras representações. No ano seguinte estreou no San Musè de Veneza a farsa “L´inganno felice”. No mesmo ano estreou em Ferrara a ópera “Ciro in Babilonia”

O êxito alcançado com a sua ópera séria “Tancredi” (Trancredo) foi tão espectacular que o seu nome se tornou conhecido não só em Itália como em todos os países onde a ópera italiana gozava de prestígio.

A sua ópera “Il barbieri de Siviglia” (O barbeiro de Sevilha) é um verdadeiro prodígio de inspiração e novidade. Contém momentos de excepção, como uma ária sem igual na história da ópera, a famosíssima “Largo al factótum” cantada por Fígaro, o brilhante final do primeiro acto, ou o quinteto “buona sera”.

 

Outras obras:

“ La pietra del paragone” (A pedra angular) ópera bufa; L´ocasione fa il ladro” (A ocasião faz o ladraão); L´italiana in Algeri (A Italiana em Argel) uma farsa escrita para o “Teatri San Benetto” de Veneza (ópera bufa) com destaque para a Ária de Isabella “Per lui che adoro”

Outra ópera séria de grande envergadura foi “Otello, ossia il moro di Venezia” obra baseada remotamente em Shakespeare.

“Lá Generentola” (A gata borralheira) estrada no “Teatro Valle” de Roma em Janeiro de 1817 é sem duvida a sua mais famosa obra depois do “Barbeiro de Sevilha”.

 

Para além das óperas (trinta e nove) compôs também obras na área instrumental e orquestral; obra vocal religiosa; cantatas, música de cena, hinos e coros; composições vocais diversas incluindo peças de piano “Une caresse à ma femme” “Péchés de Vieillesse” “Pequena Missa Solene” obra para dois pianos, harmónia, solistas vocais e coro.

 

Em 1867 a saúde de Rossini deteriorou-se e morreu no ano seguinte, com 76 anos de idade, no dia 13 de Novembro de 1868, quase 40 anos depois da estreia da sua ultima ópera, “ Guilherme Tell” em 1829, com texto francês de três libretistas, baseada no drama de Schiller.

 

Base da informação: colecção “Enciclopédia Salvat dos Grandes Compositores” – Roger Alier

Leave a Reply