Pentacórdio, terça-feira, dia 8 de Maio de 2012. Por Rui Oliveira

 

   Na Terça-feira, 8 de Maio, voltemo-nos para a 2ª arte, a Pintura, do Manifesto referido atrás (e terceira para Hegel, embora curiosamente sem musa atribuida na Antiguidade Clássica …) e visitemos exposições cujo encerramento se avizinha (!).


   No Espaço Múltiplo Carpe Diem Arte e Pesquisa encontram-se até 12 de Maio expostos trabalhos de arte contemporânea de Pedro Calapez, Jeanine Cohen, Joana Bastos, José Carlos Teixeira, Márcio Vilela e Ricardo Jacinto.

  

   Destacaríamos à cabeça o projecto “Gymnasium (diário íntimo)” de Pedro Calapez. O artista descreve-o deste modo : “Imaginei uma larga sala. Nela, os desenhos, que não me saíam da cabeça e se encontraram depois nas minhas mãos, descobrem o seu lugar: uns contra os outros, uns ao lado dos outros. Aí ocupam o espaço, revelando o refazer diário de pequenas histórias. Estes desenhos fazem assim surgir o local do exercício, o lugar dos movimentos e gestos, o estruturar do pensamento. O gymnasium, na antiga Grécia, existia para a prática dos jogos públicos mas também um lugar de produtiva convivência social…” 

  

  Ainda no campo essencialmente pictórico (já que os outros tem componentes de audio e video como elementos centrais da criação), chamaríamos a atenção para a instalação “Owners left!” de Jeanine Cohen (Bélgica), trabalho que consiste, sobretudo, em pinturas site-specific sobre paredes, estruturadas pela geometria, onde a artista joga com a abstracção e a superfície (neste caso o diálogo é com as salas do Palácio Pombal) que definem as soluções estéticas do seu trabalho, aqui utilizando materiais simples como madeira, fitas adesivas e cores que operam com a geometria dos espaços.

 

 

              

 

 

 

 

 

 

 

 

                       Pedro Calapez                                                                        Jeanine Cohen

 

  Bom apreço da crítica têm também tido a exposição na Galeria Cristina Guerra do artista angolano Yonamine chamada “Só China”, aberta até 9 de Maio. Diz C.M. (Actual 21/4/12“o que torna este trabalho interessante é o modo como as diferentes escalas da realidade se articulam nele – o público e o privado, o individual e o global, o íntimo e o colectivo – e como deixa claro que as próprias diferenças e distâncias culturais e geográficas são noções em estado de solvência na corrente de informação desierarquizada que nos liga ao mundo .. .”


     E por último relevaríamos a exposição de Tiago Baptista na Galeria 3 + 1 que denominou “O que fazer com isto” e que encerrará a 19 de Maio. Diz outro crítico J.L.P. (Actual 21/4/12) que “Tiago Baptista pinta as imagens e a sua destruição, numa cena que tem tanto de iniciática como de inquietante. E a mesma inquietação lá está em todas as outras pinturas, onde a clareza do desenho das figuras se alia à opressão do chão, de barro ou de lama, … e é o sentido possível  desse caminho, entre o barro e o barro, que (T.B.) procura a partir da caverna que a sua pintura alegoricamente é.”

 


                                

                                                   Yonamine                                                                       Tiago Baptista

 

 

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