EM COMBATE – 110 – por José Brandão

 

FOLHAS SOLTAS DO MEU DIÁRIO

 

Pelo facto de me ter empenhado neste Blog, voltei a ler o meu Diário de Guerra com mais atenção e voltei a rever situações, as quais, algumas delas, já quase nem me recordava.
Assim vou historiar algumas situações:

 

EU, EM BISSAU, E O MARCO PAULO, PIRIQUITO A CHEGAR:

 

Numa das minhas idas a Bissau, estive alguns dias, aboletado, em casa do tenente Médico do Hospital Militar de Bissau, Dr. José Homem Albuquerque Ferreira, que por coincidência era o médico de lá de casa.

 

Num determinado dia, fui jantar ao Restaurante de uma Pensão que existia na Avenida Principal do lado esquerdo quem vai em direcção ao Palácio do Governador, com um conterrâneo, civil, funcionário da Sacor, e (dizem que Agente da PIDE). Estávamos a jantar na sala e o Marco Paulo também jantava, sozinho numa das mesas, recentemente chegado da Metrópole, com a patente salvo erro de 1º Cabo. Eu encontrava-me vestido à civil e ele, Marco Paulo estava devidamente fardado.

 

De repente, surgiu à porta do restaurante o furriel miliciano Adelino Carinhas, natural de Sever do Vouga e que foi meu colega no Colégio de Albergaria; acabava de ter sido solto da prisão, onde cumpriu uma pena, por ter dado uns tabefes num Alferes da sua Companhia.

 

Alto e bom som, bateu a continência e virado para a nossa mesa, disse: – O meu capitão dá licença?

De pronto levantei-me da mesa e com um sinal de cabeça, mandei-o entrar, tendo-se aproximado da mesa e acabou por jantar connosco.

 

A tudo isto, assistiu o Marco Paulo.

 

Como ainda estive em Bissau mais uns dias, cruzei-me algumas vezes na rua com o Marco Paulo, e como eu trajava à civil, era vê-lo atravessar às vezes a rua, só para passar junto de mim e bater-me a continência, com um respeito desmesurado.

 

No dia em que regressei, salvo erro a Bula, vesti a farda de furriel miliciano, e por casualidade voltei a cruzar-me na Rua com o Marco Paulo, que ao ver-me fardado de furriel, manifestou um ar de admiração pois andou durante alguns dias convencido que eu seria capitão e que certamente lhe poderia valer na sua estadia em Bissau.

 

Esta foi uma das várias peripécias que me recordo e que conto, outras situações curiosas virão mais tarde.

 

Publicada por Escrivão Mor

 

PELOTÃO DE CAÇADORES NATIVOS 55

PANTERAS NEGRAS

A presença do Pelotão de Caçadores Nativos 55 no Biambi, iniciou-se ainda antes da chegada àquele aquartelamento da CArt 1688, e passou a fazer parte integrante da CArt, para todos os efeitos, a partir daquela data.

 

Este Pelotão era comandado pelo Alferes Miliciano Carmona oriundo de Portalegre, e dos seus furriéis constava o Baptista, da região de Águeda, consequentemente, meu quase conterrâneo.

 

Não me recordo dos restantes furriéis daquele Pelotão bem como de dois ou três cabos. Só estes eram brancos.

 

Os restantes eram nativos fundamentalmente de etnia creio que fula.

 

Este Pelotão de Nativos, ocupou o lugar do 3º Grupo de Combate, enquanto esteve em Encheia.

 

Permaneceram juntos em Biambi, de 4 de Dezembro de 1967 a 6 de Agosto de 1968.

 

A partir desta data, o Pelotão de Caçadores Nativos 55, saiu de Biambi, em direcção de Buba, onde esteve algum tempo, passou por Aldeia Formosa e acabou a comissão em Gadenbel.

 

A vida deste Pelotão saltimbanco tem muito historial para ser contado.

 

Leave a Reply