O PRÉMIO PESSOA DE 2011 ATRIBUÍDO A EDUARDO LOURENÇO

Nem sempre o Prémio Pessoa, uma iniciativa do semanário Expresso, terá sido atribuído com plena observância dos pressupostos enunciados: «O Prémio Pessoa é um prémio concedido anualmente à pessoa de nacionalidade portuguesa que durante esse período – e na sequência de uma actividade anterior – tiver sido protagonista de uma intervenção particularmente relevante e inovadora na vida artística, literária ou científica do país.» Alguns dos 25 prémios já atribuídos, parecem ter atendido a actividades, porventura relevantes, mas alheias à inovação da vida artística, literária ou científica do País. Mas os júris são soberanos e a subjectividade das suas decisões converte-se na realidade objectiva do prémio. Neste caso de 60 mil euros.

 

Desta vez o Prémio Pessoa foi atribuído a um intelectual de primeira água, um homem de grande estatura intelectual e que tem sido um motor do pensamento crítico em Portugal. Honrando o nome do patrono. E foi a Fernando Pessoa que Eduardo Lourenço dedicou o seu discurso quando, na Culturgest, recebeu o prémio. 

 

Aludindo ao debate que tivera lugar sobre o que mudou em Portugal desde que o prémio começou a ser atribuído, há 25 anos, e ao que irá mudar nos próximos 25, excusou-se de participar. “Antes de vir, não sabia exactamente o que se queria de mim”, começou por afirmar o professor. “Infelizmente sou dotado de uma imaginação de grau zero, não tenho qualidades da Sibila e também não quero ser Cassandra num momento como o nosso. De maneira que vou ler aqui um texto que não tem nada a ver com essa preocupação, nossa, neste momento.”

E leu então o texto que tinha preparado, Pessoa ou a porta aberta. Recordou a figura de Adolfo Casais Monteiro, “um dos homens a quem Fernando Pessoa mais deve”.e também «João Gaspar Simões e que contribuiu para o mito de Pessoa» saudou «os primeiros pessoanos que ainda estão connosco” .

Publicaremos proximamente o seu discurso dedicado a Fernando Pessoa e aos pessoanos.

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