EM COMBATE – 71 – Por José Brandão

Em 26 de Março, o comandante do Batalhão veio a esta Companhia, a fim de presidir ao juramento dos Oficiais da Companhia, que foram graduados no posto de Alferes quando do seu embarque para a Província de Angola.

 

Prestaram juramento os seguintes Alferes:

Baltazar Serafim da Costa Sousa Ferreira.
António Manuel Correia Valente.
Delfim Esteves Cardoso.
José Henrique da Fonseca Santos Ferreira Marvão.
O Alferes António Carlos Amaral Abrantes encontrava-se de licença.

A criação de um Grupo de Flechas nesta localidade, veio a demonstrar mais uma vez o crescente empenhamento da DGS na guerra de Angola, e suas consequentes implicações em toda a problemática da guerra subversiva. Era por demais notória a dependência  em que se encontravam as forças militares no respeitante a informações. Não existiam nos vários escalões da orgânica militar um serviço de informação como seria de desejar. Por essa razão, os elementos inimigos capturados, depois de um pequeno interrogatório sumário (as determinações superiores não permitiam que as nossas tropas mantivessem por tempo suficiente, os presos ou apresentados para um interrogatório completo) eram entregues às brigadas da DGS, que os interrogavam mas não forneciam aos

 

Comandos das áreas as informações obtidas, pois as mesmas eram encaminhadas para as subdelegações e só depois comunicadas às forças militares, muitas vezes já fora do tempo oportuno e, algumas vezes, só meras informações.

 

 

 

 

Outros dos aspectos negativos da criação de Grupos de “Flechas”, do modo como eles actuavam, sem total controlo militar, originava atritos que os Comandos ignoravam, mas existiam. Todo o processo de mentalização dos referidos grupos baseava-se no rebaixamento da actividade das forças militares ou militarizadas, dependentes da autoridade Militar. Essa mentalização, tinha por base a insuflação de uma ideia de que os Flechas eram muito superiores às nossas tropas. Ora, os resultados obtidos  pelos Grupos de Flechas, eram consequência da informação da DGS, pois quando eram atribuídos às nossas tropas objectivos pontuais definidos, os resultados obtidos pelas nossas tropas eram de longe superiores aos dos Flechas.

 

 

SITUAÇÃO GERAL EM DEZEMBRO DE 1972

 

Constituída a três grupos de combate a partir de Agosto por motivos de depauperamento físico e psicológico, a Companhia foi reforçada com um Grupo de Combate da Companhia de Artilharia 3403. O extraordinário esforço exigido às nossas tropas e a permanência há 23 meses sempre na mesma zona de acção teve, como não podia deixar de ser, resultados funestos. Começaram a verificar-se as quezílias entre os militares oriundos da Ilha da Madeira e os soldados africanos. Se bem que um estado de racismo tenha sempre existido entre esses militares, medidas de saneamento tomadas desde o início por este Comando, culminaram com a transferência de dois soldados africanos e um branco oriundo da Província. O aproximar do fim da comissão está a verificar-se e está também a activar-se o auge dos problemas rácicos. Essas manifestações rácicas iniciam-se quase sempre por parte dos soldados africanos, que vêem nas mais pequenas atitudes do soldado branco, manifestações rácicas, onde na maior parte das vezes tal não se verifica.

A 22 de Dezembro chegou a 3ª Companhia do BCaç 5010, que nos veio render.

A 18 de Janeiro1973 a Companhia 3323 terminou finalmente a sua comissão. Embarcou para a Metrópole às 09H00. Deve chegar a Portugal por volta das 17H00.

http://ccac3323.com.sapo.pt/

 

A seguir – Companhia de Caçadores 3482

 

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