(continuação de A Itália tenta reagir face aos suicídios dos pequenos patrões)
Uma manifestação em Roma contra o suicídio devido à crise
Mil pessoas manifestaram-se na noite de quarta-feira, 18 de Abril, em Roma na Praça do Panteão, sob uma chuva constante para protestarem silenciosamente contra os suicídios causados pela crise económica.
Várias associações de empresários e de artesãos de Latium, a região de Roma e os principais sindicatos italianos (CGIL, CUISL, UIL e UGL) reuniram-se para uma manifestação “silenciosa” sobre “as vítimas da crise” e “para que não haja mais suicídios”.
Desde o dia 1 de Janeiro, o número de suicídios causados pela crise sobe para 23, de acordo com o CGIA, sindicato dos artesãos e dos pequenos empresários. Em 2010, 192 artesãos e comerciantes acabaram com os seus dias assim como 144 empresários e pessoas que exerciam uma profissão, de acordo com o relatório do Instituto de investigação Eures, ” O suicídio na Itália em tempos de crise”, publicado na terça-feira. Este fenómeno atinge na sua maior parte os desempregados: 362 deles suicidaram-se em 2010, dos quais 272 tinham acabado de perder o seu emprego. …
“Uma resposta face à dificuldade das pequenas e médias empresas”
Um grande ecrã foi instalado no meio da Praça para prestar homenagem aos empresários e aos trabalhadores que acabaram com as suas vidas desde o início da crise, a que o chefe de governo Mario Monti se referiu na quarta-feira de manhã, numa conferência de imprensa. “Temos de exigir uma resposta do Estado para a dificuldade das PME em porem em marcha a sua actividade, para que a economia italiana se possa erguer. As soluções são numerosas para que seja mais fácil obter créditos: através do sistema bancário, por exemplo, ou através da Caixa de Depósitos e Créditos “, explicou Maurizio Flamini, Presidente da Federlazio, associação das PME na região Latium, originalmente na base da iniciativa.
“A crise não deve pesar sobre os ombros dos mais fracos e dos trabalhadores que perdem o seu trabalho e a sua dignidade ou sobre os reformados.” “Existem situações dramáticas e não há nenhuma saída,” disse Tommaso Ausili, secretário geral do ICFTU Latium…
Une manifestation à Rome contre les suicides dus à la crise, Le Monde, 18 de Abril de 2012