COMBATER A EXPLORAÇÃO SEXUAL E O TRÁFICO DE MULHERES E CRIANÇAS por clara castilho

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Assinalou-se ontem o dia internacional contra a exploração sexual e o tráfico de mulheres e crianças. É um assunto que tem vindo a ser cada ver mais falado, estudado e objecto de relatórios, convenções, etc.

De uma comunicação da Comissão Europeia ao Parlamento Europeu podemos retirar: “O tráfico de seres humanos é a escravatura dos tempos modernos. As vítimas são muitas vezes recrutadas, transportadas ou alojadas, recorrendo à força, à coação ou à fraude, para fins de exploração, nomeadamente sexual, de trabalho ou serviços forçados, mendicidade, actividades criminosas ou remoção de órgãos. Trata-se de uma violação grave da liberdade e da dignidade humana e constitui uma forma de criminalidade grave cujas implicações ultrapassam muitas vezes as capacidades individuais dos países para lhe darem uma resposta eficaz. O tráfico de seres humanos assume muitas formas diferentes e evolui em função das circunstâncias socioeconómicas. Tem como alvo mulheres, homens, raparigas e rapazes em situações vulneráveis.”

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Segundo o relatório de 2010 do Gabinete para a Droga e a Criminalidade das Nações Unidas, 79 % das vítimas de tráfico de seres humanos identificadas a nível mundial são objecto de exploração sexual, 18 % são submetidas a trabalho forçado e 3 % a outras formas de exploração. Destas vítimas, 66 % são mulheres, 13 % raparigas, 12 % homens e 9 % rapazes”.

O tráfico de seres humanos é um fenómeno transnacional complexo cujas raízes profundas são a vulnerabilidade causada pela pobreza, a falta de cultura democrática, as desigualdades entre homens e mulheres e a violência perpetrada contra as mulheres, as situações de conflito e pós-conflito, a falta de integração social, a falta de oportunidades e de emprego, a falta de acesso à educação, o trabalho infantil e a discriminação”.

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Em Lisboa, Palmela e Sintra, a Associação para o Planeamento da Família vai realizar várias acções de formação.

Para quem esteja interessado, deixo algumas fontes de informação:

Manual sobre o Protocolo Facultativo relativo à Venda de Crianças, Prostituição Infantil e Pornografia Infantil (2010) – Centro de Estudos Innocenti da UNICEF.

http://www.unicef-irc.org/publications/595

 Relatório Nacional sobre Tráfico de Pessoas: consolidação dos dados de 2005 a 2011 (Brasil) (2013) – Publicação do Ministério da Justiça do Brasil.

http://www.otsh.mai.gov.pt/cms/files/conteudos/Brasil_Relatorio_ETP_final.pdf,

Relatório Global sobre Tráfico de Pessoas 2012 (2012) – Documento da responsabilidade das Nações Unidas (United Nations Office on Drugs and Crime). Este é um estudo a nível mundial que inclui dados sobre Portugal:

http://www.unodc.org/documents/data-and-analysis/glotip/Trafficking_in_Persons_2012_web.pdf

 Manual contra o tráfico de pessoas para profissionais do sistema de justiça penal (2009) – Da responsabilidade da Organização das Nações Unidas. http://www.otsh.mai.gov.pt/?area=000&mid=000&sid=000&ssid=000&cid=CNT4cd98fd10c8b0.

Em Junho o governo português anunciou a implementação de uma Rede de Apoio e Protecção a Vítimas de Tráfico (RAPVT), envolvendo várias organizações estatais ( Comissão para a Cidadania e Igualdade de Género (CIG), o Alto Comissariado para a Integração e Diálogo Intercultural (ACIDI), e a direcção-geral de política externa do Ministério dos Negócios Estrangeiros, o Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF), a Polícia Judiciária, a Autoridade para as Condições do Trabalho (ACT), a Direcção-geral de Saúde, o Instituto da Segurança Social e o Observatório do Tráfico de Seres Humanos) e privadas que irão cooperar e partilhar informação entre si com o objectivo de prevenir e proteger as vítimas.

No que se refere ao desaparecimento de crianças existe o número telefónico 116000 que é o mesmo na União Europeia e que em Portugal é da responsabilidade do Instituto de Apoio à criança.

 

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