(Manel Cruz)
A Serra está serena na luz pálida da tarde.
Na eira
o taramelar da ventaneira
faz esvoaçar praganas
dos grãos de trigo seco.
É Outono
o Outono das eiras
da poalha cheirando a feno
das medas e das vindimas feitas.
Os meninos pulam no restolho
descobrem o rabusco nas ramadas
lançam pedras aos ouriços
que a sorrir mostram castanhas.
Na eira
Raquel rola sobre o milho de oiro
e voa com o vento
nas praganas da ventaneira
o vento mansinho
da fresca brisa da manhã
o vento da ventania
que varre em tufão
a terra e o mar.
No Outono regressa à eira
sem milho
nem poalha nem praganas
só a ventaneira
que já não sabe taramelar.
Um beijo aroma de poema para a a Eva e Augusta Clara. O meu jardim não tem as delícias deste jardim de
rosas de chá!