Diário de Bordo de 22 de Maio de 2012

 

Uma delegação de técnicos do Fundo Monetário Internacional, da Comissão Europeia e do Banco Central Europeu inicia hoje a quarta avaliação do Programa de Assistência Económica e Financeira de Portugal. Segundo alguns economistas inquiridos pela agência Lusa opinaram, poderá acontecer que a ‘troika’ aconselhe a que a austeridade seja moderada, embora os tais economistas acrescentem que a margem de manobra do executivo de Passos Coelho é extremamente reduzido. Por seu turno, o primeiro-ministro manifestou optimismo relativamente a este exame e Passos Coelho afirma que é importante a consolidação da imagem junto da ‘troika’ de um país que cumpre as metas que estavam acordadas. O chefe do governo diz que acredita que é isso que vai acontecer nesta quarta avaliação.

 

Não sabemos se acredita seja no que for, salvo nos objectivos e nos interesses de quem nele manda. Como num dos seus mais recentes comunicados o Movimento Sem Emprego refere «não  há emprego porque há uma política concertada do governo que tem como consequência o despedimento em massa». Se as medidas de austeridade postas em prática, medidas que configuram o maior atentado que os direitos dos trabalhadores sofrem desde há muitas décadas, conduzem ao desemprego, como se pode esperar que o emprego aumente?  «É a política da Troika e do governo que criam desemprego. Não há solução para o desemprego com um governo que aposta no desemprego», conclui o comunicado do MSE.

 

Sabe-se que com o anterior governo não se iria longe. Sabemos o que está a fazer esta gente que foi eleita, não por mérito próprio, mas devido às mentiras de Sócrates, e que é muito pior do que Sócrates teria ousado fazer. No horizonte perfila-se a ameaça de um António José Seguro que em nada parece melhor do que Passos Coelho. Nem em inteligência nem em seriedade. E que herdará uma situação caótica. Não será em eleições como as que temos tido que a situação se solucionará. Estamos a descer vertiginosamente.

 

Ou as forças de esquerda se organizam, se unem e se colocam ao serviço dos trabalhadores ou, teremos de o reconhecer, não servem para nada. Denunciar os atentados que este bando de herdeiros do salazarismo estão a cometer contra nós? Obrigado, não precisamos de denúncias – somos nós quem sofre esses atentados.

 

Salvar a democracia, eis o que está em causa. Se os direitos dos trabalhadores desaparecem, na prática, deixou de haver democracia. É altura de esquecer doutrinas, sectarismos e interesses mesquinhos. O que está em causa justifica que os arsenais de conceitos partidários sejam postos de parte. Ou acham que não?

 

 

 

2 Comments

  1. O Relvas pensou em ameaçar os membros da troika de divulgar pormenores da sua vida privada; depois, como bom cobarde, encolheu-se pensando que era melhor ficar-se por jornalistas e gente que não lhe passa cheques.

Leave a Reply