até 19 de janeiro
5ª a sábado às 21h30 | Domingo às 18h00
Por ocasião do 15º aniversário da atribuição do Prémio Nobel da Literatura, 1998-2013
Primeiro texto (1979) de Saramago para Teatro.
Todos faremos jornais um dia
(autor desconhecido)
O ato passa-se na redação de um jornal, em Lisboa, na noite de 24 para 25 de abril de 1974.
Qualquer semelhança com personagens da vida real e seus ditos e feitos é pura coincidência. Evidentemente.
(José Saramago)
Na redação de um jornal, em Lisboa, na noite de 24 de Abril de 1974, a rotina vai ser interrompida pela discussão entre o Redator da Província, Manuel Torres, um jornalista de alma e coração que defende a verdade jornalística acima de qualquer outro interesse, com o seu Chefe da Redação, Abílio Valadares, homem submisso ao poder politico, que aceita a censura aos textos do jornal sem questionar e que conta com o apoio incondicional de Máximo Redondo, o diretor do jornal.
Manuel Torres, que não tolera a ideia do jornal ser constantemente manipulado por terceiros, esta em constante luta ideológica com a chefia do jornal. Torres é um idealista que vai lutar para que a verdade volte as páginas do “seu” jornal e terá como aliados Claúdia, uma jovem estagiária, e Jerónimo, o linotipista, chefe do turno da noite.
O conflito ganha uma dimensão ainda mais dramática quando surge na redação o boato de que poderá estar a acontecer uma revolução na rua. O Chefe de Redação proíbe que se publique qualquer notícia sobre o tema.
A agitação e o nervosismo crescem no seio do jornal, com Torres e Jerónimo a exigirem que se confirme a veracidade dos factos e que os mesmos sejam notícia de primeira página no dia seguinte.
Do outro lado da “barricada”, o Diretor e o Chefe de Redação tudo fazem para desvalorizar a alegada convulsão social, na certeza de que não irão imprimir notícia alguma, nem que para isso tenham de alegar uma avaria nas máquinas dos linotipistas.
Está instalada uma microrevolução dentro da redação do jornal. A incerteza cresce até que se consiga provar o que poderá estar a acontecer na rua. Mas mesmo depois de provados os factos, qual será a verdade que irá vencer? Haverá alguma notícia na primeira página da edição do dia seguinte?
Ao longo de toda a ação, o contínuo do jornal, Faustino, que sabe mais do que aparenta e tenta manter uma atitude neutra, vai desconstruir alguns dos conflitos vividos na redação. Faustino é coxo de nascença e o seu andar atípico, que lhe dificulta a atarefada profissão de contínuo, visa ironizar sobre o estado do país e a velocidade com que o mesmo avança. Faustino simboliza o “Zé povinho”. Gosta quando o Torres o chama de Fastino que, segundo diz, era a sua alcunha quando “jogava futebol”, por ser muito rápido…
Com: Fábio Alves, Filipe Crawford, Joana Santos, João Lagarto, Paulo Pires, Pedro Lima, Samuel Alves, Sofia Sá da Bandeira e Vítor Norte
Adaptação: Paulo Sousa Costa
Encenação: José Carlos Garcia
Direção musical: Paulo Brandão
Produção: Yellow Star Company
Classificação: M/12
Patrocínio: Montepio
Parceiro institucional: Fundação José Saramago
Bilhetes à venda:
Bilheteira do Teatro da Trindade
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