Selecção e tradução por Júlio Marques Mota
Natal de 2013 : Empobrecimento e regressão social histórica em toda a União Europeia
François ASSELINEAU
PARTE III
(CONTINUAÇÃO)
…
CHIPRE: AJUDA ALIMENTAR PARA CERCA DE 6% DOS CIPRIOTAS
Depois de décadas de crescimento alimentado pelo turismo e pela finança, a economia de Chipre passou por dois anos de crise económica e, em seguida, por uma brutal crise financeira. Desde então, a taxa de desemprego, durante muito tempo torno de 5%, sobe verticalmente: atingiu um novo recorde de 17% em Outubro, e não deixou de estar a subir.
De acordo com uma sondagem feita pelo Instituto de Estatísticas de Chipre, 5,7% da população, ou seja, cerca de 48.000 pessoas, estão agora dependentes de bancos de alimentos que se multiplicaram por iniciativa da Igreja Ortodoxa, dos municípios ou mesmo de particulares. O director da Cruz Vermelha Takis Neophytou confirma isso ao afirmar que “desde Março, o número de beneficiários cipriotas explodiu. Antes, tínhamos sobretudo imigrantes. Hoje, os cipriotas são já cerca de 50%.”
Mesma observação feita pela associação de médicos para os médicos Volunteer Doctors, uma ONG financiada por donativos de empresas e de particulares. Anteriormente, estava especializada em missões humanitárias no estrangeiro, ela agora organiza consultas gratuitas em cinco cidades do país. De acordo com o seu dirigente, o Dr. George Macriyiannis, “nós tratamos 25% de estrangeiros, dos quais muitos são imigrantes ilegais e 75% de cipriotas – especialmente os reformados, desempregados e muitas crianças.”
PORTUGAL: ECONOMIA DE GUERRA E EMIGRAÇÃO MASSIVA.
Portugal é um país devastado. O desemprego oficial, que se aproximou de 20%, diminuiu nestes dois últimos trimestres, tendo a seu ” favor” uma diminuição da população activa. É o resultado de uma emigração em massa, de que os fluxos atingem ou mesmo ultrapassam os valores dos anos 60, em que houve um enorme êxodo dos portugueses, a fugirem da pobreza, da ditadura e da guerra colonial.
Além disso, metade dos desempregados não tem subsídio de desemprego, e contam-se por milhares os que são excluídos do rendimento mínimo de inserção, dos abonos de família ou das ajudas sociais de velhice.
[É que, apesar de não ser em guerra, Portugal está, sob a égide da Troika, nom seu terceiro ano de economia de guerra, apesar dos (ou por causa dos) desastrosos resultados económicos das políticas impostas durante estes três anos. Porque Portugal é o país onde se pode dizer, com a precisão de uma experiência conduzida em laboratório, que milhares de milhões de euros de sacrifícios impostos à população não têm tido nenhum efeito sobre a dívida, cuja progressão é vertiginosa, nem sobre o défice, sistematicamente revisto em alta, em cada avaliação da Troika].
Fonte: http://www.liberation.fr/monde/2013/12/10/economie-de-guerre-au-portugal_965506
ESPANHA : UMA PRETENSA « RETOMA » QUE NINGUÉM VÊ …
A retoma em Espanha? Um grande número de espanhóis não a consegue ver. Isto é o que ressalta de uma reportagem pelo site Boursorama, a partir de telex da AFP:
«Em breve é Natal. Os meus filhos vão-me pedir presentes. Como é que faço? », lamenta Esmeralda Inglés vinda, sem o dizer ao seu marido e aos seus filhos, tomar o pequeno-almoço no Centro de Acolhimento Caliu de Barcelona e procurar com o que os possa alimentar.
Fonte:
(continua)
______
Para ler a parte II deste trabalho de François Asselineau, publicada ontem em A Viagem dos Argonautas, vá a:
“Regressão social”? ahahahahahah… REPRESSÃO SOCIAL e terrorismo económico!
Reblogged this on marcosdayronmg.