Num dia que, tal como os anteriores, é marcado por incêndios e pela questão síria, assuntos que temos vindo a abordar e continuarão a merecer a nossa atenção, voltamo-nos uma vez mais para o interior da nossa barca, mas não sem antes referir a notícia de que o histórico discurso de Martin Luther King, I Have a Dream foi colocado sob a protecção da legislação que defende os direitos de propriedade intelectual. Na comemoração do 50º aniversário da Marcha sobre Washington (28 de Agosto de 1963), a divulgação completa do texto ou a utilização de vídeos com imagens e com a gravação do discurso, caem sob a alçada da lei que protege o direito autoral.
E, sabe-se agora, meses após a marcha, o próprio King pediu para impedir a venda não autorizada de cópias de seu discurso, com a intenção de controlar as receitas e de as usar no apoio ao movimento pelos direitos civis. Depois do assassínio do reverendo em 1968, os direitos autorais passaram para os herdeiros. Em 1999 a família King processou o canal de televisão CBS por ter produzido um documentário usando trechos do discurso sem a devida autorização. Só em 2038, 70 anos após a morte de Luther King, o discurso passará para o domínio público.
Iniciamos amanhã a publicação de textos sobre a origem, a natureza e o papel da poesia. Poesia entendida no sentido lato de registo oral ou escrito. Numa época em que impera a imagem, perguntamos – não é a imagem também ela uma forma de palavra? As pinturas rupestres não antecederam a escrita? Vamos tentar obter algumas respostas para estas questões, bem como opiniões sobre a utilidade do poeta, do cultor da palavra na sociedade dos nossos dias. Quem usa a palavra como instrumento profissional, é um elemento útil à comunidade? Num sistema em que tudo é convertido em mercadoria, será a palavra também ela uma mercadoria? Se não é, como podem viver os que escrevem? A propriedade intelectual constitui um valor pessoal de quem escreve, compõe, pinta, fotografa ou deve ser património de todos? Questões que merecem alguma reflexão. Não esquecendo que no país e no mundo se estão a passar coisas graves.
E das quais temos conhecimento através da palavra e da imagem
Belo editorial, Carlos Loures. Parabéns! “A palavra é a minha quarta dimensão”, disse Clarice Lispector . E foi essa frase que colocamos na placa comemorativa no prédio do bairro do Leme, no Rio de Janeiro, onde morou a escritora até sua morte, em 1977.
E podemos repetir, com Heidegger, que a palavra é a morada do Ser.
Obrigado pelo seu comentário, Rachel Gutiérrez. Oxalá o debate que começa amanhã, e precisamente com um artigo de sua autoria, tenha a participação que a importância do tema justifica. Ainda hoje, publicaremos um texto informativo sobre o debate centrado na poesia.
Belo editorial, Carlos Loures. Parabéns! “A palavra é a minha quarta dimensão”, disse Clarice Lispector . E foi essa frase que colocamos na placa comemorativa no prédio do bairro do Leme, no Rio de Janeiro, onde morou a escritora até sua morte, em 1977.
E podemos repetir, com Heidegger, que a palavra é a morada do Ser.
abraço da
Rachel Gutiérrez
enviei o comentário acima que, não sei por que motivo, ainda aguarda moderação…
Obrigado pelo seu comentário, Rachel Gutiérrez. Oxalá o debate que começa amanhã, e precisamente com um artigo de sua autoria, tenha a participação que a importância do tema justifica. Ainda hoje, publicaremos um texto informativo sobre o debate centrado na poesia.