EM COMBATE – 49 – por José Brandão

 

 

 

RELATÓRIO DE UMA EMBOSCADA AO 3ºGRUPO DE COMBATE DA CCaç 1678

 

Reacção a uma emboscada feita pelo inimigo à coluna de reabastecimento de água em 23 de Setembro de 1967.

 

1. MISSÃO 1

 

Grupo de Combate tinha por missão fazer o abastecimento de água no Rio Lifune no local de coordenadas (135600.081830)

 

2. COMPOSIÇÃO da FORÇA

 

O Grupo de Combate constituído por: 1 Pelotão de Atiradores da CCaç 1678, reforçado com uma secção de atiradores, elementos de transmissões, serviço de saúde condutores auto, um mecânico, no total de 34 homens.

 

3. ARTICULAÇÃO da FORÇA

 

1ª Viatura-GMC 1 Furriel Miliciano com 10 homens, incluindo o C.A. 2ª Viatura-Jeep O Cmdt da Coluna com 4 homens e C.A. 3ª Viatura Unimog 411 Diesel com 8 homens. 4ª Viatura Unimog 411 Diesel com 9 homens, estas duas últimas viaturas sob o comando de Furriel Miliciano.

 

4.EXECUCÃO

 

 Quando a força regressava do local de coordenadas (135600.081830) com articulação mencionada em 3 e chegou ao local de coordenadas (135530.081830) designado por Mimbota, eram cerca de 10h 20m Neste momento com as viaturas a cerca de 40 a 50 m uma das outras, o inimigo desencadeou intenso tiroteio e acto contínuo saltou à picada articulado em pequenos grupos de assaltos a fim de apoderar de material. A reacção das N.T foi tão rápida que o IN só conseguiu aproximar-se da 1ª viatura pois nesta haviam sido mortos o Cmdt da viatura, o operador de transmissões e um atirador aos primeiros tiros.

 

O pessoal das 3 últimas apercebendo-se imediatamente do que se passava, articulou-se de maneira a proteger a 1ª viatura e a cobrir pelo fogo o auxílio aos feridos e mortos. Isto não obstou que o IN se apoderasse de algum material e fardamento de dois mortos. A 1ª viatura que seguia à frente por transportar a água e ser a mais lenta, ficou com os dois pneus frente furados e que dificultava a sua retirada da zona de morte. Desta forma as últimas viaturas tiveram que ser paradas no local de acção. Destas exceptua-se o jipe cujo condutor também ferido perdeu o seu controle e saindo da picada veio embater num obstáculo do lado oposto àquele aonde se encontrava o IN.

 

Os homens da 2ª viatura tentaram imediatamente socorrer os feridos e mortos a fim de evitar que o IN se apoderasse de maior número de material. Os homens da 3ª viatura protegeram o trabalho de auxilio aos sinistrados, evitado por meio de fogo que o IN se lançasse à picada e abatendo vários que o tentaram fazê-lo. Os homens da última viatura movimentaram-se de modo a contra-atacar e a ocupar os pontos principais para envolvimento. Todos estes movimentos das NT eram feitos debaixo de fogo intenso e a peito descoberto e sem possibilidade de utilizar abrigos naturais ou máscaras já que o capim deste lado estava queimado.

 

Passados cerca de 25 minutos do início da emboscada o IN retirou desordenadamente soltando gritos de angústia dando a ideia de desespero. As NT capturaram 1 elemento já morto e todo o seu material e só não capturaram mais dada a rapidez com que o IN retirava do nosso alcance os seus feridos e mortos. Organizada no quartel uma coluna de 1 grupo de combate esta seguiu para o local da emboscada onde a situação já estava normalizada. Este auxílio foi um pouco tardio pelo facto de não possuirmos material de transmissões pois morto o operador rádio foi-lhe capturado todo seu material, como anteriormente se disse. O IN utilizava pistolas, espingardas automáticas, ML, pistolas-metralhadoras, granadas de mão e uma bazuca com a qual tentou alvejar por duas vezes a última viatura errando o alvo.

 

 

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